Rafael Bittencourt, do Angra, dá detalhes sobre o lançamento de “Dar As Mãos”!


Rafael Bittencourt, guitarrista e fundador da banda de metal Angra, fez o seu mais novo lançamento nesta última semana. Intitulada “Dar As Mãos”, a faixa conta com a presença de diversos artistas (como Carlinhos Brown, MC Guimê e Luana Camarah) e tem a proposta de propagar a esperança nestes tempos difíceis. Em conversa com o Keeping Track, o músico deu detalhes do projeto.

“Dar As Mãos”, por incluir cantores de diferentes gêneros, engloba elementos de cada um desses estilos em sua produção. “Apesar de estar à frente de uma banda de heavy metal há 30 anos, o meu grande ideal é a mistura, porque antes de trabalhar com a música pesada, eu sou músico, sou amante da música, então faz parte da minha formação gostar, apreciar, estudar e analisar vários estilos musicais”, revela Rafael sobre essa variedade. A escolha desses artistas foi feita de acordo com a afinidade pessoal e artística de Bittencourt. MC Guimê, por exemplo, se tornou amigo de Rafael ao longo da pandemia e foi convidado a fazer parte da faixa.

Depois de Guimê ter aceitado o convite, Rafael fez uma batida com um produtor que também trabalha com o MC e enviou para ele. “O Guimê um dia me ligou e me falou, ‘olha, eu vou te recitar uns versos que eu pensei para música’. Eu ouvi e comecei a chorar, eu fiquei emocionado [...] falei ‘pô, você fez um metaleiro chorar, cara’ [risos]”.


A emoção na faixa vem, principalmente, em decorrência da profundidade e honestidade da letra, que aborda a pandemia e o sofrimento nesse período. “A minha expectativa principal é que [essa música] inspire, traga um senso de união, para que as pessoas percebam que os artistas também estão angustiados, sozinhos em casa, precisando de motivação e esperança e querendo motivar o outro também a ter esperança. Nós como artistas estamos dizendo que estamos com vocês e queremos vocês conosco”, explica sobre a mensagem da canção.

Mesmo envolvendo uma série de pessoas, há certos elementos característicos de Rafael em “Dar As Mãos”, os quais ele detalha: “O refrão é muito característico porque ele é muito inspirado em Queen, então esse é um tipo de sonoridade que já usei muito. O fato dessa coisa eclética, de começar uma coisa meio sertanejo e cair pra um hip-hop e de repente entrar numa coisa meio rock depois, é muito característico. E a mensagem positiva também, a vida inteira procuro elevar o espírito de quem ouve as minhas músicas”.

“We Are The Champions” do Queen e “We Are The World” do Michael Jackson foram grandes inspirações para que Rafael criasse esse projeto. Ele recorda bem a época em que essas canções foram lançadas e o que sentiu ao ouvi-las. “Eu me lembro logo que ‘We Are The World’ apareceu, ela veio igual uma avalanche, tocava em todos os lugares, todos os artistas compadecidos com o problema da fome na África, eu achei muito legal. Teve o Live Aid, que foi um grande show que reuniu artistas do mundo inteiro também para doar recursos para os países africanos. E ‘We Are The Champions’ eu me lembro direitinho, quando o Queen veio pro Brasil eu tinha nove anos de idade, meu pai gostava e eu acabei me apaixonando pela banda por tabela”.

Fazer músicas que unissem as pessoas e que marcassem momentos da vida delas sempre foi um ideal de Rafael, como destacado por ele. Com “Dar As Mãos”, ele espera espalhar sua mensagem de forma ainda maior. “[‘Dar As Mãos’] mostra também a minha vontade de cantar para outros públicos, porque eu sempre cantei pra um universo um pouquinho mais fechado, que é o universo dos amantes do heavy metal, e eu acho que essa música abre a possibilidade de eu conversar, de eu cantar e me comunicar com amantes da música em geral e com as pessoas que estão precisando de uma mensagem de esperança, não necessariamente porque são amantes de música. Ou até endossar campanhas em prol das famílias que estão necessitadas nesse momento”.

Bittencourt quer prosseguir com o projeto, mas ainda não sabe de que forma isso irá acontecer. “Eu gostaria de fazer uma live que envolva os artistas dessa música e que eles possam cantar, mostrar suas músicas, botar seus vídeos para tocar. A gente pode, por exemplo, receber doações que irão direto para uma determinada ONG que vai cuidar de famílias que estão mais carentes. Obviamente a gente pode criar novas músicas com alguns dos [artistas] que participaram dessa vez e com outros que não participaram. De qualquer maneira, nos meus projetos individuais que não estão diretamente ligados ao Angra, eu gostaria sim de conversar com as pessoas que não necessariamente gostam de heavy metal e gostaria de estar envolvido com causas mais sociais”.

Por mais que o futuro seja incerto, o músico reforça que é preciso ter esperança. Ele deseja que, em meio às dificuldades e cenários ruins, a sociedade seja mais unida, empática e solidária. “Como a própria música diz, a gente tem que manter a esperança de que um futuro brilhante irá chegar. E sempre que a gente olhar à nossa volta e perceber que ainda não chegou, a gente não pode desanimar, a gente tem que acreditar que ele virá”, finaliza.

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