Bemti fala sobre o universo renovador de "era dois" e revela preparos para o seu aguardado show em São Paulo

Já conhecido pelo seu trabalho com a banda Falso Coral, Bemti agora se aventura na carreira solo e encanta todos a sua volta. Seu álbum de estreia, era dois, já conquistou o Brasil com o seu “queer-synth-folk” guiado pela viola caipira. O músico mineiro agora está prestes a trazer à vida o universo particular do seu debute para uma apresentação imperdível marcada em São Paulo, no Sesc 24 de Maio, para o dia 22 de novembro, prometendo até as ilustres participações de Nina Oliveira e Johnny Hooker. Aproveitando esse momento iluminado de sua carreira, Bemti conversou com a gente sobre o álbum de estreia e o tão aguardado show que o acompanha. 

Confira a entrevista na íntegra:

KT: Você já tem um projeto muito legal com a Falso Coral e com a banda você já tem muita estrada rodada. Quando você sentiu a necessidade de embarcar também na carreira solo? 

Bemti: O projeto solo tomou forma no ano passado, em 2017, que foi um ano de reconstrução na minha vida. No Falso Coral, eu não sou o vocalista, mas componho a maioria das músicas. E nesse primeiro disco solo, o era dois, 09 das 10 músicas eu fiz ano passado, enquanto trabalhava com a banda. É um disco literalmente sobre o processo de reconstrução que eu tive com rupturas de amizades, de relacionamentos, ruptura profissional. 

E nessa história toda, eu não conseguia enxergar as músicas que eu estava escrevendo cantadas por outra pessoa. Precisei tomar essa coragem de tentar uma coisa minha. Aí gravei a minha primeira música, “Gostar de Quem”, com uma pegada eletrônica e mais minimalista que o Falso Coral, e entendi o que queria do meu projeto solo e decidi tentar fazer o disco.


KT: E com o tempo, como foi surgindo o “era dois”? 

Bemti: O disco foi ganhando forma nesse período de turbulência da minha vida. Ele é um disco muito terapêutico e estou achando muito legal receber o retorno de pessoas que estão ouvindo e se identificando muito com ele, porque eu sinto que é um trabalho que também me salvou de certa forma. 

Ele tem uma narrativa bem definida de começo, meio e fim. E o jeito mais óbvio é você achar que é só sobre um relacionamento que está terminando, mas nas entrelinhas do disco você consegue perceber que é sobre qualquer forma de reconstrução pessoal. Você pode ver até mesmo na capa, que é meu rosto e o inverso dele em aquarela. Assim, queria deixar claro que é sobre tentar se encontrar no meio de vários rascunhos de si mesmo. É uma busca que não termina nunca, mas você está sempre se renovando.

KT: Você teve alguma grande inspiração musical para a criação do seu próprio universo de “era dois”? 

Bemti: Como é o meu primeiro disco solo, virou quase que uma obsessão controlar o universo sonoro, porque o que eu queria abrangia muitas coisas. Minha principal influência é o rock alternativo do começo dos anos 2000, mas também tem muitas outras: músicas brasileiras dos anos 70, como Clube da Esquina, até as mais atuais, como Tulipa Ruiz, Baleia e Cícero; além da música alternativa mais contemporânea, como James Blake. Dessa forma, eu e o Luis Calil construímos um universo bem amplo, em que a viola caipira vai para campos diferentes da MPB, música alternativa e do pop.

KT: E quanto à recepção do disco pelo público, o que mais te marcou

Bemti: Assim que eu lancei o disco, senti uma coisa completamente inédita, que foi não conseguir ler a quantidade de comentários e mensagens que tinha recebido. 

Com os singles já lançados, incluindo “Tango”, com Johnny Hooker, acabei criando uma expectativa pelo disco, que já na primeira semana teve 120 mil plays no Spotify. O boca a boca foi muito bom e as críticas foram excelentes. Até hoje recebo mensagens de pessoas que acabaram de descobrir o álbum e se apaixonaram. Isso eu acho muito legal, ainda mais por ser um projeto independente.


KT: E agora essa reação só tende a expandir, já que você está levando o show para os palcos. No Sesc 24 de maio você vai apresentar o show de “era dois”, no dia 22 de novembro. O que podemos esperar desse show? 

Bemti: Esse show vai ser o primeiro com a formação completa. Já venho fazendo alguns shows mais intimistas em formato de viola caipira e piano, com o Cauê Lemes, meu pianista. E dessa vez, além do Cauê, terei a Naná Rizinni na bateria. Também vou contar com algumas projeções bem diferentes e as participações especiais da Nina Oliveira e do Johnny Hooker. Quero todo mundo lá assistindo e curtindo. Inclusive, espero que, com ele, eu consiga entrar no circuito de festivais no ano que vem. 

KT: Tem algo da sua performance que é bem particular de você como artista? 

Bemti: Como eu estudei audiovisual, estou me preocupando muito com as projeções do show, que eu mesmo estou editando. Eu acredito muito nessa sincronia da música com a imagem, que já mostrei muito bem nos meus clipes, em que editei, roteirizei e co-dirigi. Esse seria um grande diferencial meu. Quem for me ver, vai mergulhar nas minhas próprias interpretações através das imagens.


NÃO PERCA ESSE GRANDE SHOW:

Data: 22 de novembro (quinta-feira)
Horário: 21h (início do show)
Local: Teatro | 1º subsolo (216 lugares)
Ingressos: R$ 30 (inteira); R$ 15 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 9 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). Ingressos à venda a partir de 13/11, às 16h30, no portal sescsp.org.br, e 14/11, às 17h30, nas bilheterias das unidades da rede Sesc SP. Venda limitada a 4 ingressos por pessoa.

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