Big Time Rush faz show pensado especialmente para os fãs em São Paulo



O comeback do Big Time Rush em 2021 não foi exatamente óbvio - apesar de alguns indícios dados anteriormente. Em 2014, a banda entrou em um hiato e os integrantes - Kendall Schmidt, Logan Henderson, James Maslow e Carlos PenaVega - focaram em outros projetos e em suas próprias vidas pessoais. Mas com a pandemia, perceberam que sentiam muita falta um do outro e decidiram voltar. Tal justificativa foi comprovada no show em São Paulo, no Espaço Unimed, nesta sexta-feira (3). 

Às 18h30, a casa abriu para que o público pudesse entrar. Como não havia atração de abertura, rolou uma playlist pop, com músicas de Sam Smith, Harry Styles, Dua Lipa, SG Lewis e Lauv. Cerca de uma hora antes, já era possível ouvir gritos dos admiradores na grade pedindo água, como também certa agitação todas às vezes que uma foto da banda ou do aplicativo oficial do BTR aparecia nos telões.

Quase que pontualmente, às 21h34, as luzes apagaram, dando lugar a uma intro - que consistia em um mix de faixas e a presença marcante de uma bateria. A cortina, com os dizeres “Big Time Rush Forever”, caiu, revelando então a banda de apoio e depois, o quarteto dono da noite.

Antes de entrar propriamente no setlist, vale destacar alguns pontos positivos. Os quatro mostraram muita sintonia, como se não tivessem passado anos separados. Inclusive, as coreografias sincronizadas parecem mais naturais e, de alguma forma, é como se estivessem mais à vontade em cima do palco. Eles também demonstraram muito controle sobre as próprias vozes e, de maneira positiva, soaram próximos ao que soam em estúdio, atingindo as notas altas e harmonizando impecavelmente.

A mudança nos arranjos foi uma ótima sacada - com destaque para os músicos de suporte Vicky Warwick (baixista), Cody Perrin (guitarrista), Greg Garman (baterista) e, exclusivamente em “Paralyzed”, Will Ventres (guitarrista). Muitas das músicas antigas, numa sutil nova roupagem, encaixaram melhor dentro do espetáculo. Ainda, a estrutura com muita fumaça e plataformas de aço, pensada para que os membros pudessem pular e ficar no alto em alguns momentos, foi semelhante à dos shows internacionais e o espaço foi muito bem ocupado por eles ao longo do set.

Mesmo com a falta das frequentes "Fall" e "Time Of Our Life", o repertório é voltado para os fãs. Obviamente, os apreciadores das músicas mais famosas ou mais recentes com certeza aproveitaram a escolha, mas é notável o cuidado para agradar os veteranos. Há canções que não foram singles e queridinhas da época do auge do BTR, entre elas, “No Idea”, “Show Me” e “Love Me Again”- com a letra da demo.

Cada um dos integrantes tem seus instantes de destaque. No caso de Logan, ele canta a parte de rap, gravada originalmente por Mann, de “Music Sounds Better With You”. Já Kendall toca guitarra em “Halfway There”, James teclado em “Stuck” (definida como uma de suas favoritas), enquanto Carlos comanda um ukulele no medley “Na Na Na / As It Was / Can't Feel My Face / Cover Girl / Giant Turd” - detalhe para “Giant Turd”, símbolo da série da Nickelodeon protagonizada pela banda.

É perceptível que o momento das interações com a plateia durante as músicas são ensaiados, porém tudo soa genuíno. Principalmente, os elogios ao Brasil. Logo no começo, Logan destacou que esse era o “maior show da América do Sul”. E não demorou para que Kendall afirmasse que a apresentação era a sua favorita até o momento, pontuando a energia: “Todos são maravilhosos, nota 10, mas vocês são tipo 10.5”.

“O Brasil é um dos meus lugares favoritos para visitar. Adoramos as comidas, comemos pão de queijo. Mas não gostamos só por causa da comida e por causa da beleza daqui, gostamos por causa de vocês. Amamos vocês”, pronunciou Henderson em seguida. E, segundo James, a banda voltará à terras brasileiras!

Como mencionado, carisma teve de sobra: os americanos agradeciam, elogiavam, pediam barulho, sorriam, mandavam beijos, iam para a grade, apontavam para os cartazes, pegavam presentes e celulares de fãs para tirar fotos (Carlos fez isso mais de uma vez) e jogaram até camisetas e bexigas. “Não sei o que vocês estão falando”, pronunciou Schmidt divertido após coros incessantes de “eu te amo”.

“Mais ou menos um ano atrás, fomos até Miami e decidimos fazer músicas em espanhol e inglês. Talvez devemos fazer em português também?”, brincou Carlos, antes de “Dale Pa' Ya”, um dos pontos altos. A canção, criada para ser "chiclete", não está entre as melhores do grupo, porém foi impossível resistir quando o quarteto ensinou uma dancinha para a plateia, que, lidando com o espaço apertado, deu um jeito de reproduzi-la.

Quando a banda tirou uma foto - capturada por Aaron Gatewood - com o público, Carlos comentou sobre o Instagram da boyband - todo ativo desde a volta - e mencionou a possibilidade de um “novo álbum”, algo surpreendente visto que estão atualmente mais focados em produzir EPs e singles.

“Worlwide” - faixa em que quatro fãs sobem no palco e recebem uma “serenata” - levou o magnetismo para um nível acima. Além das quatro "rushers", uma criancinha também parou no palco, onde foi chamada de “corajosa” e “fofa”, recebendo aplausos, abraços e uma versão de “Boyfriend” acapella, dedicada especialmente para ela.

Essa atenção não ficou restrita aos “rushers”. Definitivamente, a sintonia entre os integrantes vai além do palco. Eles riam entre si, trocavam carinhos, ressaltavam o talento um do outro e realmente pareciam estar curtindo: as falas recheadas de “dude” não mentem.

Perto do fim, Maslow entrou segurando uma caixa de som, que ecoou trechos de “Boyfriend”, de Justin Bieber, “Firework”, da Katy Perry, “Oops! … Did It Again”, de Britney Spears, "Zona De Perigo, do Léo Santana, e, posteriormente, uma junção de hits do BTR: “City Is Ours”, “Big Night” e “Till I Forget About You”. Os minutos finais, de fato, contaram com confetes e com os meninos usando uma blusa da seleção brasileira. A música tema do seriado da Nick e “Boyfriend” (com Carlos perguntando quem queria um namorado), dois dos maiores clássicos da banda, ficaram responsáveis por encerrar a apresentação.

É difícil resumir essas duas horas de show. Muitos dos fãs aparentavam estar na casa dos 20, 30 anos e provavelmente, acompanharam o início do BTR. Sabiam cada uma daquelas letras e tinham lembranças relacionadas a elas - em “Amazing”, por exemplo, uma "rusher" ao meu lado chorava incansavelmente, mesmo sendo uma música “mais animada”. E, sem dúvidas, receberam um espetáculo à altura dessas memórias.


Setlist

  1. Intro
  2. Windows Down
  3. Music Sounds Better With You
  4. Honey
  5. Love Me Again
  6. Any Kind of Guy
  7. Amazing
  8. Call it Like I See it
  9. Dale Pa’ Ya
  10. Show Me
  11. Not Giving You Up
  12. Halfway There
  13. Stuck
  14. No Idea
  15. Confetti Falling
  16. Na Na Na / As It Was / Can't Feel My Face / Cover Girl/ Giant Turd
  17. Can’t Get Enough
  18. Worldwide
  19. Paralyzed
  20. City Is Ours/Big Night/Till I Forget About You
  21. Nothing Even Matters
  22. If I Ruled The World
  23. Big Time Rush
  24. Boyfriend


2 comentários:

  1. Eu estive nesse show e foi as melhores 2 horas da minha vida e agora tô chorando com o seu texto pq me fez lembrar de tudo que eu vivi, não parece real ainda sabe

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  2. Um texto sensível e real. Expressou o sentimento dos meninos e de nós Rushers. Eu estive no show no Rio de Janeiro e foi o melhor da vida. E olha que eu tenho 57anos!!!

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