Bemti transforma coração partido em uma musicalidade sem igual em “era dois”


Carregado em emoção, o mineiro Bemti lançou seu primeiro álbum de estreia pós-Falso Coral, intitulado era dois, que nos guia por uma experiência de sentimentos banhado pela verdade e pureza do cantor.

Quem disse que coisas bonitas não podem vir de um coração partido? É exatamente essa indagação que temos ao terminar de ouvir o debute do cantor. Em clima pós-termino, Bemti nos envolve em pura reflexão no poético era dois. Acompanhado de instrumentos de corda e experimentações com alguns synths, o mineiro apresenta uma sensibilidade sem igual através da narrativa poética de cada canção.

Guiado pelo clima tranquilo da “Intro”, Bemti já nos dá uma prévia da catarse de emoções que está por vir. A sua voz forte ganha vida na pulsante e introspectiva “Me Dei Um Novo Nome”, onde o cantor grita renovação e nos impacta com uma marcha deliciosa, contagiante e inspiradora.


Com vocais carregados de sentimento, o mineiro lava a nossa alma de forma simples e apaixonante em “Gostar de Quem”, faixa em que ele admite sua negação ao amor com uma musicalidade extremamente iluminada, assim como um raio de sol em um dia de inverno.

Mas nada se compara à vulnerabilidade e dramaticidade interpretada em “Tango”, sua brilhante colaboração com Johnny Hooker. De forma crua e áspera Bemti e Johnny apresentam um amor tóxico através de um clima desolador acompanhado por violinos, que dão um toque de sensibilidade bem singular. O clipe da faixa agrega ainda mais expressividade à canção.


A fragilidade da faixa anterior se transforma na tropicalidade doce e exótica de “Eu te Proíbo de Ter Esse Poder Sobre Mim”. Nesse momento, o cantor parece estar tomando a primeira viagem ao conformismo e à superação, nos envolvendo com uma leveza impressionante e realmente inspirada. Com layers e synths, a mesma fluidez é aplicada em “Às Vezes Eu Me Esqueço de Você”, parceria com Natália Noronha (Plutão Já Foi Planeta). A faixa traz uma positividade impactantes que nos faz levitar, dar adeus às lamentações e nos guiar a um recomeço. É o começo de um novo ciclo do disco.

Partindo para instrumentais mais inspirados, temos “A Gente Combina”, faixa que faz o nosso coração palpitar, nos fazendo mergulhar em uma emoção surpreendente. E, como uma maré que bate e volta, “Carta a um Marinheiro”, colaboração com Marisa Brito, mantém a doçura e a harmonia melódica da anterior.


Ao final, portanto, é quando a esperança de renovação é consolidada. “Jaguar”, cantada em inglês, é quando Bemti afirma o autoconhecimento e amor próprio. Isso é claro, desde os versos cantados até o coro de crianças, responsável por agregar um valor genuíno que cresce através de forma encantadora. “Outro”, parceria com Tuyo e última do álbum, encerra a narrativa com um tom angelical que cativa nossos corações e enche os olhos de fé e positividade. É realmente mágico.

Com uma voz cheia de personalidade, Bemti soube estabelecer um mix de emoções que viaja por águas calmas e selvagens, transmitindo sua verdade para inspirar qualquer pessoa que já passou pelo caos perverso de um coração pertido. Com um trabalho feito de coração e alma, o mineiro apresentou um tom poético que é exatamente o que esperamos de um artista hoje em dia.

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