Desubra por que Rina Sawayama é a sua próxima cantora favorita!

Pode até ser que seja um nome estranho para você agora, mas com certeza ela já apareceu em alguma playlist ou lista de recomendados que você ouviu nos últimos anos. Rina Sawayama é uma cantora essencialmente pop que busca referências em diferentes períodos e estilos musicais, entre eles o R&B, PC Music, Electropop, Rock, que, aliada às suas letras autobiográficas, resulta num catálogo de músicas fácil de identificar, não se limitando somente a falar de canções de amor. Rina consegue ir além e abre sua vida para o público, abordando suas questões familiares, passando por críticas ao capitalismo e é imponente ao não tolerar situações constrangedoras.

As origens de Rina Sawayama!

Além de músicas muito bem produzidas, Rina é uma cantora que tem muito o que falar e aborda os mais diversos assuntos em suas músicas. Parte disso vem da sua peculiar bagagem: a cantora nasceu no Japão, mas mudou-se para o Reino Unido ainda criança com sua família, onde cresceu e cursou política, psicologia e sociologia na renomada universidade de Cambridge. Foi nesse momento em que ela decidiu virar modelo e, posteriormente, cantora. Todas essas experiências contribuíram para que suas letras fujam do óbvio. 

O inovador EP de estreia, RINA!

Seu primeiro EP, RINA, lançado de maneira totalmente independente em 2017, já mostrou a que a cantora veio. Suas melodias remetem ao pop do início dos anos 2000, época em que Rina vinha moldando suas próprias preferências musicais. No single “Cyber Stokholm Syndrome” , a cantora traz um pouco de sua formação para sua música, fazendo um paralelo da Síndrome de Estocolmo com sua dependência de seu celular e suas redes sociais. Ela sabe que essa dependência não é saudável, mas prefere viver esse “abuso” ao ficar sozinha, já que pelas redes ao menos ela consegue chamar a atenção de alguém. 

O single "Cherry" e a representatividade LGBTQ+!

A diante, a cantora arriscou suas fichas no single “Cherry”, lançado em 2019. Além de uma produção digna de bombar nas rádios pop com elementos modernos, a cantora ainda retrata o momento da “saída do armário” dos LGBTs. Rina, que se identifica como pansexual, expõe sua preocupação de ser verdadeira consigo e de viver uma mentira e ocultar uma parte importante de sua vida. “Cherry” foi o primeiro vídeo da cantora a ter uma grande produção, gravado no YouTube Space em Londres. No clipe, a cantora é retratada abraçando seu lado queer de modo delicado e artístico, servindo de complemento para a música. 



O som icônico do single “STFU!”!

A partir de então, Rina foi preparando terreno para o que estava por vir em 2020, no seu álbum SAWAYAMA, agora assinada com uma gravadora. “STFU!”, abreviação para a expressão “shut the fuck up!”, foi a primeira faixa do álbum a ser lançada e foi nesse ponto que a cantora mostrou estar propensa a arriscar novos estilos. A música possui riffs de guitarra comumente encontrados em músicas de heavy metal, dando a energia de raiva que Rina quis passar na música, e se intercalam com versos mais calmos, quase angelicais, da cantora mandando gentilmente alguém que a agride verbalmente ficar quieto. É um 8 ou 80 na mesma música, transitando nessa dicotomia entre os gêneros em menos de 10 segundos. É para bater a cabeça e extravasar a vontade: 


O hino empoderado “Comme des Garçons”!

Já com “Comme Des Garçons (Like the Boys)”, Rina mira diretamente nas pistas de dança. A raiva passou e agora a cantora investe em alegria e confiança. A letra emponderada estimula todas as mulheres a atingirem seus objetivos e não se sentirem mal quando forem bem sucedidas, já que os homens fazem isso há tempos e nunca se preocuparam em não mostrar sucesso. A mensagem dela para as mulheres é a de que não há porque se envergonhar de tudo que você conquistou. A faixa ganhou um remix ainda mais dançante, que conta com a participação da nossa Pabllo Vittar


O pop perfection de “XS”!

Em contrastes com a opulência exaltada em “Comme Des Garçons”, a próxima faixa lançada, “XS” (leia-se “excess”), ironiza o consumismo desenfreado e a vontade das pessoas de quererem tudo a todo instante. A música também tem riffs de guitarra, mas dessa vez mais esparsos para marcar o início do refrão, volta a beber da fonte do pop do início dos anos 2000. 


O mais recente single “Bad Friend”!

O último single, até o momento, é “Bad Friend”, faixa recheada de sintetizadores e com pé no freio na agitação das demais faixas. A melancolia da melodia se une ao tom de culpa da cantora pelo distanciamento com alguns amigos de longa data que por mais que não intencional, acaba sendo inevitável. 


O álbum de estreia e seu legado promissor!

O álbum ainda guarda outras músicas com grande potencial. Em “Dynasty”, faixa que abre o álbum, Rina incorpora sua Amy Lee interior e apresenta uma música que estaria perfeitamente no repertório do Evanescence, com direito a solo de guitarra, órgão, voz com eco. Já em “Who’s Gonna Save U Now?”, Rina chegou ao status de rock star e canta para uma multidão que a aclama. Não há qualquer vestígio pop nessas duas faixas. A cantora pop deu lugar a uma Rina que vai fazer crowd-surfing na plateia, bater cabelo e só sair do palco rouca de tanto berrar. É imperdível. 



Por outro lado, em “Love Me For Me”, Rina exalta, com ajuda da icônica frase de RuPaul, “If you can’t love yourself, how you’re gonna love somebody else”, a importância do amor próprio em outra pop perfection presente no seu álbum de estreia. É leve, é divertida e é chiclete. Já em “Tokyo Love Hotel”, Rina usa sua ascendência japonesa e sua cultura ao seu favor, reduzindo o ritmo dançante para criar uma balada emocionante e nostálgica. Em “Chosen Family”, as emoções tomam conta de Rina, onde ela celebra a família que encontrou na comunidade LGBT, onde muitos encontram refúgio por compartilharem das mesmas vivências e conflitos familiares no geral. 

Rina Sawayama tem tudo que é necessário para chegar onde quer: personalidade, boas produções, com a mistura de diversos gêneros dentro da mesma música, sobretudo no SAWAYAMA, letras que saem do óbvio, estética excêntrica e transborda carisma. Se você ainda não acompanha a carreira da cantora, nunca é tarde conhecê-la. Desde o electropop do EP RINA até o pop descaradamente mesclado com rock, presente álbum SAWAYAMA, Rina tem um catálogo de músicas único, onde com certeza existe algo que vai te agradar, não importando seus gêneros musicais preferidos.

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