Wiz Khalifa esbanja ostentação na sequência de "Rolling Papers"


Quatro anos depois de ter lançado seu último álbum de estúdio, o rapper Wiz Khalifa está de volta com a continuação de Rolling Papers, disco de 2011 que é, sem dúvidas, um dos maiores sucessos do rapper. Agora é hora para a questão que não quer calar: será que o novo disco faz jus ao nome de Rolling Papers?

Para quem não sabe, Rolling Papers foi o primeiro álbum de Wiz Khalifa em uma grande gravadora (Atlantic Records/Warner Music). Sendo assim, o rapper ganhou uma divulgação e produção de primeira, garantindo ótimos sucessos que marcam sua carreira até hoje, como “Black and Yellow” e “Roll Up”. 

O tempo se passou com Wiz nos entregando ótimos hits ao longo dos anos e, tendo lançado seu último álbum em 2014, agora ele volta com uma missão: repetir a qualidade de Rolling Papers com sua continuação. Para isso, o rapper preparou pra gente 25 faixas para uma experiência ainda completa para os fãs. Além disso, nesse novo projeto, Wiz Khalifa tem ótimos convidados o acompanhando: Snoop Dogg, Gucci Mane, Curren$y, Swae Lee, Bone Thugs-N-Harmony, Jimmy Wopo, Chevy Woods, Ty Dolla $ign e muitos outros. 


Vendo por esse ponto, Rolling Papers 2 realmente parece ser um álbum e tanto, né? Porém, o mesmo encontra certas dificuldades para envolver seu público por 25 faixas corridas. Logo nas primeiras faixas, em “Hot Now” e “Ocean” já percebemos que vamos ter o típico Wiz Khalifa de sempre, ostentando drogas, festas, mulheres e seu sucesso de forma, sem limites. Ele poderia entregar um álbum mais diverso e introspectivo como Drake fez com Scorpion? Poderia. Porém, o rapper preferiu deixar qualquer narrativa mais aprofundada de lado para se manter no esplendor de sempre, o que se torna cansativo em algumas vezes. Mas é isso: Wiz Khalifa é assim e isso nunca vai mudar.

Partindo dessa premissa, conseguimos até ignorar a grande quantidade de fillers do álbum para apenas curtir o material como um todo de forma despretensiosa. Rolling Papers 2 é o tipo de disco para deixar tocando enquanto você aproveita para fazer outras coisas. De uma forma ou de outra, pelo menos a produção se mantém incrível do começo ao fim, trazendo um hip hop realmente de qualidade. Temos, sim, alguns pontos fracos, como “Very Special” e “Holyfield”. Porém, por outro lado, não podemos deixar de enaltecer o impacto bem expressivo de alguns hinos do álbum.

“Penthouse”, parceria com Snoop Dogg, traz uma performance ousada e cheia de atitude. “Goin Hard” tem um dos flows mais chamativos do álbum, que faz com que a gente realmente entre na vibe sassy da música. A suave “Reach For The Stars”, parceria com Bone Thugs-N-Harmony, segue como uma das mais iluminadas do disco, com um potencial comercial comercial gigantesco, naquela mesma linha que fez de “See You Again” um hit.



Algo que agregou muito ao álbum, em nível indiscutível, foi a presença em massa de THEMXXNLIGHT nas canções “Mr Williams”, “All of a Sudden” e “Homework”. Wiz Khalifa fez um ótimo trabalho ao convidar o duo para participar do álbum, nos apresentando uma grande promessa do R&B. A dupla americana trouxe um tom refinado completamente singular ao disco, com um soul que quebra um pouco o hip hop saturado do álbum. Acertou em cheio!

No geral, o disco pode se manter disperso e repetitivo em algumas vezes, principalmente pelo seu tamanho longo, porém ao mesmo tempo ele traz tudo o que se espera de um disco de Wiz Khalifa: batidas ardentes, uma fluidez ousada e letras sobre festas e ostentação. Rolling Papers 2 não se compara ao seu álbum de sucesso de 2011, mas ele não deixa de ser um lançamento para se curtir com os amigos. Querendo ou não, a essência de Wiz está impressa em cada música.

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