O Bangers Open Air 2025 chegou ao fim. Neste domingo (4), ocorreu no Memorial da América Latina, em São Paulo, o terceiro e último dia do festival, descrito como o maior voltado ao metal da América Latina.
Além das apresentações, o evento trouxe sessões de autógrafos com algumas atrações, uma exposição de terror e diversas lojas temáticas, incluindo até um estúdio de tatuagem, proporcionando uma experiência completa para o público. E atenção: a edição de 2026 já está confirmada para os dias 25 e 26 de abril.
Confira a seguir um resumo das principais performances!
Paradise Lost
O Paradise Lost teve a difícil missão de manter o público engajado sob um sol intenso. Ainda assim, a banda entregou um show poderoso, destacando-se especialmente nas últimas músicas do setlist. O repertório incluiu o clássico cover de "Smalltown Boy", do Bronski Beat, "The Last Time", que levou os músicos de volta a 1995, como destacou o vocalista Nick Holmes, e "No Hope in Sight", ironicamente descrita pelo cantor como uma faixa para trazer "energia positiva".
"É um prazer estar de volta a São Paulo. Esperamos vê-los novamente", declarou antes da saideira "Say Just Words", que fez a plateia bater palmas em sincronia.
Kamelot
Após tocar seus maiores sucessos no sábado (3), o Kamelot voltou ao palco devido ao cancelamento do I Prevail. Desta vez, no entanto, o grupo trouxe um setlist diferente, com "lados B" de sua discografia, conforme anunciado.
Em partes, a apresentação não contou com tantas diferenças. Por exemplo, o bumbo da bateria continuou ostentando a bandeira brasileira, enquanto o vocalista Tommy Karevik também começou a apresentação mascarado - ressaltando o sol, que, para ele, como sueco, era incomum. Certas faixas apareceram novamente, incluindo "Insomnia", "New Babylon", "March of Mephisto", com pedidos de mosh-pits, e "Forever", com trechinho de "We Will Rock You", clássico do Queen. Mas, desta vez, a cantora feminina de apoio Adrienne Cowan participou do set, dividindo o posto com Melissa Bonny - que, apesar de ter entrado antes da hora em uma das faixas, entregou novamente uma performance impecável . Além disso, de modo geral, os elementos teatrais ficaram mais de lado.
Sobretudo, o setlist pareceu muito mais fluido do que o anterior, principalmente pela inclusão de canções como "Phantom Divine (Shadow Empire)", "The Human Stain" e "Center of the Universe", que, nas palavras de Tommy, os fãs brasileiros com certeza conheciam.
"Não sou muito bom falando português, mas vou tentar", disse o cantor antes de "Rule the World", pronunciando em português "façam barulho para o Kamelot". "Se você nasceu nesse lindo pais, nasceu pra ir a shows de metal", repetiu assim como na noite passada. A instrumental "Continuum" nas caixas de som, com os membros jogando baquetas e até o setlist, encerrou com maestria a participação do Kamelot no Bangers Open Air.
Kerry King
Kerry King, lendário guitarrista do Slayer, fez sua estreia como artista solo no Brasil. Ao lado de uma banda de peso — Paul Bostaph (bateria), Mark Osegueda (vocal), Phil Demmel (guitarra) e Kyle Sanders (baixo) — alternou entre músicas do primeiro álbum solo "From Hell I Rise" (2024) e clássicos do grupo que o consolidou, estampados nas camisetas de vários fãs.
"Diablo", nas caixas de som, preparou o terreno para a entrada dos músicos. Sem dúvida, a presença imponente de Kerry, com sua já conhecida barba, tatuagens e correntes na calça de couro, impactou todos os presentes.
Apesar de uma pequena falha no microfone de Mark em "Rage", segunda faixa, o show transcorreu sem maiores problemas. Logo, o artista pronunciou um "obrigado" em português e descreveu a plateia como "brilhante pra caralh*", agradecendo a energia e paixão. "Esse é o nosso primeiro show no Brasil, vamos fazer história".
"Disciple", com o público cantando junto e recebendo elogios do vocalista, trouxe o primeiro grande momento do set. Posteriormente, em tributo ao Paul Di'Anno, primeiro cantor do Iron Maiden que recentemente nos deixou, o grupo tocou "Killers", da Donzela de Ferro, seguida de "Shrapnel", descrita como uma música sobre guerra.
Mosh-pits em absolutamente todas as áreas, sinalizadores e uma energia completamente caótica marcaram então "Raining Blood", clássico do Slayer, entremeado ainda com "Black Magic". Provavelmente, a performance mais insana de todo festival. "Nós voltaremos", prometeu Mark, antes de pedir para o chão tremer na saideira "From Hell I Rise", com direito a muitas palhetas e baquetas jogadas ao fim.
Blind Guardian
Atração da primeira edição do Bangers Open Air em 2023, o Blind Guardian, que entrou de última hora no lineup, voltou ao festival no que foi sua primeira apresentação de 2025. Gigantes do power metal, Hansi Kürsch (voz), André Olbrich (guitarra), Marcus Siepen (guitarra), Frederik Ehmke (bateria), Johan van Stratum (baixo) e Michael Schüren (teclados) lotaram o Hot Stage, com inúmeros fãs ostentando camisetas da banda.
"Não esperava voltar ao Brasil tão cedo", brincou Hansi. "O que vocês não sabem é que hoje é uma festa de aniversário. Tecnicamente, o aniversário dele foi ontem", disse a respeito de André, que completou 58 anos no último sábado (3). Pouco depois, o cantor, carismático, prometeu uma noite muito especial, com "canções especiais", e, ao dizer que tocariam uma musica que não costuma aparecer com frequência, ouviu gritos entusiasmados da plateia com o anúncio de "Mordred's Song", sumida dos repertórios desde 2020, segundo o Setlist.fm.
"Vocês são loucos pra caralh*, São Paulo", disse em meio ao set, elogiando a dedicação dos brasileiros e sempre fazendo uma pequena introdução falada antes de cada música. Por exemplo, para elogiar a capital paulista, disse que a plateia tinha "Bright Eyes".
"The Bard's Song - In the Forest", com parte dos fãs cantando a letra sozinhos, atuou como a protagonista do set, ao lado de "Valhalla", com o público entoando a letra por cima do instrumental ao final. Sobretudo, o repertório contou ainda com faixas como "Mirror Mirror", "And The Story Ends" e "Time Stand Still (At The Iron Hill)".
W.A.S.P
Com "The End", do The Doors, e um remix de sucessos, Blackie Lawless (voz e guitarra), Doug Blair (guitarra), Mike Duda (baixo) e o brasileiro Aquiles Priester (bateria) já entraram com o pé na porta executando "I Wanna Be Somebody", que deu uma prévia do que estava por vir: o grupo, de fato, executou seu álbum de estreia homônimo de 1984 na íntegra. Lawless, com a cabeleira preta, botas de cano alto brancas com franjas e uma camiseta da própria banda, foi o tempo inteiro tratado como entidade pelos fãs.
Aumentando a conexão, antes de "B.A.D.", o músico contou uma pequena história sobre como no início da carreira entrou em contato com vários promotores, que pareciam não acreditar em sua visão. Assim, deixou claro que as pessoas podem não crer em você, mas que "milagres podem acontecer".
Prestes a entoar "On Your Knees" (com Mike também protagonizando vocais), o artista aparentemente deu uma bronca em alguém que estava na grade, perguntando se a pessoa em questão havia comprado ingresso para estar no festival porque não deveria estar ali. Apesar do "climão", o setlist seguiu normalmente, passando para "Tormentor" com cenas do clipe da faixa no grande telão posicionado ao fundo do palco.
Surpreendendo, Aquiles também foi à frente para discursar, agradecendo a "cada um que mantém a chama do metal acesa" e ao festival por organizar uma noite "tão especial", afirmando que escolheu falar com o “seu povo” em vez de fazer um solo de bateria: “Assim como vocês, eu também tinha sonhos. Foi assim que eu conheci o W.A.S.P., quando eles estavam fazendo uma excursão com o Iron Maiden, então eu estar em cima desse palco, tocando para todos vocês, com essas lendas do metal, é um grande sonho que se torna realidade e vocês são responsáveis por isso também”.
Avantasia
Outro conhecido do festival que retornou é o Avantasia. Como divulgado, o projeto de Tobias Sammet realizaria neste domingo (4), pela primeira vez, um show “full set” e com produção completa na América Latina. E realmente: o palco impressionou, com o telão ao fundo composto por diferentes animações, um aparato de luzes de LED, além de um cenário com muros e um portão.
Uma das marcas da banda é a participação de vocalistas convidados, além do líder e das cantoras de apoio Chiara Tricarico e Adrienne Cowan. Sendo assim, subiram também ao palco Tommy Karevik (do Kamelot), Eric Martin (do Mr. Big) e Ronnie Atkins (do Pretty Maids).
Rolou até mesmo um encontro inédito com Jeff Scott Solo, conhecido pelo trabalho com nomes como Yngwie Malmsteen, Talisman e Journey. Depois de anos tentando viabilizar tal parceria, o cantor, que já tinha uma série de compromissos agendados no Brasil, entoou ao lado dos colegas “Shelter from the Rain” e “Farewell”.
Ao fim, depois de reunir todos nos palco de maneira emocionante, o Avantasia fechou o Bangers Open Air ao transmitir a simples e impactante mensagem no telão: "obrigado Brasil".
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