Em entrevista, A Banca 021 abre o coração sobre o novo disco “As Jóias Não Brilham”!

Você precisa conhecer a troca poética, sensível e o estilo multifacetado do grupo A Banca 021. O trio formado por GB, Porto e Ursoleone lançou no mês passado o novo disco “As Jóias Não Brilham” e mostraram que conseguem ir ainda mais além ao retratar suas vivências, vulnerabilidades, angústias e felicidades e transformar em narrativas musicais que viajam por diferentes estilos.

O trio bateu um papo com o Keeping Track e contou tudo sobre o significado por trás do novo álbum, a construção do single “Velhos Tempos, Novos Planos”, o período em quarentena, os planos para o futuro e mais!

Vem conferir a entrevista completa:

KT: “As Jóias Não Brilham” é o primeiro disco oficial da banda. Como vocês definiriam esse novo trabalho? O que ele significa pra vocês?

Ursoleone: Eu acho que é a primeira grande temporada de lapidação nossa nos últimos anos. Ele tem a identidade que a gente já vinha um tempo querendo mostrar. A gente vai fazer 4 anos morando juntos, então foi uma intensidade muito grande de cada um... Uma bagagem de muita coisa que a gente vinha passando também. É um disco que tem um valor muito grande pra gente, porque nós conseguimos colocar tudo isso.

GB: É fruto de muita experimentação, da vivência do subúrbio do Rio, de encontros também com Carlos do Complexo que é o nosso produtor, nosso mentor, nosso amigo. Foi um disco também que fez a gente conhecer o Ariel Donato, o nosso co-produtor, então é muito isso, a nossa sinceridade, a nossa verdade e tá tudo ali!

KT: E no mesmo dia do lançamento do álbum, vocês também lançaram o clipe de “Velhos Tempos, Novos Planos” que tem uma construção e uma narrativa especial por trás. Como surgiu esse som? E a ideia para o videoclipe?

Ursoleone: Então, foi bem louco, porque ele foi o último som do disco e virou o primeiro depois da audição que a gente fez com a galera. A gente falou ‘caramba, essa parte aqui merece ser a primeira’ e depois acabou virando single também.

E a letra dela tem duas coisas muito especiais. A primeira delas foi que eu cheguei pro Porto e falei com ele: ‘cara, porque você não escreve um carta em forma de música pro seu filho ouvir no futuro?’, então ela meio que vem disso. E outro ponto marcante é que a gente tem um amigo, o Tiago Villasboas, que vem da periferia, subúrbio do Rio de Janeiro. Por ser negro, ser gay, ele tem uma história que eu sempre admirei e uma coisa muito marcante nele pra mim é ver como ele está sempre sorrindo. Tem uns versos ali é meu de presente pra ele.

Porto: Eu estava passando por vários conflitos internos na época. A gente mora junto e meu filho mora em Campo Grande. Eu coloquei pra fora aí quando eles ouviram, eles entenderam de cara que era algo emocionante e a música se tornou, o que se tornou. Ela lida bastante com a questão das nossas vulnerabilidades, a questão de quanto a gente se cobra, como pessoas, como alcançar nossos sonhos, nossos objetivos, o preço disso tudo também e ao mesmo tempo fala sobre a felicidade de independente das barreiras, das coisas que acontecem, a gente se sentir feliz.


KT: Vocês costumam contar muito das experiências pessoais nas músicas e colocar muito sentimento e paixão nas composições. Quais são as músicas que mais tocam vocês nesse novo álbum?

GB: Uma muito forte é “As Jóias não brilham” porque ela foi a primeira a ser composta assim e ela foi praticamente a raiz do disco. Dela que surgiram as outras, que seria a identidade e o conceito do disco. Acho que foi uma das faixas que mais tocaram aqui no apê porque a gente tem um carinho gigante por ela.

Ursoleone: É aquela música que eu olho assim, é a primeira vez que tive esse sentimento porque quando perguntam qual é a música que você mais gostou de escrever, eu falo ‘a que eu ainda vou escrever’, mas acho essa foi a primeira que eu falo assim ‘eu tenho orgulho de falar que eu to nessa música, que eu escrevi’.

Porto: Uma que já tinha saído e tem uma importância gigantesca pra gente que faz parte do disco é “Lua”, que marcou uma coisa muito importante ali pra gente na construção desse álbum. Ela meio que prevê o futuro, porque ela saiu muito tempo antes, então ela meio que sentia o norte do álbum, foi o primeiro single.


KT: Como foi os anos de 2020 e 2021 para vocês musicalmente? Vocês sentem que esse tempo de quarentena conseguiu inspirar vocês de alguma forma?

A Banca 021: A gente ficou com o disco pronto no início da pandemia, optamos por construir outro disco dentro da pandemia que foi o “Lírios São Deusas”. A gente conta com a participação de vários artistas gigantes assim, que são muito maneiros, Afroito, Luciane Dom, Joca, Nyna, Kalebe, Quel. uma galera fantástica e muitos deles estavam começando suas carreiras na pandemia. Esse disco também foi um aprendizado porque a construção dele foi toda na base do improviso, a distância, muitas pessoas a gente não conhece pessoalmente até hoje, mas a gente conseguiu ter uma conexão.

É um período que a gente está alinhando muita coisa, ta aprendendo muito, ta aprendendo a conviver, a conviver trancado, sem poder sair. Tem um saldo positivo assim porque a gente nunca produziu tanto num período curto como foi nesses últimos tempos.

KT: O estilo musical da banda passeia por várias vertentes e por vários gêneros. Tem algum estilo musical que vocês ainda não experimentaram, mas tem vontade de experimentar e se jogar?

A Banca 021: Do nosso jeito pode ter tudo, por exemplo, tem uma música nossa “Esse Som Não é Pra Ela”, quase ninguém nunca percebeu isso, mas no início dela tem um cavaquinho, de um modo meio viagem, mas tem um cavaquinho ali. Por isso também que a gente tá trazendo esse conceito do subúrbio futurista, que é justamente isso, pegar os elementos e colocar de formas que ninguém fez ou que também já fizeram, mas a gente está fazendo do nosso jeito.

A nossa questão sempre foi essa, não é uma questão de gênero em si e sim da gente curtir, sentir a real da coisa, a gente gosta da mistura. Nós até gostamos de falar que o nosso próximo trampo sempre tem que soar estranho pra gente. A questão nossa é sempre essa, a gente está numa eterna busca, nós vamos continuar buscando sempre e estamos sempre tentando buscar algo diferente.

KT: Vocês participaram de toda elaboração do disco desde a composição das músicas, o audiovisual, as edições e até no design. Como funciona esse processo de criação pra vocês? Vocês sempre ficam 100% envolvidos no desenvolvimento dos projetos?

A Banca 021: 100%! Até porque se não fosse assim, a gente não tava aqui agora, porque a gente nasceu do independente e na cena não tem ninguém que vai chegar e vai bater na sua porta e vai falar assim ‘hoje eu vou fazer seu clipe’, ‘hoje eu vou fazer a capa do seu som’, por mais que sim, pessoas vão te admirar, mas elas não vão bater na sua porta. Você tem que acordar e correr atrás de parcerias, disso e daquilo, mas isso foi algo que a gente buscou. Além de escrever e cantar, cada um cuida do vídeo, o outro cuida do design, o outro cuida do marketing, o outro cuida do instagram.

KT: Quais são as expectativas para a volta aos palcos?

Ursoleone: A gente, desde o início, optou por não fazer nada. Então, a gente meio que botou o pé no chão pra essa situação e nós estamos tranquilos assim, mas lógico, com muita vontade de ver ele na rua, de ver como vai ser tocar esse disco ao vivo, mas com isso de estar tranquilo e esperando a hora certa.

Porto: Esperamos que volte logo, com segurança, e a gente possa levar no palco tanto as músicas do “As Jóias Não Brilham” como “Lírios São Deusas”, que foi o álbum lançado na quarentena como várias músicas que marcaram a nossa história também, quando chegar a hora estaremos prontos.

O que podemos esperar da A Banca 021 a partir de agora

Os meninos finalizaram dizendo que já tem algumas músicas prontas, algumas delas até com clipes encaminhados, mas que tudo precisa ser organizado com a equipe primeiro para lançarem no tempo certo, então não sabem dizer ao certo uma data para os lançamentos, mas afirmam já estão prontos para os próximos passos! Já estamos ansiosos para conferir tudo sobre A Banca 021! 

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