Vítor Guima faz história com grandes instrumentações no álbum "Canções Para Beatriz"

Após a aclamação de seu álbum de estreia, o músico Vítor Guima dá mais um passo em sua carreira com seu segundo disco. Canções Para Beatriz abre o leque musical de Vítor para além do folk, trazendo uma brasilidade pop, requintada e multifacetada.

Com 9 faixas autorais, o projeto nasceu durante a pandemia e, segundo o próprio artista, ele "acompanha, do início ao fim, um breve relacionamento. Do ápice da paixão até o aprendizado e as mágoas que ficam após seu final”. O mais interessante é que a narrativa evolui não só através das belas composições, mas principalmente das instrumentações, que ganham vida própria ao longo do disco e ilustram perfeitamente cada cenário e sentimento.

Começando em um dedilhar doce da música “Ti”, você pode até esperar que Vítor vai entregar aquela sonoridade mais acústica e rústica do álbum anterior, O Estrangeiro. Mas logo na faixa seguinte, sua reinvenção como artista ganha força em níveis imensuráveis.  A faixa “As Horas” coloca a energia lá em cima com uma produção mais ousada e plural liderada por metais. Assim, ele vai dando forma a um som mais swingado e leve para sua discografia. Algo que continua forte também no desabrochar inusitado e despojado de “Beatriz”, um grande clímax do álbum.


A atmosfera mais romântica dessa última logo esfria e os saxofones ganham uma conotação mais melancólica em “Abraços Partidos”, algo que continua na delicada e poética calmaria de “Até Depois”. Esse sentimento chega em seu ápice em “O Fim”, que é o momento mais ácido e sombrio e conquista um certo protagonismo com seu quarteto de cordas.

Após um momento tão profundo, o artista vai na contramão e caminha por águas mais positivas com a bela roupagem Bossa Nova de “O Passeio de Sol”. É aí que está outro grande destaque de Canções Para Beatriz, onde Vítor constrói sua própria alvorada musical em uma estética cinemática e acolhedora.

Nessa mesma linha, a faixa final “Eu Tentava Tanto” encerra o álbum com chave de ouro, apresentando uma composição impecável, daquelas que lavam a alma. Após uma viagem sentimental muito imersiva, o músico finaliza a jornada em tom sublime e inspirador.

O mais fascinante de Canções Para Beatriz é como os instrumentos contam a história. Se em seu primeiro álbum, Vítor Guima sabia o que queria para a carreira musical, nesse segundo trabalho, ele consolida seu nome de maneira muito mais confiante e mostra que pode ir ainda mais longe.

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