Parkway Drive, Bruce Dickinson, Lamb of God e mais: confira tudo o que rolou na primeira edição do Summer Breeze Brasil

Pela primeira vez no Brasil, aconteceu no último fim de semana o festival Summer Breeze, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Voltado para o público do rock e do metal, o evento originalmente europeu contou com mais de 40 bandas no line-up, quatro palcos diferentes, sessões de autógrafos e palestras exclusivas, durante dois dias de programação.

Entre as atrações, estavam nomes como Blind Guardian, Lamb of God, Stone Temple Pilots, Stratovarius e Sepultura.

Confira abaixo relatos dos shows e atividades que pudemos acompanhar e um resumão a respeito dessa primeira edição! 


Sábado, 29 de abril

Crypta

Sem dúvidas, o Crypta é um dos nomes femininos mais fortes do metal nacional. Fundada em 2019 e atualmente composta por Fernanda Lira (voz/baixo), Tainá Bergamaschi (guitarra), Jéssica di Falchi (guitarra) e Luana Dametto (bateria), a banda de death metal tem shows marcados por toda Europa neste ano e ficou encarregada de abrir as apresentações do Ghost no Brasil, em setembro. Era impensável, portanto, um festival do estilo sem a presença das musicistas.

O set no Summer Breeze começou com “Death Arcana”, que teve um pequeno problema técnico no início, com o microfone de Fernanda mudo, mas que logo se resolveu - apesar do som ter continuado deveras baixo. Mesmo com um sol escaldante, o público, trajado de preto, manteve a animação no alto durante todas as faixas, rolando até um surf crowd. Não é à toa que a vocalista agradeceu a recepção calorosa e o apoio ao metal nacional por diversas vezes.

Ao longo das dez canções, o quarteto mostrou um som afiado. Ao meu lado, ouvia comentários do tipo “elas são f*da mesmo”, “olha aquela batera”. Inclusive, as interações entre as guitarristas e os vocais guturais de Fernanda valem uma menção especial, pois roubaram a cena.

Além da técnica “fry scream”, Fernanda ainda se destaca pela expressividade em cima do palco. Em “Possessed”, por exemplo, era quase como se seus olhos estivessem pegando fogo, enquanto mantinha a performance no Sun Stage.

Ela dedicou “Kali”, “sobre a deusa da p*rra toda", para as mulheres da plateia, e pediu destruição em “Starvation” - marcada pela sincronia entre as integrantes. “Eu queria agradecer principalmente a cada um de vocês que está aqui, a cada metaleiro, a cada headbanger, a cada metalhead ao redor do mundo. Sem vocês não existe cena, não existe nada. Essa última música fala sobre renascer e morrer quantas vezes for preciso para chegar onde a gente quer. E a Crypta renasceu das cinzas recentemente, se não fosse vocês, tudo teria sido muito pior”, revelou ao final, em provável referência ao acidente que destruiu o motohorme da banda em abril.

Por fim, o grupo entoou “From the Ashes” - com mais gritos vindos dos fãs - antes de despedir-se. O público até pediu por mais, mas Lira brincou que elas não tinham mais músicas e que um novo álbum sairá em breve.

Viper + Shaman

Andre Matos, lendário vocalista do Viper, Angra e Shaman, nos deixou aos 47 anos, em 2019, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Devido ao impacto de seu trabalho para o metal, o Summer Breeze organizou uma homenagem ao cantor, com membros das bandas anteriormente integradas por ele.

A celebração teve início com o Viper. De forma visível, os integrantes estavam se divertindo em cima do palco, sobretudo o baixista Pit Passarell, e deram um momento mágico ao executarem “Living for the Night”. Devido ao atraso, tiveram os minutos de performance reduzidos.

Após, o Shaman, acompanhado de Rafael Bittencourt e Felipe Andreoli em certas canções, subiu ao palco. Nos últimos meses, a banda esteve rodeada de incertezas por causa do baterista Ricardo Confessori, substituído, então, por Rodrigo Oliveira.

Sempre que podia, o líder Alírio Netto ressaltava a emoção da performance, que, em suas palavras, estava sendo feita no improviso e praticamente sem ensaio. Ele descreveu o repertório como “um bem bolado, para todo mundo cantar” e comprovou posteriormente o acerto das escolhas. Também, agradeceu à Bittencourt e Andreoli por terem pego um avião às cinco da manhã para estarem ali e afirmou: “O heavy metal é unido, a gente se protege, tentando fazer o melhor, para suprir nosso amor louco por essas músicas.”

Ele abraçava os outros integrantes, tornando o momento ainda mais intimista. A dramaticidade ganhou um nível maior em “Fairy Tale”, com Netto no piano. Para começar, contou que, ao conhecer André, ele usava uma blusa do álbum News of the World, do Queen. Por isso, sem conseguir se ouvir no retorno, tocou um pedacinho de “Who Wants to Live Forever” e fechou com o clássico nacional.

Palestra Bruce Dickinson - exclusiva para a modalidade de entrada "Summer Lounge"

Bruce Dickinson, definitivamente, ama o Brasil. Considerando apenas os últimos dois anos, o vocalista do Iron Maiden esteve no país no ano passado com sua banda, em passagem da turnê “Legacy of The Beast World”. Depois, compareceu na Rio Innovation Week, no Rio de Janeiro, e voltou para terras canarinhas novamente em abril, a fim de apresentar um projeto em homenagem a Jon Lord e para palestrar no Summer Breeze.

Para um auditório lotado, Dickinson contou sua história de vida usando uma touca e uma blusa quadriculada. À vontade, abusando de diferentes tonalidades de voz e contando muitas piadinhas, o britânico entreteu o público por mais de uma hora - que passou voando.

Ele tinha como auxílio um projetor, com diferentes imagens. Em resumo, o cantor começou explicando sua relação com seus pais e a entrada em uma escola particular na Inglaterra. Nesse momento, gracejou como tudo no inglês britânico é diferente do inglês americano e arrancou risadas ao dizer que Shakespeare era da Terra da Rainha e, por isso, ninguém o entende.

Depois, detalhou sua descoberta e paixão por Deep Purple e como o grupo o deixou com vontade de ser, curiosamente, um baterista. Contou da primeira banda que teve na vida com o amigo Mike Jordan e a engraçada história do dia em que cantaram “Let it Be”, dos Beatles - quando percebeu que queria ser um vocalista.

Então, disse sobre sua época na universidade e da formação da banda Samson - brincando com o fato de que o baterista criou uma persona chamada Thunderstick, que tinha a mesma máscara de um criminoso na Inglaterra. Seguindo, ele mostrou uma foto ao lado de Clive Burr, segurando uma espécie de ganso, e fez um trocadilho: “Fear of The Duck”, em referência ao clássico do Iron Maiden, “Fear of the Dark”.

Como, em suas palavras, os presentes já sabiam a respeito de sua história no Iron Maiden, pulou essa parte. Detalhou o período em que esteve em Sarajevo para um show histórico durante a guerra e revelou planos de lançar um álbum solo, sucessor de “ Tyranny of Souls” (2005), no ano que vem.

Mudando o assunto, Bruce, que também é piloto, expressou seu amor pela aviação e citou a aeronave Airlander. Ainda no tópico “empreendedorismo”, pontuou, antes de apresentar a cerveja Trooper Iron Maiden, criada por ele mesmo: “Eu não faço coisas que não amo e não acredito”.

Encerrando, Dickinson abordou o câncer na língua, diagnosticado em 2015. Contou sobre a tristeza e dificuldades do período, e, para descontrair, falou que seu bigode foi a única coisa intacta que saiu da quimioterapia e radiação. Ainda, disse que ficava mais tranquilo caso tivesse que ficar careca, porque “funcionou para Billy Corgan e Rob Halford”.

Apesar de todo tom divertido, ele encerrou a conversa com uma importante mensagem: “Viver é sempre melhor do que todas as outras opções. Nunca desista”. E Dickinson já tem um próximo compromisso marcado no Brasil: a Comic Con em novembro.

Lamb of God

A performance do Lamb of God, que não vinha ao Brasil desde 2017, destacou-se pela típica agressividade. O vocalista Randy Blythe entoou “Resurrection Man”, “Ditch”, entre outras faixas, movimentando-se a todo instante pelo palco com o microfone de fio e esbravejando "São Paulo" e palavrões entre as canções.

Pelo telão, notavam-se os numerosos mosh pits. Entrodoso, o som da bateria de Art Cruz até foi comparado com disparos por alguns presentes.

Antes de iniciar "Omerta", Randy pronunciou parte da música de maneira falada: "If I die, you are forgiven, but if I live, I will kill you", em português, “Se eu morrer, você está perdoado, mas se eu viver, vou te matar”.

Perto do fim, pediu uma salva de palmas para a própria plateia e para o Sepultura, que tocou anteriormente, explicando: “Eles são lendários e vieram daqui. Escutamos eles antes mesmo de sermos uma banda.”

Com uma grande roda requerida pelo vocalista, o Lamb of God encerrou com "Redneck". Pelas emoções afloradas, era possível ver água e até vestimentas voando no meio do mosh, com os vocais violentos de Blythe explodindo nas caixas de som. Inegavelmente, essa performance final resume bem a atmosfera da banda no festival.

Stone Temple Pilots

Se o Lamb of God apresentou brutalidade, o Stone Temple Pilots foi o oposto. Jeff Gutt entrou usando um óculos de sol escuro, em contraste com a jaqueta clara. Para além do visual, mostrou maturidade como frontman e respeito pelo trabalho de Scott Weiland, lendário vocalista da banda, falecido em 2015.

A todo instante, Gutt levantava o pedestal do microfone para que a plateia pudesse cantar. Ele mesmo desceu para o meio do público em “Down", “Trippin' On A Hole In A Paper Heart” e “Sex Type Thing”. Até para ver de forma “mais brilhante”, como pontuou, tirou os óculos e jogou para um fã.

Clichê, mas não dá para não nomear “Plush” como o ponto alto. Com grande parte da plateia gravando o momento e berrando a letra, o clássico proporcionou histeria coletiva. A banda deixou, inclusive, que cantassem sozinhos no final. “Vocês cantaram lindamente”, disse Jeff em resposta.

Talvez esse tenha sido um dos principais motivos para que o Stone Temple Pilots prometesse voltar logo ao país no fim da performance. De fato, esse show não sairá da memória.


Domingo, 30 de abril

Bury Tomorrow

O Bury Tomorrow teve a difícil missão de animar um público que sofria com o quente sol no Memorial da América Latina. Muitos procuravam uma sombra, enquanto outros, para conseguir um bom lugar, se renderam e colocaram jaquetas na cabeça

Um dos vocalistas, Dani Winter-Bates, sabia a dificuldade em relação ao calor. Ele mesmo repetiu algumas vezes que estava ciente do tempo escaldante. Mas, ainda assim, queria "movimento", como frisou. Queria mosh-pits. Muitos. "É um festival de metal", justificou.

Essa foi a primeira vez do Bury Tomorrow por aqui, que começou sua carreira ainda em 2006. Conscientes de que uma parte relativa do público esperava o The Winery Dogs, Dani perguntou quem não conhecia a banda: “Se você não conhece nossa banda, está tudo bem, eu fico feliz que estejam aqui, é sobre isso, a comunidade do metal e do rock é a melhor no planeta.” O senso de coletivo teve extensão em “The Age”, quando os presentes colocaram seus braços ao redor da pessoa ao lado, por pedido do vocalista.

Ao longo do set, também tocaram “Black Flame”, “DEATH (Ever Colder)” e “Begin Again”, por vezes com bases pré-gravadas. Davyd Winter-Bates, baixista, desceu até a grade lateral em "Cannibal" e cumprimentou algumas pessoas. Eles mostraram carinho com os fãs que esperavam há tanto tempo, seja dando tchau, com o guitarrista Kristan Dawson jogando palhetas, apontando e sorrindo. E diante do metalcore executado com maestria, valeu a espera.


Testament

Antes mesmo de começar o set, o guitarrista Alex Skolnick já pronunciou repetidos "obrigado" ao público. Não é à toa que o vocalista Chuck Billy tratou os fãs como "amigos" durante os momentos de fala. Realmente havia uma familiaridade ali.

Ao longo das faixas, Billy levantava as mãos, chamava os presentes de "pessoas lindas" e sempre pedia para que ouvissem as faixas do set num característico "check out".

Entoaram "Rise Up", "The Preacher", "D.N.R", "3 Days in Darkness" e, nas palavras do vocalista, "uma das minhas faixas-título favoritas", “The Formation of Damnation”. Depois, emendaram as músicas consideradas por eles "old school", "Over The Wall" e "Into Pit". As interações eram curtas e protocolares, mas não havia necessidade de falar mais. Pela animação mostrada pelo público, só a música era suficiente.


Sessão de autógrafos com Bury Tomorrow

Oferecer meet & greets e sessões de autógrafos para os fãs no festival foi um dos diferenciais do Summer Breeze. A prática é até comum em festivais gringos, mas não é vista com frequência por aqui.

Tivemos a oportunidade de acompanhar a sessão com o Bury Tomorrow e entender o funcionamento. Como explicado pela produção, as bandas que integraram a ação são as que aceitaram o convite previamente. O combinado era que 60 fãs conseguiriam participar, em um tempo máximo de 30 minutos. Cada um podia levar um único item para ser assinado (encartes de CDs, discos, camisetas etc.), e, quem não quisesse, havia um card na mesa.

Devido ao intervalo limitado, o pedido era que o encontro fosse rápido, para que a quantidade de pessoas impostas fosse atingida. Por isso, horas antes, as pessoas já estavam formando filas - como com o Finntroll.

Apesar da brevidade, os encontros não deixaram de ser emocionantes: um homem saiu em lágrimas após o momento com o Napalm Death!

No caso do Bury Tomorrow, quatro pessoas por vez, agachadas, iam tirar a foto (capturada pelo fotógrafo, já que não era permitido o uso de celular) e receber as assinaturas. E os seis membros esbanjaram simpatia: agradeceram a recepção calorosa, a presença no show e o carinho, elogiaram a cidade e disseram estar aproveitando muito por aqui.

Para pegar a foto, um papel com um QR code - que leva para um link do Drive - foi entregue. Aos poucos, as imagens estão sendo organizadas em pastas.

Palestra Simone Simons - exclusiva para a modalidade de entrada "Summer Lounge"

Por causa da sessão de autógrafos com o Bury Tomorrow, pudemos apenas ver os minutos finais da palestra com Simone Simons, vocalista do Epica. Num conjunto preto social, a cantora estava sentada, ao lado da artista Mayara Puertas, responsável por mediar o bate-papo.

Respondendo à pergunta de um fã a respeito da faixa “Rise Again”, em parceria com o Apocalyptica, Simone comentou: “Tivemos essa ideia antes da pandemia, pensamos que seria legal fazermos uma música juntos e começamos a trabalhar em algumas faixas para ver se encaixava. Conversei mais com o Eicca Toppinen, ele me contou que já tinham lançado a faixa ‘Rise’, mas que queriam relançá-la com uma participação especial. Me apaixonei por essa balada, é muito linda. Eu escrevi um trecho para a letra, porque senti que precisava. Foi uma ótima colaboração.”

Kreator

O Kreator trouxe uma das apresentações mais completas para o Summer Breeze. Não faltou nada visualmente: fogo, fumaça, cenário com o (aparentemente) mascote Violent Mind em aspecto 3D, uma leve e breve garoa e até um boneco espetado no meio do palco.

Quando o vocalista Mille Petrozza pediu “caos total” para “Enemy of God”, recebeu exatamente isso. Até uma pessoa fantasiada de Eddie, mascote do Iron Maiden, entrou em um dos mosh-pits. A banda veio ao país pela primeira vez em 1992 e, de acordo com Petrozza, esse foi o maior show deles na capital paulista - com certeza, um dos mais enérgicos também.


“666 - World Divided”, introduzida após um breve discurso sobre a pandemia, e “Flag of Hate”, com Mille segurando uma bandeira, integraram o repertório. “Essa é uma daquelas noites que não deveria terminar”, confessou. De forma teatral, com todos os integrantes parados no palco e com o vocalista levantando as mãos, o Kreator encerrou sua passagem.


Avantasia

Nada no Summer Breeze foi parecido com o Avantasia. O coro do público, as participações especiais - estabelecidas nesta turnê -, as projeções animadas no telão, a felicidade do vocalista principal Tobias Sammet… a conexão com a plateia foi tão genuína que a banda poderia ter tido ainda mais minutos no palco.

“Não temos muito tempo, é um festival, comprimimos o maior número de músicas que conseguimos”, explicou Sammet nos minutos iniciais, também ressaltando a felicidade em tocar naquela noite. “Não tem playback, isso é ao vivo, é rock and roll”.

Em “Reach Out for the Light” e “The Wicked Rule the Night”, Ralf Scheepers colaborou com vocais. Então, para “The Scarecrow” e “Book of Shallows”, Ronnie Atkins subiu ao palco. Em relação à “The Story Ain't Over”, a banda trouxe Bob Catley, vocalista do Magnum. “Acho que o Magnum nunca esteve no Brasil, vocês estão perdendo. Sem o Magnum, não teria Avantasia, eles arrasam”, opinou Sammet.

Já para “Dying For an Angel” e “Avantasia”, Eric Martin, conhecido pelo Mr. Big, integrou a banda - proporcionando um dos melhores momentos de todo o festival. Vale lembrar que, entre março e abril, o músico esteve excursionando no país.

De forma assertiva, “Farewell” deu destaque para a backing vocal Adrienne Cowan. Misturados à voz do vocalista principal, os vocais da cantora, descrita como uma “vampira" pelo parceiro, trouxeram mais vida para as performances.

Dá para entender porque Sammet chamou o Brasil de “um dos melhores lugares do mundo”. Até os pequenos “erros” tornaram a apresentação mais interessante: em “Lost in Space”, Felix Bohnke jogou a baqueta para o alto e não conseguiu pegá-la, soltando um resmungo. Durante a saideira “Sign of the Cross / The Seven Angels” - com todos no palco juntos - , Tobias também não acertava o encaixe do microfone no pedestal. Apenas detalhes em comparação à grandiosidade mostrada. 


Parkway Drive

Parkway Drive mereceu o posto de headliner - apesar do show do Stratovarius, no mesmo horário, também estar lotado. Bastaram os primeiros minutos de apresentação, em meio às chamas, para comprovar isso. Parte do destaque vai para Winston McCall e o jeito de cantar extremamente performativo - com muitos gestos -, e para o guitarrista Jeff Ling.

Bem dosado, o setlist contou com “Darker Still”, “Idols and Anchors” e “Carrions” - músicas que, ao vivo, viram um verdadeiro espetáculo. Plataformas, fogos de diferentes direções e luzes sincronizadas com os movimentos de McCall compuseram o palco, além da notável vontade da banda de cantar para o público brasileiro.

“Meu português é muito ruim”, brincou o vocalista, que ficava mais nos “obrigado” e “fuck yes”. “Aproveitem, cantem, dancem, pulem, se divirtam”, pediu.

Antes de encerrar, perguntou quem já tinha visto o Parkway Drive ao vivo antes e quem estava pela primeira vez: “Não vinhamos ao Brasil há muito tempo. Se você já nos viu antes, bem vindo de volta. Se não, você será bem-vindo para sempre”, finalizou, com “Wild Eyes”.

Mesmo com 1h50min de apresentação disponíveis, o Parkway Drive seguiu o modelo de seus shows internacionais e acabou meia hora mais cedo. Havia repertório disponível para mais? Sim, mas nem isso tirou o brilho da apresentação, que fechou com chave de ouro o Hot Stage.


Considerações gerais

A primeira edição do Summer Breeze mostrou que o festival veio para ficar - o “nos vemos em 2024” na saída disse tudo.

Para a próxima vez, seria interessante pensar em um telão para o Sun Stage, maneiras de posicionar melhor os banheiros químicos e a colocação de mais lixeiras. No entanto, o evento demonstrou muitos pontos positivos.

A qualidade de som (alto suficiente para ser ouvido da estação Palmeiras - Barra Funda) no Ice Stage e Hot Stage, na maior parte do tempo, estavam razoáveis - pecando no excesso dos graves em determinadas ocasiões. A curadoria acertou em cheio ao trazer bandas que não vinham há anos e que agradavam diferentes públicos dentro da comunidade metaleira: a multidão abraçou as atrações e a ideia proposta. 

Stands de revistas (Roadie Crew), tatuagens (Tattoo Rock Festival) e discos de vinil (Classic Metal/Altea Records), todos relacionados ao tema, mostraram preocupação em agradar por parte da organização. A Horror Expo Experience, com personagens de filmes de Terror como “It - A Coisa” e "O Exorcista", proporcionaram fotos e risadas para o público, e o Espaço Kids, para as crianças, deve ter deixado muitos dos pais “mais tranquilos”.

O deslocamento de um lado para o outro, por meio da passarela, causou tumulto nos momentos de alto fluxo, porém nada de fato grave. Teve até o Gastão Moreira, ex- VJ da MTV, atravessando o caminho!

Outro destaque vai para os meet & greets, sessões de autógrafos e palestras. Pensadas para os fãs, as iniciativas fugiram do “comum” de outros festivais e entregaram experiências diferenciadas. Até o jeito de lidar com os patrocinadores, com uma ação “em teatro” do jogo “Diablo IV” antes do Parkway Drive, teve uma sacada genial.

Veja o line-up completo abaixo:

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