Aquecendo para o Lollapalooza, Fever 333 e Bring Me The Horizon fizeram um show épico na Audio

A temporada Lollapalooza 2019 não poderia ter um início mais avassalador do que tivemos na Lolla Party do Bring Me The Horizon com Fever 333, que aconteceu na Audio na última quarta-feira (3/4). Certamente, a energia dessas duas bandas fez desse show epicamente inesquecível.


Tudo começou com a revelação do punk/rapcore Fever 333. Quando o grupo entrou encapuzados, ao gritos do público paulista, mal poderíamos imaginar que iríamos ver lá um dos shows com mais energia, autenticidade e avassalador que este Lollapalooza traz para nós. A banda trouxe um som que lembra muito um Linkin' Park mais pesado, com uma performance simplesmente inacreditável, não só por parte do vocalista Jason Aalon Butler, mas por todos os integrantes que simplesmente vibravam a cada molécula musical lá apresentada. Foi extremamente contagiante. 

Começando com "Burn It Down", o supergrupo já foi surpreendido com os brasileiros cantando em coro a letra. Estavam todos em sintonia, em uma verdadeira marcha vocal. Com pulos e gritos ferozes da banda e da plateia, testemunhamos uma reciprocidade fora do comum. A galera ia ao delírio. E ao mesmo tempo que o grupo parecia estar possuído pelo próprio Taz Mania, na plateia também era impossível de ficar parada. 

Eles escalavam, apareciam em lugares inusitados da casa, subiam no mezanino, iam até o teto, rodopiavam, corriam para todos os lados. Os olhos de quem assistia se mantiveram vidrados do começo ao fim. E pelo visto, Jason, o vocalista, se manteve impressionado igualmente, afirmando que este era, sem dúvidas, o show mais louco de toda sua carreira. Estavam todos em puro êxtase. 

O set incluiu várias músicas do EP Made An America e do álbum de estúdio Strenght In Numb333rs, incluindo os hits "Made An America", "Coup D'Etalk" e "Hunting Season". O mais interessante foi como, em meio a toda agitação dos bate cabeças e do mosh pits, a banda sempre se mantinha muito politizada, fosse nas letras das canções ou nos surpreendentes discursos de Jason, que chegou a proliferar o respeito às mulheres e desejar um mundo melhor a todos, incluindo a geração do futuro, mais especificamente a do seu filho. 

Sem dúvidas, Fever 333 ganhou muitos fãs naquela noite. Os caras, desde que entraram no palco, roubaram a cena e mostraram porque merece os holofotes de um festival de grande porte como o Lollapalooza. É de mais artistas como eles que precisamos na indústrias. Artistas que brilham fora da caixa e são movidos à base do inusitado.

Com o show deles chegando ao fim, tivemos mais 30 minutos de espera até a grande e tão aguardada atração da noite subir ao palco. Assim que Bring Me The Horizon surgiu com interludes, recursos audiovisuais, muito carisma, detonando tudo ao som de "Mantra", o pessoal ficou alucinado. A galera já começava a pular e formar rodinhas atrás de rodinhas. Como um verdadeiro mantra, Bring Me The Horizon mostrou o poder e influência que tem entre seus fãs. A conexão entre público e banda era muito forte, mesmo após tantos anos e mudanças que o grupo passou. 

O show contou com um repertório ardente que levou a galera a ferver muito, com alguns hinos mais pesados e icônicos, como "Shadow Moses", "The House of Wolves" e "Antivist", além de momentos mais pop que também marcaram a carreira da banda nas paradas, como "Follow You" e a mais recente "Mother Tongue". O show contou com um setlist bem dividido entre os álbuns e os vários momentos da banda, agradando assim os novos fãs e os que vem das antigas. 

O que mais chamava atenção, deixando a noite muito mais divertida, foi o nosso ilustre Oli Sykes, que é casado com uma brasileira, arriscando o português durante toda a noite. Oli praticamente nem falou inglês. Ele vinha e soltava um "estão prontos?", "vamos", "vocês são loucos", além dos vários palavrões que deixavam tudo mais engraçado com o sotaque do cantor. Não tinha como não gargalhar. Foi um show de fofura.

Falando em momentos fofos, não esqueceremos jamais de Oli Sykes dedicando em português a música "Can You Feel My Heart" ao seu sogro, que o assistia e acenava do mezanino todo orgulhoso. 

Ao fim, o show ficou ainda mais pesado, com Oli usando e abusando dos gritos e provando ser um grande principezinho do screamo. A gente ama muito. Essa rebeldia toda nos levou a momentos icônicos, como um "Bolsonaro, vai tomar no cu" do nosso amigo Oli, além de um medley de canções antigas metalcore que não estava na setlist oficial. Foi uma grande surpresa. 

Jamais esqueceremos de como vibramos ao som desses caras nessa noite. Foi realmente um show mega produzido, fazendo com que tudo se tornasse grandioso. A presença dos caras ganharam uma magnitude que muitos nem estavam esperando. Foi surreal. E que venha agora o Lolla!

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