Após dez anos, Big Time Rush lança novo álbum, "Another Life", e afirma: “É outro mundo agora"

Há quase uma década, em 2014, o Big Time Rush havia anunciado uma pausa em sua carreira. Advinda do seriado de mesmo nome transmitido pela Nickelodeon, a banda, até então, tinha excursionado o mundo todo e lançado três álbuns de estúdio, sendo o último deles 24/seven (2013). Demorou para que o quarteto, formado por Kendall Schmidt, Logan Henderson, Carlos PenaVega e James Maslow, se reunisse novamente.

Cada um dos músicos focou em outros projetos solo, envolvendo não somente música, como também atuação e literatura. No entanto, com a pandemia e a saudade de colaborar juntos, a banda decidiu retomar as atividades em 2021. A partir daí, vieram uma série de singles inéditos: “Call It Like I See It”, “Not Giving You Up”, “Fall”, “Honey”, “Dale Pa’Ya”, “Can’t Get Enough” e então “Waves” e o anúncio de um disco de estúdio.


Another Life saiu em todas as plataformas digitais nesta sexta-feira (2). Composto por 10 canções, o projeto mostra uma faceta mais madura do grupo, que expandiu seus horizontes musicais e passou por novas vivências nos dez anos mais recentes. Em entrevista exclusiva ao Keeping Track, Kendall e James, com muito bom humor e carisma, deram detalhes sobre a nova fase.

Diretamente de sua casa em Miami, nos Estados Unidos, Maslow explicou como o processo de criação contou com uma equipe pequena (envolvendo menos de dez pessoas), mas dedicada: “É um grupo muito pequeno quando você pensa que a maioria dos grandes álbuns pop pode ter 15 pessoas envolvidas numa mesma música. Nós mesmos estamos fazendo a maior parte.”

De acordo com Smith, que usava um boné do Dodgers, a tarefa mais difícil foi escolher quais músicas integrariam de fato o tracklist. Ao todo, a banda compôs mais de 40 faixas: “Obviamente, algumas não foram finalizadas, eram só ideias. Mas decidir quais músicas entrariam foi muito complicado. Em relação às sessões de gravação, estamos fazendo isso juntos há muito tempo, então nos entendemos e nos apoiamos muito. É um processo muito colaborativo e adoramos fazê-lo”, pontuou.

Seguindo o mesmo raciocínio, o integrante comparou tal contexto com o título do disco, que, em português, significa “outra vida”. “Realmente parece outra vida. Significa outra vida de onde começamos, como se fosse uma vida adicional para subirmos um nível acima”. Apesar da resposta reflexiva, James acrescentou em tom de brincadeira que isso era semelhante ao “Mario Bros conseguindo um cogumelo” - em referência ao personagem dos games.

Justamente por terem passado tanto tempo sem disponibilizar um trabalho completo, os admiradores notarão mudanças significativas na sonoridade do quarteto quando derem o play em Another Life. “Tivemos muito tempo para crescer como artistas, como pessoas. Todos nós fizemos projetos diferentes e vivemos nossas próprias vidas fora da banda por um tempo, o que tornou tudo muito mais interessante e nos fortaleceu. Então nossos fãs vão reconhecer que crescemos. A música soa atual. Espero que de várias maneiras eles se identifiquem com as faixas, porque eles passaram os últimos dez anos crescendo e vivendo suas vidas também”, afirmou James.

E as transformações não ficaram restritas à musicalidade do BTR. Nos últimos anos, o cenário musical, com o streaming e a introdução do TikTok, também passaram por significativas revoluções.

Nas palavras de Maslow: “É outro mundo agora. Vendemos álbuns físicos quando começamos a fazer isso. Provavelmente isso parece muito antigo. Mas para nós? É realmente muito legal. É claro que é um desafio. Há outros artistas que têm lançado músicas consistentemente nos últimos 10 anos ou mais. E, algoritmicamente, isso alimenta o sucesso do streaming, que estamos começando a entrar novamente. Mas também é empolgante porque nos dá a oportunidade de lançar música mais rápido do que antes. Dá aos fãs a oportunidade de serem mais colaborativos, de ouvirem as músicas, de nos darem feedback. O mesmo com o TikTok, gostamos de mostrar ideias e conceitos, de ser bobos e fazer coisas que temos feito como atores durante toda a nossa vida.”

“O fato de James ter mencionado algoritmos mostra como é diferente de quando lançamos nosso último álbum. O engraçado é que, na verdade, sempre fizemos vídeos divertidos, sempre gostamos disso. É só que não estávamos necessariamente fazendo isso no TikTok”, completou Kendall, seguido de um “somos os TikTokers originais” de Maslow.

Criar um projeto juntos significa também unir diferentes influências, vozes e gostos musicais. Quando perguntados a respeito de qual faixa representa mais cada membro, os artistas tiraram um tempo para pensar na resposta. “Acho que 'Superstitious' me passa a energia do Kendall, a produção, o estilo funky da guitarra. Para o Loggie Bear eu vou falar ‘Waves’. Acho que é muito a praia dele, é divertida e peculiar, como Logan é”, escolhe James.

Já Kendall trouxe outras justificativas: “James gosta bastante de dance music ou músicas cheias de energia, provavelmente porque ele é um cara de muita energia. Ele também ama Jack Johnson e adora música relaxante, mas vou dar 'Work For It' para o James. Diria ‘Weekends’ para Carlos porque ele ama R&B.”

Para além de Another Life, a banda inicia no dia 22 deste mês a turnê “Can’t Get Enough” pela América do Norte. Como pressuposto, a criação do disco esteve, de certa forma, muito ligada à série de shows.

“Acho que isso acontece com muitas das pessoas durante um processo criativo. Quando fazemos uma música, não dá para não pensar em como ela será em um videoclipe, como ela pode soar ao vivo ou como você pode alterá-la para uma apresentação. É a mesma coisa de quando eu era criança. Quando estava ouvindo música na rádio, costumava olhar pela janela e me imaginar em um filme”, comenta Kendall com um sorriso. “Eu tinha cinco anos de idade, ouvia Whitney Houston na rádio e, olhando pela janela, me imaginava em um videoclipe triste.”

Embora ainda não tenha datas confirmadas no Brasil, o Big Time Rush passou recentemente por aqui. Em março deste ano, a banda realizou um show em São Paulo (que você pode conferir a cobertura completa clicando aqui!) e um no Rio de Janeiro. Tanto James quanto Kendall guardam boas lembranças de tais dias.

Ambos os integrantes elogiaram o público e comentaram a respeito das comidas e de passeios realizados na capital paulista. Maslow, inclusive, aproveitou o momento no país para fazer compras. Além de um óculos de sol, o cantor adquiriu em território carioca colares com a pedra “Brasilianita” (nome que procurou divertidamente no Google durante o bate-papo) para ele e para a namorada Caitlin: “É uma pedra que parece quase como um diamante. Me falaram que era exclusiva do Brasil e rara, então acreditei e paguei um bom dinheiro por isso”.

Pensando no futuro, a banda não descarta o lançamento de ainda mais músicas. Estão no radar faixas tanto em inglês, como em espanhol. Mas, no fim das contas, o mais importante é o sentimento de orgulho presente na atual era do BTR: “Eu pensei muito sobre o passado recentemente e sei que nos divertimos muito naquela época. Mas, pelo menos nos primeiros anos, tudo era novo. Talvez não tivéssemos o mesmo nível de atenção aos detalhes, enquanto, desta vez, estamos fazendo 100% tudo sozinhos ou com uma equipe dedicada muito pequena. E então minha expectativa para esse álbum é muito maior do que das outras vezes”, finaliza James.

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