Anne-Marie mostra todo seu potencial pop em "Speak Your Mind", seu álbum de estreia


Anne-Marie surgiu lá em 2015, quando chamou atenção dos gênios do Gorgon City e do Rudimental. Após o smash hit worldwide “Rockabye”, ela viu seu nome catapultar para uma das maiores promessas pop. Agora, debutando um álbum completo, Anne nos mostra a definição de “pop masterpiece”. 

O Clean Bandit já tinha um grande triunfo: o hit “Rather Be”, parceria da banda com Jess Glynne. Nunca imaginaram, portanto, que alcançariam o que é uma das canções de maior sucesso da história. “Rockabye” passou 9 semanas consecutivas em #1 no UK, um feito difícil de ser alçado no país. Essa foi uma das primeiras vezes que ouvimos falar de Anne-Marie

Agora com Speak Your Mind, Anne nos mostra que a maior responsável pelo seu sucesso é ela mesma. Iniciamos os trabalhos com a incrível “Cry”, que abre o cd da melhor forma possível. Os famosos ganchos viciantes da artista se fazem muito presente, como podemos perceber com o já conhecido single “Ciao Adios”. Em seguida, entramos numa vibe mais psicodélica, só que de forma viciante e refrescante: “Alarm” toma espaço.


“Trigger”, “Then” e “Perfect” são o trio mais frio do álbum, pelo menos da forma que foram organizadas nesta tracklist. São boas canções, mas acabam deixando o álbum linear. Isso muda com “FRIENDS”, sua parceria com Marshmello que dá um novo ar ao disco. É uma canção pop com uma fórmula simples, porém está entre as melhores do disco. A produção é singular e o ritmo não precisou ser diminuído para uma boa inserção. “Bad Girlfriend” é uma divertida e descompromissada surpresa, abrindo portas para uma das melhores canções do conjunto: “Heavy”. A canção já é conhecida do público e é um grande exemplo de  pop-perfection.


“2002”, por sua vez, é um hit como deveria ser. É uma excelência surpreendente; fortes graves, produção eletrônica, porém sem exageros… é quase uma fórmula. Já em “Can I Get Your Number”, “Machine”, o ritmo torna-se repetitivo e pede por um refresco. Com isso, vem a irreverente e radiofônica “Breathing Fire”. Todas as canções possuem uma inspiração deep house britânico, o que acaba favorecendo o ritmo. Vemos isso em “Some People”, canção que desacelera pela primeira vez a continuidade. É bela e bem pensada de ficar junto a “Used the Love You”, outra canção com ganchos irresistíveis.

A contagem acaba em “Peak”, única baladinha do álbum. É bom ver artistas saírem de zona de conforto de forma graciosa, e aqui ela sabe fazer delicadamente. Em algumas edições, “Rockabye” veio como faixa bônus - o que faz muito sentido, já que é seu maior hit.

Dito isso, só precisa ela aparar algumas pontas quanto a organização das faixas num álbum futuro, mas todo o potencial está aqui. Se da primeira vez é isso, imagine o próximo!

Escrito por: Rodrigo Izetti

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