Smashing Pumpkins aposta em mais do mesmo com novo projeto


Não, você não leu errado! O Smashing Pumpkins realmente acaba de lançar um álbum novo e com James Iha na guitarra pela primeira vez desde 2000! Obviamente que, se tratando da banda de Billy Corgan, não poderia ser nada dentro do comum e você vai entender tudo logo menos.

Corgan, o gênio maluco que muitos amam e outros amam odiar, embarcou de novo em mais um projeto ambicioso, daqueles que só ele mesmo entende e os outros só vão na onda, e o nome dessa aventura é Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun., porque nomes curtos são para quem está começando, não é mesmo? Pois bem, lá vamos nós.

Em fevereiro de 2018 os integrantes da banda se juntaram no estúdio Shangri-La do produtor Rick Rubin e lá começaram a dar forma a canções que preencheriam dois EPs de quatro faixas, com planos de lançarem o primeiro já em maio do mesmo ano. No fim das contas, o projeto inicial foi abandonado e os dois EPs foram fundidos em um único trabalho, dando vida a um álbum de oito faixas.

O álbum explora bem o lado mais suave da banda e a pegada straightforward característica dos primeiros álbuns. Começamos pela canção “Knights of Malta”, que traz uma linda base de tempo médio, constituída por piano, violinos e guitarras bem tímidas, além de um baixo bem simples, mas presente. O maior destaque fica com os vocais, não só o principal, mas também os de apoio, preenchem muito bem a faixa e dão um clima bem único a ela.


Silvery Sometimes (Ghosts)” sobe a marcha mas não engrena muito bem. A faixa não se mostra muito impressionante e deixa uma sensação de monotonia, muito por conta do ritmo constante demais e dos vocais extremamente altos. As coisas não melhoram muito em “Travels”, que cai numa monotonia ainda mais morna, com uma letra sem brilho e uma levada quase entediante. Felizmente o single “Solara” toma as rédeas e traz a energia que faltava, com uma base enérgica cheia de guitarras, bem ao estilo dos sucessos mais antigos da banda, mostrando que James Iha voltou pra ficar.


A segunda metade vem com “Alienation”, uma canção mais calma e complexa, com uma ótima letra e arranjos de cordas maravilhosos. Os vocais são intensos na medida certa e as guitarras dão um toque um tanto misterioso à faixa, juntamente com o piano. As coisas esquentam um bocado em “Marchin’ On”, que chega acelerada e imponente, com um riff poderoso e um refrão poderoso. O maior destaque da faixa fica com Jimmy Chamberlin, que simplesmente destrói com viradas absurdas na bateria.

Conduzindo o álbum de volta à pista mais lenta, “With Sympathy” traz uma pegada mais suave, com um ótimo baixo e vocais bem destacados. A canção tem uma forte base melódica, que se divide entre linhas incríveis de teclado e guitarras muito bem colocadas. A curta “Seek and You Shall Destroy” traz uma bela mistura de peso, simplicidade e melodia. Jimmy se destaca novamente na bateria e as guitarras também preenchem muito bem a música. Melhor escolha para encerramento, sem dúvidas.

Para quem já gosta do Smashing Pumpkins, o primeiro lançamento da série Shiny and Oh So Bright tende a ser um presentão. Ao mesmo tempo, a banda parecer ter abandonado seu experimentalismo, o que pode frustrar uma parcela dos fãs. Ao todo, o disco novo é um lançamento consistente, porém, sem muitos destaques individuais. Outro grande problema do álbum é a produção de Rick Rubin, que abusou da compressão na bateria e aumentou demais os vocais na mixagem, muito mais do que deveria. No final do dia, o álbum não desaponta, mas deixa bem claro que poderia ser melhor.

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