Matteus conta tudo sobre o novo single "Pra Mim é Amor" e o desafio de ser um artista LGBTQI+ independente!

Conhecido por sua participação marcante na 4º edição do programa The Voice Brasil, o cantor Matteus iniciou recentemente um novo ciclo de sua carreira com o pop intimista de "Pra Mim é Amor", que relata sua luta e resistência na sociedade e mercado musical sendo um artista independente LGBTQI+. Em entrevista exclusiva, ele contou tudo pra gente sobre sua carreira, o atual single e planos para o futuro.

Confira na íntegra:

KT: O início da sua carreira foi no sertanejo e agora você vem migrando para algo mais pop. Porque desta mudança?

Matteus: O início da carreira mesmo foi aos 10 anos cantando MPB nas praças e estações de metrô de SP, vendendo meu CD com a minha mãe. Eu sempre amei música brasileira e principalmente aquelas músicas que unem as pessoas. E o sertanejo tem muito disso. Então, aos 16 anos, eu tive uma dupla sertaneja que durou oito anos. Depois que a dupla acabou eu segui o meu caminho buscando minha identidade solo e com o tempo percebi que o sertanejo não fazia mais sentido pro artista que eu havia me tornado, mais maduro. Porém, nada me impede de fazer alguma música trazendo um acordeom ou algo que eu já tenha passeado na minha carreira.

KT: Legal! E "Pra Mim é Amor" é uma canção bastante pessoal pelo que vemos. Qual foi a parte mais desafiadora na produção desta música?

Matteus: O processo de produção de "Pra Mim É Amor" foi bastante intenso. Ha dois anos atrás, eu estava perdido, tentando encontrar quem era o artista Matteus de verdade. Eu tinha passado muitos anos escondendo a minha vida pessoal, passando pelas mãos de empresários que não queriam que eu falasse abertamente sobre a minha orientação sexual e isso tudo foi me sufocando, de verdade. Quando eu dei um basta nisso tudo, o destino me deu um verdadeiro empurrão. Eu fui pedido em casamento pelo meu namorado no meio do show da Sandy e no dia seguinte o vídeo viralizou, estava em todos os sites. Esse momento da minha vida pessoal esbarrou na vida profissional e foi então que eu resolvi fazer vídeos contando sobre a minha vida e os desafios que eu já passei nas minhas redes. Aos poucos eu fui conhecendo meu público, o meu público foi me conhecendo e então eu criei coragem para transformar todo esse momento de dor em música. A parte mais desafiadora foi criar coragem para falar numa música tão abertamente sobre coisas que eu nunca tinha nem falado pra alguém.


KT: Eu gostei também que o clipe é bem teatral e interpretativo. Você chegou a ter ensaios ou preparativos para a gravação?

Matteus: A gravação do videoclipe de um artista independente é muito punk! Tive algumas reuniões com o diretor geral Lennon Silva e com o diretor criativo Eliseu Santanna e após decidirmos o roteiro, nós saímos atrás de todos os detalhes, para que tudo acontecesse como planejado no roteiro. Desde comprar acessórios dos looks ousados e diferentes, até a montagem e edição das cenas que eu mesmo fiz. A música dizia tanto pra mim, por ser totalmente autobiográfica, que até hoje toda vez que eu ouço me emociono, então não tivemos muitos ensaios. Na hora eu me entreguei, assim como havia me entregado em todas as etapas desse processo.

KT: Quais artistas da comunidade LGBTQI+ são grandes inspirações para você?

Matteus: Eu tenho tantos! Ouço muitos artistas da comunidade. Johnny Hooker, Liniker, Gloria Groove e Silva.

KT: Para álbuns futuros, pretende arriscar em fazer músicas de outros gêneros ou apenas pop mesmo?

Matteus: SUPER! Eu quero aproveitar que na minha história passei por vários universos e poder surpreender as pessoas, trazendo minhas influências mesmo! Agora sou um artista plural e completamente livre!

KT: Com quem seria o seu feat dos sonhos?

Matteus: IVETE SANGALO! Eu sou apaixonadooooooo!

KT: Quais os planos e projetos para 2021?

Matteus: Em 2021 quero entrar novamente com os dois pés no mercado da música. Já tenho 4 músicas prontas e logo mais teremos outro videoclipe! Dessa vez, estou suando a camisa como um artista independente, não é fácil, mas fazendo o que eu amo, exatamente como o Matteus criança sempre fez, sem medo do que vão pensar, sendo apenas eu.

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