The Maine faz show de celebração à juventude emo em São Paulo


Com um repertório bem equilibrado, que levou em conta todos os discos da banda, The Maine não deixou ninguém parado na noite do último sábado (15/07) no Tropical Butantã, em São Paulo. Passando pelo Brasil pela quinta vez, a banda norte-americana de rock alternativo já fez do nosso país a sua casa. A turnê que celebra o recém lançado Lovely Little Lonely – sexto álbum da carreira do quinteto – marcou sua estreia no Brasil na capital paulista e deve prosseguir em Limeira, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Talvez ainda mais do que na gringa, aqui os fãs brasileiros são extremamente calorosos e apaixonados pelo The Maine, no nível de todo mundo ir à loucura só de ver alguns membros da equipe passando pelo camarote. São todos muito fanáticos pelos meninos e por todo o universo que os circulam. Mesmo que a banda venha em toda turnê para o Brasil, o amor nunca esfria e a energia é a mesma de sempre, ou podemos até dizer que está crescendo. A união foi muito bem representada pelas diversas camisetas do merchandise e bonés “Make Brazil Emo Again”, e esse é o principal fator pelo qual a banda continua voltando: os fãs literalmente vestem a camisa pela banda.

Diferente das outras vezes, quem ficou responsável pelo show de abertura não foi seus amigos Nick Santino ou os caras do The Technicolors, mas sim o brasileiro Michael Richardson, que é bastante fã do The Maine. O cantor já fez sucesso com a boyband P9, porém agora ele segue carreira solo e admito que ele me surpreendeu muito. Diferente do seu som pop que tinha com o grupo, Michael agora apelou para um caminho bem mais calmo e emotivo, trazendo vida ao folk através de sua voz tão potente, que muitas vezes rasgava a ponto de tirar arrepios de quem ouvia. A aceitação pelo público pareceu muito boa já com as autorais, mas todos deliraram quando Michael fez um cover de “Take Me Dancing”, balada romântica do The Maine. Arrancando um coro maravilhoso da plateia, Michael conseguiu esquentar muito bem para o show principal.

Com apenas trinta minutos de intervalo, The Maine pisou no palco pontualmente, demonstrando lealdade e respeito aos fãs, que não precisaram esperar muito para vê-los. Assim que a banda entrou, ao som de “Lovely”, os fãs perderam qualquer nível de sanidade que ainda tentavam conter. A casa inteira gritava pelos meninos e algumas plaquinhas foram já levantadas propagando muito amor pelo Tropical Butantã. Mal sabia a gente que o lugar estava prestes a ferver ainda mais com a faixa de abertura, “Black Butterflies and Déjà Vu”. De um jeito completamente eletrizante, todos começaram a pular em sincronia e cantar junto como se não houvesse amanhã. E essa energia continuou para o resto do show, principalmente com as primeiras músicas, “Am I Pretty?”, “(Un)Lost” e “Heroine”. Fosse com suas gracinhas, sua personalidade à la Ace Ventura ou seu gingado inigualável, John O’Callaghan estimulava todos a deixarem seus problemas do lado de fora da casa para cantarem e dançarem juntos com todas as forças. Foi um show completamente empoderador, principalmente à juventude.


Apesar de ter sido um dos grandes destaques, toda a presença não ficou só pela conta do frontman, o que é importantíssimo para uma banda. Garrett Nickelsen, no baixo, deu um show com o seu bate cabeça, que não parava, e sua postura que só comprovava que o cara é um verdadeiro rockstar. Pat Kirch, na bateria, mesmo não aparecendo tanto, talvez pela carência de um momento solo, entregou batidas arrebatadoras e um carisma gigantesco ao se aproximar mais da frente na última música. Kennedy Brock, o guitarrista, encantou com o seu sorriso e sua paixão pela música, que ficava nítida com a força que ele cantava junto toda música, até quando não fazia os vocais de fundo. Jared Monaco, mesmo que mais tímido, arrebentou no seu solo de guitarra, exalando talento de sobra. Ficou bem clara a união da banda, devido a quantidade de interação que rolou entre eles, e não há nada mais gratificante do que ver como todos os cinco se completam no palco.

Independentemente da idade, o The Maine garantiu que o sangue vivaz nunca vai deixar de circular em suas veias. Isso foi provado em momentos mais do que especiais, como em “English Girls”, em que John foi para a plateia viver todo o calor e amor dos fãs brasileiros, e também em “Girls Do What They Want”, em que John levou sua adrenalina para um nível bem superior: no teto. Isso mesmo! Ele foi escalando as estruturas do palco até chegar numa barra de ferro do teto da casa para se pendurar e fazer uma gracinha rápida. John e toda sua energia radiava positividade e bem estar a cada movimento e a cada nota. Foi sensacional!

E como se não bastasse, a banda não pode deixar de demonstrar o carinho pelo público brasileiro, fazendo do show ainda mais único. O grupo chamou um fã para o palco para compartilhar todo o fervor da plateia enquanto ele cantava “Girls Do What They Want, Boys Do What They Can” sem parar, com a ajuda de John. E como se não fosse o bastante, a banda também decidiu mudar um pouquinho o setlist dos seus últimos shows para estrear o live da canção “How Do You Feel?” em terra paulista. Por essa e por muitos outros acertos, The Maine apresentou sua declaração de amor pintada em verde e amarelo, fazendo desse show em São Paulo completamente dançante e inesquecível. 

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