Sabaton, Saxon e mais: tudo que aconteceu no segundo dia de Bangers Open Air


Créditos da imagem: Rapha Garcia | MHermes Arts | Bangers Open Air

O segundo dia do Bangers Open Air 2025, realizado neste sábado (3), no Memorial da América Latina, em São Paulo, foi marcado por grandes apresentações. Com direito à pirotecnia, discursos emocionados e fãs de diferentes gerações, o line-up trouxe desde lendas do heavy metal até novos representantes do power metal.

Confira um resumo das principais apresentações abaixo!

Sonata Arctica

Uma verdadeira multidão se aglomerava no Hot Stage quando Tony Kakko (vocal), Elias Viljanen (guitarra), Pasi Kauppinen (baixo), Henrik Klingenberg (teclado) e Tommy Portimo (bateria) subiram ao palco pontualmente às 15h20. Mesmo sob um sol escaldante, os músicos pareciam não se incomodar — especialmente Tommy, que vestia uma regata do Kiss nas cores verde e amarela.

Logo após Tony declarar o quanto era bom estar de volta ao Brasil, a banda protagonizou um dos momentos mais marcantes de todo o festival com “I Have a Right”, que incluiu até um trecho a capela. A emoção se repetiu em “Replica”, com os integrantes tirando uma foto juntos antes da execução e Tony cantando o início sentado, e também em “FullMoon”, com o público entoando toda a primeira parte sozinho porque “soaria lindo”, segundo o vocalista. E realmente soou.

Aproveitando a recepção calorosa, Tony fez um discurso importante. Ao agradecer ao público por adquirir ingressos para o evento, prestou homenagem às gerações passadas — “sem elas, nada disso seria possível” — e pediu que a plateia “apoie esse local de shows, aproveitem música ao vivo, continuem mantendo a música ao vivo viva”.

“Don't Say a Word”, com o vocalista explorando expressões faciais, e a divertida “Vodka” encerraram aquela que já pode ser considerada uma das melhores apresentações do Bangers Open Air. Ao som do tema da série “Irmãos de Guerra”, o Sonata Arctica fez uma despedida quase cinematográfica, com reverências na frente do palco e a promessa de que querem voltar ao Brasil.

Kamelot

Escalado para dois dias do Bangers Open Air após o cancelamento do I Prevail, o Kamelot garantiu que apresentaria os maiores sucessos de sua carreira neste sábado (3) — e cumpriu a promessa.

Famosa por sua teatralidade, a banda apostou em diversos elementos cênicos. O vocalista Tommy Karevik iniciou “Veil of Elysium” encapuzado, revelando o rosto apenas na segunda música. Em “Center of the Universe”, usou uma máscara; já em “New Babylon”, mulheres com capas vermelhas subiram ao palco para compor o cenário. Em “One More Flag in the Ground”, Karevik ainda empunhou uma bandeira do Brasil, também estampada no bumbo da bateria.

“Vocês estão aqui para festejar. Se você nasceu em São Paulo, nasceu para ir a shows de metal”, brincou o cantor, sempre elogiando a plateia. Em algumas músicas, a banda contou com o reforço da vocalista de apoio Melissa Bonny, ovacionada pelo público diante de sua impressionante potência vocal.

Para animar ainda mais os fãs, houve um solo de bateria enquanto “Tom Sawyer”, clássico do Rush, tocava nas caixas de som. Também com uma saída digna de cinema, a instrumental “Continuum” fechou a apresentação, com palhetas distribuídas à plateia.


Saxon

Ícones da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM), o Saxon entregou exatamente o que os fãs esperavam: um show lendário. Biff Byford (vocais), Nigel Glockler (bateria), Brian Tatler (guitarra), Doug Scarratt (guitarra) e Nibbs Carter (baixo) demonstraram por que continuam sendo um dos nomes mais relevantes do gênero, independentemente da idade.

Diante de um dos maiores públicos do Hot Stage, a banda apostou em um setlist poderoso (apesar de curto devido ao tempo limitado), com faixas como “Hell, Fire and Damnation”, “Power and the Glory”, “Madame Guillotine” e “Heavy Metal Thunder”. Repetidas vezes, Biff perguntou como a plateia estava e, em uma das interações mais marcantes do festival, recebeu dois coletes com patches de fãs — usoando um deles, com referências a bandas como AC/DC e Accept, durante “Denim and Leather”. Ao vivo, a canção soa ainda mais intensa, com o público assumindo parte dos vocais e elevando a energia.

Ao fim da faixa, o vocalista assinou a peça de roupa e o devolveu ao admirador, arrancando risadas. Mais perto do fim, em “Wheels of Steel”, filmou a plateia com seu celular e deixou uma promessa: “Vamos ver vocês de novo muito em breve”.

Powerwolf

Formado em 2003, o Powerwolf provou seu impacto após duas décadas de carreira. Na espera pelo show, era possível ver desde um garoto de cerca de 10 anos colado à grade lateral com o avô até um homem fantasiado com uma máscara de lobo, apelidado de “lobinho” pelo público, ansioso pela performance.

Sem dúvida, o grupo trouxe um dos palcos mais imponentes do festival: plataformas inspiradas na arquitetura gótica, um pedestal em forma de adaga com cruz, além de um escudo posicionado nas laterais. Ao som de “Bless ’em With the Blade”, Attila Dorn (vocais), Falk Maria Schlegel (teclados), Markus Pohl (substituindo Matthew Greywolf na guitarra), Charles Greywolf (baixo) e Roel van Helden (bateria) entraram em cena com pinturas faciais e roupas escuras.

Não demorou para que Attila agradecesse à recepção calorosa e mencionasse que essa era apenas a segunda passagem do grupo pelo país e que queriam “celebrar o sagrado heavy metal”. “São Paulo é louca e totalmente possuída pelo heavy metal”, brincou.

Para além da posição de tecladista, Schlegel era quase um animador de plateia. Fazia gracinhas, pulava, dançava com o vocalista, pegava bandeira e gesticulava com o público ao longo de todo set.

Tanto “Armata Strigoi” quanto “Werewolves of Armenia” tiveram dinâmicas legais com o público, que pôde cantar partes específicas da letra junto ao grupo e obedecer os comandos do cantor. Em “Dancing With the Dead”, o vocalista pediu até para que os fãs “mexessem os quadris um pouco” porque era a hora de dançar.

Diante de tanta empolgação e da quantidade de gente amontoada em todas as áreas só para ver o Powerwolf, Dorn prometeu que voltarão. Finalizando, “Wolves Against the World” nas caixas de som deixou um gostinho de quero mais, mesmo após 1h15 de apresentação.


Sabaton

Headliner do dia, o Sabaton trouxe um grande espetáculo para o Bangers Open Air. Joakim Brodén (voz), Chris Rörland (guitarra), Tommy Johansson (guitarra), Pär Sundström (baixo) e Hannes Van Dahl (bateria) entraram com suas características calças com estampa militar e executaram “Ghost Division”, a primeira do set, com fogos saindo do palco. Num geral, a performance inteira contou com muita pirotecnia: chamas, fumaças e até o que pareciam sinalizadores em “Night Witches”.

“Acho que deveríamos tocar aqui com mais frequência. É muito bom estar de volta na América Latina. Sentimos falta de vocês. Todas as vezes que viemos para cá, fico impressionado. É sempre melhor, mais feroz e mais louco”, pronunciou o vocalista em diferentes momentos. Apesar da pose tida como “temível” para alguns, o cantor fez inúmeras gracinhas, desde deixando palhetas na careca em “Bismarck” até pegando uma guitarra cor de rosa da Hello-Kitty para tocar o riff de “Master of Puppets”, do Metallica, entremeado com “Resist and Bite”.

Sobrou espaço para “Stormtroopers”, descrita como uma “música mais rápida”, “Carolus Rex”, cantada em sueco, e “Soldier of Heaven”, uma das partes favoritas do show para Brodén, segundo o próprio. “Christmas Truce” teve ainda o público ligando as lanternas, proporcionando emoção ao repertório, encerrado com “To Hell and Back”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário