Tom Fleming, ex-vocalista do Wild Beasts, conta tudo sobre o projeto solo "One True Pairing"

Para quem não sabe, Tom Fleming, ex-vocalista da consagrada Wild Beasts está de volta, agora com um projeto solo, o One True Pairing. Com sintetizadores agressivos e uma deliciosa guitarra, o músico já lançou dois singles e virá com novo álbum bem em breve. Com tanta coisa acontecendo, não podíamos deixar de bater um papo com Tom!

Confira a entrevista na íntegra:

KT: Vindo de uma longa carreira com o Wild Beasts, como é para você seguir carreira solo e quais são suas motivações para começar novamente do zero? 

Tom: Bom, tem sido uma curva de aprendizado. Eu sabia que não seria como antes, mas toda a confiança e determinação necessária foi algo novo para mim. Acredito que tenha um senso de me redescobrir na música. É uma longa carreira e quero dar um motivo para as pessoas me ouvirem novamente, com coisas novas e uma energia diferente. Eu também amo fazer shows pequenos e ir para lugares exóticos, e essa é a chance de voltar a fazer isso.

KT: Da onde veio o nome "One True Pairing"?

Tom: Eu queria algo que tivesse a ver com o que estou fazendo novamente, incluindo letras românticas e positivas, mas o nome é como uma barreira para toda a raiva e negatividade do entorno também. Estou tentando achar esperança em todo absurdo atual.

KT: Quais são as maiores diferenças da banda, musicalmente falando?

Tom: As músicas do Wild Beasts eram mais doces e cheias de camadas. Para esse projeto, eu queria ser mais direto e irregular. Queria que meus fãs pudessem me ouvir deliberadamente, de forma bem desapegada. Tem algumas semelhanças, mas minha mentalidade escrevendo as novas músicas está completamente diferente, de forma mais crua.


KT: Quais foram as maiores inspirações para esse novo som?

Tom: Na real, eu queria fazer um disco mais rock, mas com um pé nas músicas que ouço hoje atualmente. Então você consegue sentir influências de Springsteen, Scott Walker, mas também JPEGMAFIA e Bark Psychosis, etc. Este disco tem um coração de rock, mas tem um pouco da clautrofobia britânica e toda a raiva do pós-capitalismo.


KT: O que os novos singles representam para você e o álbum como um todo?

Tom: Elas são faixas bem diferentes, mas ambas com a essência de sintetizadores digitais, grandes guitarras e muita bateria que se juntam aos vocais. Elas foram as primeiras faixas que escrevi para o disco, então elas me ajudaram durante o processo, dando um tom para o resto das músicas.

KT: E como foi trabalhar com Ben Hillier durante o processo criativo? Quais foram os maiores desafios que vocês escontraram?

Tom: Não tem preço que pague ter alguém como Ben durante esse trabalho. Como sempre tive outros colaboradores, eu precisava de alguém que me ajudasse, ainda mais porque eu sempre tendo a odiar o que escrevo logo de cara. Ele sempre me entendeu e me apoiou, ainda mais com as ideias mais estranhas. As ideias são muito delicadas e pessoais, e elas precisam de tempo e espaço para se tornarem o que precisam ser. Foi um grande desafio, mas Ben foi ótimo em criar este espaço e é possível sentir isso durante todo o disco.

KT: Para deixar os fãs ainda mais ansiosos, quais são as faixas que você mais está ansioso para eles ouvirem e por que?

Tom: Estou muito satisfeito com "Reaper of Souls". É sobre uma linda bagunça, escrita em um momento sem esperança. Também estou bem orgulhoso de "Dawn at the Factory", que traz um tom mais político, e com uma ótima guitarra.