Melim faz homenagem ao Djavan no álbum “Deixa Vir do Coração” e conta mais sobre o projeto em coletiva de imprensa!


“É algo muito especial! A gente vai ficar aqui nessa coletiva toda falando muitas coisas bonitas porque é o que a gente está sentindo nesse momento”. Essa foi uma das frases ditas pelo Rodrigo, da Melim, numa coletiva feita com jornalistas para conversar sobre o mais novo lançamento do grupo: o álbum Deixa Vir do Coração, feito em homenagem ao lendário Djavan.

O disco conta com 13 faixas do Djavan, regravadas pelos irmãos, e inclui a participação do próprio cantor em “Outono”. O trabalho foi produzido pelo Max, filho do artista, e, segundo o trio, a colaboração com ele foi essencial. “A gente ficou muito feliz de ter convidado ele e de ele ter aceitado, eu acho que não tinha pessoa melhor pra fazer esse trabalho, não só porque ele conhece a obra do pai, mas também porque ele conhece muito a gente. Ele conheceu a Gabi quando ela cantava samba, conheceu a gente quando a gente fazia pop rock”, contou Rodrigo.

A data de lançamento foi estratégica, como relatado por Diogo. “A gente pensou em lançar na véspera do dia dos namorados e casa super bem porque são músicas extremamente poéticas, românticas e bonitas”.

O grupo encontrou alguns desafios ao fazer o disco. O primeiro veio da complexidade da obra do cantor, pontuado por Diogo. “Uma coisa é você gostar, outra coisa é você profissionalmente se propor a fazer um álbum cantando músicas do Djavan (...) na hora de cantar a gente descobriu que a gente não sabia muita coisa, que não tinha percebido muitas quebradas de ritmo e ou algumas notas”.

Rodrigo depois disse que eles estavam realmente sendo muito perfeccionistas ao gravar e que, aos poucos, foram adicionando seus toques nas canções. “A gente tentou fazer nas primeiras partes das músicas algo mais dentro da original e depois fazer uma mudança que era claramente uma mudança e não um erro. Assim a gente conseguiu achar algo que fosse original nosso e ao mesmo tempo respeitasse a música que todo mundo conhece e quer ouvir”. Além disso, houve o fator “pandemia”, que demandou precauções de todos os envolvidos na criação.

“A gente teve que reduzir a equipe. Todo mundo fez teste, todo mundo estava de máscara. Para o dia do Djavan, inclusive, a gente fez teste acho que três vezes. Mas a gente conseguiu trabalhar, conseguiu chegar num resultado bonito tendo muita responsabilidade e cuidado”, afirmou Gabi.

Djavan ficou sabendo do projeto pelo filho e se prontificou a participar, o que foi uma honra e surpresa para a Melim. A canção escolhida pelo cantor foi "Outono'', justamente por não ser um de seus mega hits, de acordo com Gabi. “Eu acho que ele queria uma música que não fosse tão cantada por todo mundo quanto as mais populares para dar esse ar de ineditismo com a gente, apesar de ser uma música que também toca muito na rádio".


Pelos sorrisos e empolgação do trio, ficou perceptível a importância desse material para eles. Por mais que tivessem outras ideias em andamento, eles deram prioridade para o lançamento de Deixa Vir do Coração. “É um dos nossos maiores ídolos da música, ter gravado com ele é uma coisa muito especial, a gente realmente quis fazer algo que veio do fundo do nosso coração, esse projeto é diferente dos outros”, confessou Rodrigo.

O grupo até agora está em êxtase com a parceria. Diogo revelou que chegou a questionar o porquê do Djavan ter escolhido gravar com eles. “Teve um momento no camarim que a gente fez uma sessão de perguntas com o Max e eu perguntei “Por que a gente? O Djavan recebe convite de todo mundo. Por que ele se ofereceu para participar? e ele falou ‘Cara, porque pra ele não interessa mais participar de coisas que só sejam mercado, ele tá numa onda de fazer coisas que ele vê verdade e ele fica empolgado. Meu pai tá empolgadão aqui gravando com vocês, eu tô vendo ele empolgadão, amarradão e pra ele o que vale é isso’”.

Eles também mencionaram que foi difícil selecionar quais faixas entrariam na versão final do álbum. “O Djavan tem uma obra muito vasta e a gente simplesmente seguiu a virtude ali de escolher músicas que a gente gosta e que influenciaram nossa vida, nossa carreira e nosso som. Quando a gente chegou no limite mínimo de repertório eram 20, então a gente reduziu para 13, tipo, chorando assim”, explicou Diogo.

Cada integrante comentou posteriormente as suas músicas favoritas e os três citaram “Eu Te Devoro”. No caso de Diogo, a canção o lembra de sua filha. "Eu passei por um período muito difícil na minha vida, que eu ficava muito tempo longe da minha filha. Eu me sentia muito sozinho, sentia muita falta dela, chorava. E tem uma frase dessa música que eu não posso pensar que eu choro que fala ‘Sem saber de ti, jogado à solidão/Mas se quer saber se eu quero outra vida/Não, não’”.

Perguntados pelo Keeping Track sobre a influência das suas parcerias mais recentes, como a com a Big Up, na sonoridade do álbum, a Gabi respondeu que eles carregam elementos de todos os artistas com quem já colaboraram. "Eu acho que com qualquer conexão que a gente tenha com outro artista, a gente vai acabar se nutrindo um pouco da musicalidade. Uma vez encontrei o Alê do Natiruts e ele falou ‘Nossa, Gabi, eu sempre tentava entender de onde que vem a sua alegria no canto. Mas é porque você veio do samba, né? Então é por isso que você tem essa alegria cantando’, então é louco, mesmo que a gente não perceba, a gente vai absorvendo um pouco de cada artista que passa pelas nossas vidas, a gente vai bebendo de cada fonte até a gente formar a nossa personalidade musical”.

O Rodrigo complementou a resposta. “[O Big Up] tem uma brasilidade muito legal, uma conexão com a parte instrumental muito forte(..) eu percebi muito no arranjo de ‘pequena’ essa brasilidade que a gente também tem em algumas músicas nossas. Isso também é muito presente nas músicas do Djavan, que representa muito a música do Brasil. E o Natiruts também, que a gente é muito fã. Todos os reggaes do nosso disco tem um pouco do Natiruts, todos os reggaes do Natiruts tem um pouco do Djavan, uma intersecção dos 3”.

“Eu percebi com a fala do Rod que o ídolo máximo do Alexandre Carlo, que é o vocalista do Natiruts, é o Djavan. O ídolo máximo dos meninos da Big Up é o Djavan também, então o Djavan tá em tudo. Mesmo que você não ouça ele diretamente, tudo que você ouve tem um pouco, o Djavan faz parte do patrimônio musical do Brasil”, finalizou Gabi.

Na coletiva, os três ainda destacaram a importância de Juliano Moreira, guitarrista do trio, no disco. Ele é um profundo conhecedor da obra do Djavan e, não só participou da faixa “Nem Um Dia”, como acompanhou o processo. 

Melim terminou mandando uma mensagem para os fãs e reforçando o quão felizes estão com essa nova fase da carreira. “Espero muito que os fãs gostem, espero muito que entendam sentimentalmente o nome do álbum, que é realmente algo que a gente fez com muito, muito amor”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário