Coldplay nos leva a uma viagem espacial com "Music Of The Spheres"

Uma das maiores bandas da atualidade está de volta com uma sonoridade muito alegre e cativante. O nono álbum de Coldplay, o Music Of The Spheres, está entre nós pronto para nos transportar numa viagem intergaláctica que mistura muitos ritmos e muitos mundos!

Coldplay tem mais de 20 anos de estrada, reúne muitos prêmios, 9 álbuns de estúdio e turnês de estádio famosíssimas no mundo inteiro. É difícil ver alguém que não conheça alguma coisa da banda. Mais fácil ainda saber que eles vivem mudando e cada trabalho traz um conceito e uma sonoridade diferente. O fato é que sabemos que eles são mais conhecidos pelos seus álbuns mais pop e coloridos como o Mylo Xyloto e A Head Full Of Dreams. Music Of The Spheres é o recém-chegado que tem tudo para bombar e movimentar multidões em estádios!

Esse é um álbum bem diferente do anterior, Everyday Life, porque foge da pegada preto e branco e das muitas críticas políticas. O nono trabalho do grupo traz de volta o amor em suas muitas maneiras e se enquadra num som mais pop e experimental, afinal, se queremos um Coldplay dos anos 2000 é só ouvir os álbuns daquele período. Essa foi uma dica útil da própria banda, que também afirmou que eles não querem ser o que eram no passado, porque é sempre melhor experimentar coisas novas. E eu só posso concordar!

Music Of The Spheres carrega muitos conceitos e chega a me lembrar a era de Mylo Xyloto. Dessa vez, eles criaram um novo sistema solar, com 12 astros que representam cada uma das músicas do álbum. Cada astro tem sua linguagem, forma e significado. Além disso, tem as participações de Selena Gomez, We Are KING, Jacob Collier e BTS, que deram um toque muito diversificado ao longo das faixas, que inclusive algumas são nomeadas com emojis - e a resposta da banda para isso é um “por que não?”.

E se posso descrever esse trabalho em uma palavra, talvez eu escolha diversidade, porque segue justamente o objetivo deles de apresentar um universo sem fronteiras onde somos todos um! Com este, eles revivem o conceito de que somos todos uma única banda. Antes de apresentar as faixas deixo em destaque as frases que eles têm trazido para o conceito: “We are All One in the universe” e “Everyone is an alien somewhere”.


Com introdução e interlúdios, o compilado é muito coeso e nos faz parecer numa viagem de verdade. Na abertura com “Music Of The Spheres I” é como decolar de uma nave direto da Neon Moon I (astro representante da faixa) para Kaotica, o planeta que representa “Higher Power”, a música que deu origem ao álbum, gravada a partir de uma ideia de Chris Martin depois de usar sons de uma pia de banheiro para compor. A ideia louca funcionou perfeitamente e essa é uma das mais contagiantes!

Não distante, a sequência perfeita é “Humankind” que explica que mesmo sendo de planetas diferentes ainda somos seres humanos. Definitivamente uma das minhas favoritas e tem absolutamente tudo para agitar os shows e festivais. Conta com a linguagem Mirror Text do planeta Echo, que representa a dualidade; a melodia explosiva nos leva a quase uma dobra espacial, pela qual somos encaminhados ao “Alien Choir”, interlúdio representado pelo planeta surreal Kubik que num som bem experimental nos deixa nas mãos de “Let Somebody Go”, no planeta água, Calypso. Essa faixa tem a presença de Selena Gomez encaixada perfeitamente em um dos melhores duetos da banda que construiu uma balada que fala sobre como às vezes amar é também sobre deixar ir.

“Human Heart” é quem vem em seguida representada por Supersolis, o planeta fogo. Uma faixa pouco comum, com efeitos vocais diferentes, sem instrumentos e ligações de We Are KING e Jacob Collier, que tornaram tudo parecido a um coral emocionante, encaminhando a viagem para Ultra, o planeta das tempestades da música “People of the Pride” - que definitivamente é a minha favorita do álbum. Essa é um rock BEM rock, contagiante e forte, com muitas pegadas de guitarra e bateria misturadas a uma orquestra. Com certeza uma das que mais vai agitar multidões e que traz à tona o orgulho de ser quem você é. Levantamos as bandeiras e berramos rock por aqui!

E depois da tempestade de orgulho, entramos num mundo mais verde em Floris, o planeta planta, que traz como voz um “alien” (a voz distorcida de Chris) que dueta com Chris Martin numa romântica que desabrocha o amor para além do universo. "Biutyful" é uma das mais diferentes do álbum e da banda. Mais experimental com efeitos não muito comuns, mas que nos cativa e passa a viagem para “Music Of The Spheres II” interlúdio do astro Neon Moon II, que passa por multidões de vozes do universo nos entregando a “My Universe”, parceria com BTS representada por Epiphane, o planeta efervescente. Nunca imaginaríamos que essa parceria cairia tão bem! Energética, forte e dançante, essa é uma canção para afastar todos os Silencers (os personagens vilões que tentam apagar o som de todos os planetas).



Indo a “Infinity”, no planeta robô Infinity Station, a banda relembra a energia dos estádios para matarmos a saudade do tanto de tempo sem shows. E finalizamos a viagem em Coloratura, o pós-vida com uma canção de mesmo nome. Também a maior canção já feita pela banda, misturando um show de emoções que por si só já parece uma viagem ao que seria o pós-vida, recheada de instrumentos, não poderia ter faixa melhor para finalizar. São 10 minutos que parecem 3, que podemos cantar junto e chorar.

Como Coldplay mesmo disse que não gostariam de voltar ao que eram antes, não arrisco dizer que Music Of The Spheres é um novo conceito de Mylo Xyloto, mas que passeia inspirado por ele, um dos maiores feitos da banda. Esse conta com clipes grandiosos, e visualizers incríveis que despertam muita curiosidade sobre os conceitos e definitivamente, esse é um trabalho com força para turnês, com cores o suficiente para gritarmos como uma única banda!

E por falar em turnê, em breve o grupo estará rodando o mundo com toda uma turnê focada em sustentabilidade! Com direito a parada no Rock In Rio 2022 e com mais datas a anunciar… estaremos de olho!

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