"Esse álbum traz libertação e espero que ele possa revigorar a vida das pessoas nesse momento tão difícil", revela Melim sobre o novo disco "Eu Feat. Você"

Em meio a tempos caóticos, a banda Melim marca retorno com o novo álbum Eu Feat. Você, que retoma o legado da banda de positividade, paz e amor tão necessário para nós atualmente. Após terem suas vidas mudadas com o sucesso do álbum de estreia, os irmãos decidiram fazer um retiro musical em Los Angeles (EUA), no renomado Capitol Records Studios, que serviu de berço para esse novo projeto. Com tanta novidade, conversamos com o Diogo Melim sobre essa viagem, o novo lançamento e muito mais. 

Confira a entrevista na íntegra!

KT: Como tem sido a rotina de vocês em meio à quarentena? 

Diogo: Estamos levando na medida do possível, né? Estamos trabalhando muito, então a cabeça acaba ficando bem ocupada. Eu também aproveito para escutar muita música. Eu sempre fui o cara de colocar uma música específica e ficar ouvindo ela várias vezes. Porque, quando eu estou ouvindo a música, me prende muito a atenção. Não costumo ouvir música para fazer outras coisas.

KT: Bacana! O que você tem ouvido bastante nesse período?

Diogo: Eu vou dos artistas pop gringos até os brasileiros. Eu gosto muito do Ed Sheeran, Shawn Mendes, Maroon 5 e Bruno Mars. Do Brasil, minha banda favorita é o Natiruts e tenho escutado muitas músicas do Lulu Santos, principalmente depois da nossa parceria. Recentemente comecei também a ouvir pagode, que também traz um som mais feliz. Eu gosto de tudo um pouco, e tenho tentado variar de uns tempos para cá.


KT: Falando do novo disco de vocês, Eu Feat. Você, como você diria que evoluiram e aprenderam desde o primeiro álbum até esse novo momento do Melim?

Diogo: A gente sempre foi caminhando pela música e se autodescobrindo. Eu olho para trás e vejo como eu evoluí como cantor, na assertividade, firmeza de voz e presença. Tem até algumas letras que são diferentes de tudo que tínhamos feito, como por exemplo "Menina de Rua". Estamos arriscando novos sons também. "Eu Feat. Você" é uma música muito mais pop que a gente já tinha feito também. Eu acho que as pessoas já conhecem e entendem o nosso som, então podemos ter mais abertura para arriscar novas coisas. O relacionamento, quando é exposto a uma pressão muito intensa, ele dá a oportunidade da gente evoluir de forma muito significativa, e acredito que foi isso que aconteceu com o Melim.

KT: Vocês esperavam todo esse fenômeno que se tornou o Melim?

Diogo: A gente vê nos documentários sobre os outros artistas, mas não entende exatamente tudo o que se passa. Sempre só é mostrada a parte profissional: você fica famoso, ganha dinheiro e as pessoas querem saber de você. Mas não é exatamente assim que funciona, porque todos os aspectos da sua vida são muito ligados. Muda a forma que você se relaciona e pode ver sua família, minha filha no caso. É uma experiência muito diferente, mas agora estamos começando a entender o que é a vida de um artista de alcance nacional.


KT: E no meio dessa correria, vocês fizeram da viagem aos Estados Unidos um verdadeiro retiro para a gravação do novo álbum, né? Como essa experiência agregou para a criação do Eu Feat. Você?

Diogo: Eu acho que a música, apesar de ser feitas por várias pessoas, ela precisa ter o direcionamento de uma ou poucas pessoas. Nesse sentido, quanto mais presente você estiver no processo de criação, mais assertivo vai ser. Por isso é tão importante a experiência de imersão. E aqui no Brasil, por conta das tarefas do dia a dia, você acaba se distraindo. Lá, por a gente estar em um país completamente diferente, a conexão ficou muito mais intensa no estúdio. Ficou todo mundo junto por duas semanas focados na produção do melhor álbum que poderíamos fazer.

KT: Vocês aproveitaram para pegar novas referências de lá?

Diogo: Os técnicos e assistentes do estúdio são pessoas que trabalham para artistas grandes e contaram várias histórias legais. Imagina você estar em contato com a pessoa que mixa as músicas do Ed Sheeran e Dua Lipa? Isso te traz uma nova inspiração musical e isso fica nítido nesse novo álbum.

KT: Qual momento mais te marcou no estúdio?

Diogo: Foi um dia que pegamos um piano e colocamos no meio do estúdio para gravarmos uma versão acústica da música "Cabelo de Anjo" e também o dia que gravamos "Cantando Eu Vou" com o mesmo microfone, na mesma sala e exatamente na mesma posição que o Frank Sinatra gravou. Saber das coisas é muito legal, mas poder sentir isso é uma experiência de arrepiar. Isso me deu um momento de conexão com toda a história que o Capitol Studios carrega e todos artistas que já passaram por ali.


KT: Em um release enviado à imprensa, você revelou que a música “Eu Feat. Você” é a sua favorita do momento. O que você mais curte nela e o que mais te orgulha?

Diogo: Essa música tem uma importância senrtimental muito grande para mim. Quando estávamos criando ela, o Melim estava em uma correria e pressão muito grande. Eu me lembro de ter momentos desafiadores em que uma das únicas coisas que me faziam esquecer os problemas era essa música. Ela me trazia a sensação de que alguma coisa muito boa estava por vir. 

KT: Na música do Melim, vocês sabem sempre retratar diferentes situações e humores. Se você pudesse classificar o álbum por 3 moods que representam o projeto e selecionar uma faixa para cada um deles, quais seriam?

Diogo: Eu vou escolher as três primeiras músicas. A "Eu Feat. Você" eu acho que o humor é de festa e que empolga nossos corações. A "Relax" é uma pegada meio mochileiro, que está indo se encontrar com a galera e se aventurar na natureza (risos). E a "Cabelo de Anjo", que eu escrevi para minha filha, ela passa uma doçura. É um amor leve, mas não romântico. É tipo uma canção de ninar. Tem uma sensibilidade extrema e emociona demais.


KT: O que você espera que o pessoal sinta com esse álbum, principalmente nesse momento tão difícil e delicado que estamos vivendo?

Diogo: É um período muito difícil e acredito que a vida que eu tenho representa 1% das pessoas. Então, eu acho que a gente não tem noção real do quanto está sendo complicado para outras famílias nesse momento, mesmo que a gente tenha muita empatia. É isso que me assusta. Se para nós, que temos tudo, é um momento muito desafiador, fico tentando imaginar como é para as pessoas que tem menos, sabe? Acho que esse álbum traz um pouco de libertação, revivendo os momentos externos gravados na natureza antes de tudo isso acontecer. É algo que já iríamos lançar de qualquer forma, mas ganhou um novo significado e espero que possa revigorar um pouco da vida das pessoas nesse momento tão difícil. 

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