Aretuza Lovi fala sobre luta contra a depressão, o álbum "Mercadinho" e a tão aguardada turnê

Recentemente, o tão aguardado álbum de estreia de Aretuza Lovi foi lançado. Mercadinho reuniu um vários ritmos com letras descontraídas e participações especiais maravilhosas. Com tanto coisa acontecendo na carreira da artista, batemos um papo com ela sobre sua carreira, o debute e uma possível turnê que está por vir. 

Para quem não sabe, Aretuza Lovi surgiu já faz alguns anos, mas nunca esteve tão popular quanto agora. Contratada pela Sony Music Brasil, a drag queen criada por Bruno Nascimento tem um carisma único. Despojada, divertida e animada são estados de humor em que você irá, frequentemente, encontrar Aretuza. Mas nem sempre foi assim.

Antes do surgimento de Aretuza, Bruno saiu de casa, com 17 anos. Morou em diversas capitais do país, até ter que retornar para Brasília, para a casa dos pais, quando as oportunidades eram complicadas. Nesse período, Bruno entrou em depressão - e fala abertamente sobre isso. Hoje, leva alegria e amor para onde vai como Aretuza Lovi.

Com tanta história pra contar e com uma carreira cheia de conquistas, aproveitamos para conversar sobre isso e muito mais com a artista, que é extremamente simpática, despojada e amigável. Uma entrevista se transforma numa conversa e ela nos contou várias coisas. Confira:

KT: Eu soube que você passou por um momento em que enfrentou a depressão. Estando atualmente onde está, qual conselho você dá para as pessoas que também passam por isso?

AL: Um forte momento, inclusive. Mas eu acho que o importante num momento desses é se rodear de pessoas que querem o seu bem, que amam você e te apoiam. O tratamento é importante, as medicações são essenciais, mas principalmente o amor e a fé. Me apeguei muito à Deus nessa época, porque Deus não é uma religião ou uma crença, Deus é tudo. Com isso tudo, você se sente com vontade de melhorar e sair dessa.

KT: Atualmente, você é contratada da Sony Music Brasil e traz muita visibilidade para aqueles que tem um sonho, mas acham que não se encaixam no gosto popular. O que você teria a dizer para essas pessoas?

AL: Tem oportunidades pras pessoas, sim. É só correr atrás, investir nisso, e eu não falo financeiramente, mas na formação do seu talento, e fazer o que você ama. Não faça “ah porque deu certo pra fulano então vai dar certo pra mim”. O que artistas como eu e também a Pabllo, que é contratada da Sony também... o que alcançamos até agora foi muito batalhado. Só a gente sabe os sabores e os dissabores que a gente passou até chegar aqui. Então, as pessoas tem que pensar “poxa eu quero isso? então eu vou atrás disso”. Com muito respeito, responsabilidade, sem passar por cima de ninguém porque tem espaço pra todo mundo. 

KT: Em relação à maturidade artística, podemos ver que os singles de Mercadinho são extremamente divertidos, bem compostos e sempre com clipes impecáveis. Qual a maior diferença que você sente como artista entre Mercadinho e seu primeiro EP, o PopStar?

AL: (risos) Então, PopStar foi um EP que eu gravei numa casa sentado na cama com o microfone de mão e um pano amarrado no microfone pra não dar ruído. Hoje, com o Mercadinho, eu gravo num dos melhores estúdios onde grandes nomes estiveram. Existem muitos haters que dizem que eu não sei cantar, mas eu estou me fazendo cantora. Estou descobrindo minha voz e como ser humano eu posso me permitir a tudo. Por isso eu vejo um amadurecimento gigante nisso, e o próximo vai ser melhor ainda. Só tende a melhorar, porque eu quero um pisão atrás do outro! (risos)


KT: Eu acho genial a forma como você passeia por todos os estilos musicais e amo o conceito de Mercadinho, porque é uma síntese do álbum sem ser um conceito óbvio. Você poderia explicá-lo para quem ainda não sacou?

AL: Então, o Mercadinho surgiu de uma música, e assim, dentro de um mercado você tem várias opções de produto. Cada coisa agrada um público diferente, e no meu mercadinho, você vai ter vários estilos musicais. Uma mistura, porque eu não queria que fosse algo só pop ou só funk. Eu tentei trazer tudo isso e um pouco mais de uma forma que pudesse agradar aos mais diversos gostos. 

KT: Nele, você já colaborou com grandes nomes como Iza, Valesca, Solange Almeida e até as também geniais Gloria Groove e Pabllo Vittar. Como essas parcerias surgiram?

AL: Quando eu pensei no projeto, que aliás esse projeto sempre foi um sonho, eu queria pessoas que compartilhassem da minha verdade. E essas pessoas que estão no meu álbum são cantores maravilhosos, são parte da minha vida, temos incontáveis histórias juntos. Foi natural chamá-las para cantar comigo, tanto que quando eu chamei elas vieram com toda alegria, ficaram super felizes com o resultado. Tão até tocando nos shows delas! Antes de falar contigo, por exemplo, eu estava falando com a Valesca, que me disse que hoje mesmo que já ia colocar nossa música no show dela, que é “Batcu”. E elas, todas, eu posso dizer que são grandes amigas. 


KT: Qual a canção mais especial do álbum pra você?

AL: Ai meu Deus do céu… então, assim, não tem como escolher! (Risos). Se eu pudesse, andava com meu cd abraçado, levava pra passear, eu tô tão apaixonada pelo meu disco! Não tem uma música em especial, todas são a minha verdade, são a minha cara.

KT: E a turnê do Mercadinho? Vai passar pelo Brasil inteiro?

AL: Tem que pedir pra contratarem!!! (Risos). Mas vai ter turnê sim. Toda temática, dentro do universo de um “mercado”, mas é um passo de cada vez. Quero visitar o Nordeste e outras regiões, tenho um carinho imenso por esses lugares!

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