Bangers Open Air: confira tudo o que rolou no primeiro dia de festival


 Créditos: Diego Padilha | MHermes Arts | Bangers Open Air

Começou oficialmente o Bangers Open Air 2025. Anteriormente chamado de Summer Breeze Brasil, o festival deu largada nesta sexta-feira (2), com uma espécie de “esquenta” no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Por se tratar de um warm-up, a programação iniciou às 15h e não contou com atrações nos palcos Sun Stage e Waves Stage. Ainda assim, o lineup trouxe grandes nomes e já deu um gostinho do que esperar nos próximos dias. Ao longo da tarde, a organização chegou a confirmar a edição de 2026 por meio dos telões.

Kissin’ Dynamite e Dogma ficaram responsáveis por abrir as atividades. Então, pontualmente às 17h10, o Armored Saint subiu ao palco Ice Stage.

John Bush (voz), Phil Sandoval e Jeff Duncan (guitarras), Joey Vera (baixo) e Gonzo Sandoval (bateria) fizeram no evento um dos poucos compromissos que terão no ano, já que o foco da banda é a gravação do próximo disco de estúdio, sucessor de "Punching The Sky" (2020). Inclusive, o próprio vocalista mencionou durante a performance que o grupo prepara seu primeiro álbum em seis anos, previsto para o ano que vem.

Apesar de problemas com o som, John não deixou de sorrir para a plateia em nenhum momento e fez questão de interagir sempre que possível. Usando uma camiseta do Funkadelic, chamou o Brasil de “lindo país”, perguntou se o público estava animado com a “pré-festa” do festival, pronunciou muitos “obrigado” em português e ainda incentivou os fãs a mostrarem suas habilidades de dança em “The Pillar”, dizendo: “Vocês são dançarinos na América do Sul, todos têm alma em seu país e continente”.

Entre os maiores destaques estiveram “Left Hook From Right Field”, que rendeu uma troca de risadas entre o vocalista e Jeff nos primeiros minutos, “Standing on the Shoulders of Giants”, tocada pela primeira vez no país, e “Can U Deliver”, com John descendo para o meio do público e sendo literalmente abraçado pela galera.

Pouco depois, foi a vez do Pretty Maids fazer sua estreia no Brasil. Ronnie Atkins (voz), Ken Hammer (guitarra), Chris Laney (guitarra e teclado), René Shades (baixo) e Allan Tschicaja (bateria) entraram como se já fossem velhos conhecidos do público brasileiro, ao som da intro de “Mother of All Lies”.

Logo de cara, era impossível não reparar na cartola de René, na característica maquiagem de Ronnie ou na camiseta de Allan, do festival Copenhell, e em sua bandana. Não demorou para que o vocalista arriscasse um “boa noite, São Paulo, tudo bem?” em português e elogiasse: “É fantástico estar no Brasil. Em 43 anos, nunca tínhamos tocado nesse lindo país”.

“Please Don't Leave Me”, dedicada a John Sykes, foi um dos momentos mais emocionantes da noite, assim como “Little Drops of Heaven”, que deu uma desacelerada no ritmo, e a icônica “Future World”, que Ronnie já havia adiantado que o público reconheceria pela introdução. Afirmando que os fãs eram “muito altos”, prometeu que a banda voltará “o mais rápido possível”.

Depois, foi a vez da Metal Queen agitar o Bangers Open Air: Doro. Apostando em clássicos do Warlock, banda que integrou na década de 1980, a rainha alemã do metal incendiou o local com faixas como “I Rule the Ruins”, “Earthshaker Rock”, “Metal Racer”, “Hellbound” e “Burning Witches”. Era possível ver mosh pits na pista e uma plateia totalmente engajada durante o set.

Além do repertório poderoso, a cantora também conquistou pelo carisma e simpatia — especialmente falando em português — e pelo visual característico, sempre balançando a cabeleira loira e sorrindo. Ainda houve espaço para uma homenagem com o clássico do Judas Priest, “Breaking the Law”.

Por fim, Glenn Hughes — que, ao que tudo indica, em breve dará início à turnê de despedida "The Chosen Years" — fechou o warm-up com chave de ouro. Conhecido por ter registrado os álbuns "Burn (1974), "Stormbringer" (1974) e "Come Taste the Band" (1975), do Deep Purple, o baixista e vocalista dedicou o set exclusivamente a canções da banda, com longos trechos instrumentais, deixando de lado sua trajetória no Black Sabbath, Trapeze e outros projetos. E, claro, ninguém reclamou: como não curtir “Burn” e “Stormbringer”, ainda mais com a potência vocal do artista aos 73 anos?

De certa forma, a apresentação parecia marcar um recomeço: o novo visual imponente e sóbrio do músico — sem os cabelos longos, usando óculos escuros e roupas pretas — adotado recentemente, sinaliza um novo capítulo. Ao mesmo tempo, foi também o fim de uma era, já que, segundo o próprio músico no palco, os próximos shows não terão mais foco na discografia do Deep Purple.

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