Breve Festival: Com quem o Keeping Track bateu um papo!

O Breve Festival aconteceu no último dia 9 de abril, na cidade de Belo Horizonte. Com um lineup recheado de nomes consagrados e apostas da música, é óbvio que o Keeping Track não ia deixar de dar uma passadinha na Esplanada do Mineirão e conversar com nossos artistas favoritos.




Os mineiros do Lamparina foram uns fofos e provaram que fazem um ótimo show, mesmo que embaixo de chuva. Em evidência junto com artistas como Djonga e Marina Sena, o grupo falou um pouco sobre a força da música mineira. “Eu acho que o mineiro faz música boa. Digo mais, se tirar os mineiros dos festivais, os festivais não conseguem sustentar online, hein? Joguei a polêmica… Também é importante que as pessoas que têm dinheiro coloquem dinheiro aqui em Minas também, não somente em Rio e São Paulo, e no resto do Brasil também né? Tô defendendo aqui o nosso Nordeste, o Norte que é ainda mais esquecido ainda, Sul também… Mas tô aqui vendendo nós que nós somos bom demais, e tá todo mundo vendo que se investir na gente vai ser bão pra todo mundo.”


Agora, quando perguntados sobre qual artista estavam mais ansiosos para assistir, o grupo foi unânime: “Racionais!”. E os planos e sonhos para o futuro? O desejo é um só: turnê dentro e fora do Brasil!




A dupla Céu e Tropkillaz foi responsável por colocar o pessoal para dançar, principalmente depois que a chuva parou e o Sol deu às caras. E olha que o show não foi especial só para os fãs não, viu? A própria cantora enalteceu muito o público. “É muito bom vir pra BH, Minas… Eu tava sendo entrevistada e a moça falou que o Caetano Veloso sempre começa a turnê dele em Minas. Eu vou começar a fazer isso também, entendeu? Porque é um povo muito diferente, eu não sei dizer, é muito quente, é muito querido, muito doce [...] Eu amo o povo mineiro. Então, eu adoro São Paulo, eu sou de lá, mas aqui é outra energia.”

E em tempos em que tudo vira motivo para briga, a Céu dá uma lição de maturidade e um recado para o futuro. “Eu sou suspeita, né? Porque é a música que motiva a levantar da cama, a ir dormir, tentar ser melhor, tentar ser mais realizada, tentar ter mais empatia, tentar ser uma melhor mãe. É a música que me ensinou tudo. [...] Então, eu me dedico à arte, à essa potência, e eu espero que a gente só cuide, eu acho que falta um pouquinho de cuidado ainda do governo, da mídia, com os artistas, com os músicos e com a música.”

Por último, a cantora falou um pouco sobre os bastidores por trás da inusitada parceria com o Tropkillaz. “Eles são amigos meus há muito tempo. Foi um show que foi encomendado em São Paulo… mas deu muito certo e a gente acabou levando pra frente. E eu gosto muito porque eu amo dançar, então é uma chance de eu poder também abordar [isso]. É divertido, sabe? Eu tenho a minha bandeira do meu jeito e eu posso levar ela pra onde eu for, seja num show do Trop, seja no meu próprio show com os músicos. Eu vou levando do meu jeitinho, acho que isso é também uma dinâmica interessante pra minha carreira como artista, de poder contar de diversas maneiras, sendo eu, sabe?”




O duo Clara x Sofia subiu no palco Radar e entregou músicas dignas do título de pop perfection, além de uma estética digna de artistas A-list. O repertório contou com faixas inéditas e com a mais recente faixa de trabalho, a canção “fico mais leve”, que fala sobre curtir a vida mesmo que em meio ao mundo caótico. Olha, saber dançar em meio ao caos é uma habilidade muito difícil de adquirir, mas a partir do momento que você consegue encontrar este lugar, que não significa deixar passar, mas acho que dar um tempo assim, que seja, dez minutos, cinco minutos, o tempo que for pra você olhar pra você, sabe? E você conseguir, ah! [respirar fundo]. Isso é salvação, porque hoje em dia a gente vê que a maioria dos jovens, né? Minha geração toda é muito ansiosa, é o mal da geração, é muito complicado viver com isso, e permitir ter esse momento é necessário.” 


As meninas ainda deixaram claro o quão importante é trazer um conceito visual forte para cada clipe e cada show. Inclusive foi a Clara que desenhou os looks usados no Breve! “É um pilar do nosso trabalho, a gente sempre fala que tem a questão da moda, da estética, da maquiagem, é tudo um pilar e que ajuda a contar essa história que a música tá trazendo. E agora, no momento que a gente tá lançando um álbum, tá tudo fechadinho [o conceito], então as roupas que a gente usa, o led que fica atrás do palco, os clipes, tudo tá fechado! É um looping de importância!” E para os fãs têm mais uma novidade: o álbum de estreia vem aí! E as meninas estão doidas para colher os frutos desse projeto ainda inédito. “A gente tem muita expectativa pra esse álbum, tá a nossa cara, ele entrega muito dessa nova identidade nossa, então a gente espera que as pessoas entendam, que elas compreendam quem é Clara x Sofia, e que elas queiram shows!



Agora se a gente for falar de show mágico, a resposta é uma só: Luiza Lian. Com uma junção perfeita entre som e imagem, a presença da cantora se mostra uma força magnética em meio ao festival. “Eu acredito que ela [fusão entre imagem e música] acontece desde o momento que eu compus. Eu penso, sinto, e eu acho que a música já é muito imagética. Então, eu sempre tive esse desejo de conseguir não traduzir, mas trazer elementos pras pessoas poderem de fato mergulhar no show, a partir de uma experiência tanto visual quanto musical, né? Estar mergulhado naquilo e poder levar as pessoas pra experiências psicodélicas, né? Sem ter tomado nada. Tomando alguma coisa. Fica à vontade. A critério do cliente.”

E sobre o sucessor do Azul Moderno, Luiza não poupou na hora de passar informações importantíssimas. “Ele está em finalização total agora, mas estamos preparando toda a parte estética. Ele sai esse ano, não sei dizer exatamente qual data ainda.” E a sonoridade? Uma combinação entre a essência e a novidade. “Do jeito que a gente faz música, esse ‘experimentar outras coisas’ é um pouco relativo, porque esse disco não é tão diferente no sentido do fazer, porque sou eu e Charles de novo. Isso significa que, musicalmente, nos arranjos ainda tem muito esse universo eletrônico, das colagens, só que o ‘investigar coisas novas’ tá dentro disso. Eu acho que ele é muito novo por um lado, mas eu acho que quem já acompanha meu trabalho vai reconhecer o lugar das minhas composições. Mas também, na minha visão, que eu vou descobrir depois ou não, ele tem uma investigação nesse lugar um pouco mais da linguagem, do que tá acontecendo no [cenário] internacional mais estranho, né? Pessoas como FKA Twinks, a Rosália. Enfim, investigações são novas, muito novas, mas eu acho que dá pra se reconhecer ali.”

O Keeping Track também conversou um pouco sobre a influência que a religião tem nas músicas da artista. “Isso acontece de uma forma bem natural no meu som, porque eu cresci dentro de um terreiro ecumênico, que é um terreiro de umbanda e de daime. Eu sempre falei ‘ah, a influência da umbanda’, mas recentemente eu fui entendendo que é difícil falar isso, porque a influência é do Umbandaime. Foi uma coisa que abriu esse portal do coração e da conexão da composição, e tudo mais, foi a espiritualidade que veio desse universo.”  


Pra finalizar, Luiza contou um pouco de como é finalmente voltar aos palcos depois de tanto tempo. A experiência é cada vez mais emocionante, porque tem um momento tanto fazendo discos no meio desse processo todo, quanto voltando a fazer show, tem uma sensação de que ‘nossa será que eu sei ainda fazer isso?’ Então voltar e ver que sim, sabemos, e não só sabemos como evoluímos também, e já estamos num outro lugar, mais maduro por ter atravessado toda essa dificuldade, né? Toda essa lama que a gente tá, no Brasil especialmente... Então tá sendo muito especial e eu acho que ganhou ainda uma nova força, um novo sentido que estar junto, estar conectado, trazer mensagens que podem transformar a energia das pessoas e da vida das pessoas”.

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