Keeping Track:
É um prazer falar com vocês, Nate e Rachel. Sou da Keeping Track, aqui no Brasil. Para começar, gostaria de saber um pouco mais sobre como a banda foi formada. Como duas almas tão diferentes na música se conectaram para criar o som único de Water From Your Eyes?
Nate:
Bem, acho que tudo começou quando eu mostrei New Order para a Rachel, e fizemos uma espécie de EP pastiche de New Order, só para nos divertir. A princípio, era para ser só isso, mas alguém escreveu sobre o trabalho, e acabamos continuando com a banda.
Rachel:
Sim, começamos sem perceber que estávamos realmente começando. Fizemos música e simplesmente nunca paramos.
Keeping Track:
Parece ter sido algo bem espontâneo então?
Rachel:
Exatamente. Nós dois já tínhamos nossos próprios projetos musicais, então não foi algo planejado. Mas, de certa forma, a banda evoluiu com o tempo. Cada álbum tem uma sonoridade diferente, e até a maneira como fazemos a música mudou.
Nate:
Sim, acho que a banda começou mesmo a ganhar forma em 2019 ou 2020, mas estávamos fazendo música desde 2016. Foram uns três anos de experimentação até sentirmos que éramos uma banda de verdade, pronta para se apresentar ao vivo.
Keeping Track:
E se compararmos o último álbum com o primeiro, quais são as principais diferenças?
Rachel:
As semelhanças são poucas, na verdade.
Nate:
O primeiro EP foi uma coisa mais simples, tentávamos recriar algo no estilo de New Order, mais como uma diversão de verão. No álbum mais recente, o foco foi outro, e tentamos fazer algo mais maduro, embora ainda mantendo a nossa essência, claro.
Keeping Track:
Agora, me conta, se vocês tivessem que descrever o som de Water From Your Eyes como uma receita, o que estaria nela?
Nate:
Não sei, o que você acha, Rachel?
Rachel:
Eu diria que os shows ao vivo são bem diferentes dos álbuns, mas tem uma descrição engraçada que um cara bêbado na Inglaterra nos deu. Ele disse que soávamos como New Order e Sonic Youth brigando debaixo d’água.
Nate:
Sim, essa foi a descrição mais precisa que alguém já deu sobre o som da banda, embora a situação tenha sido um pouco absurda. Mas, para ser sincero, se você trancar essa ideia em uma sala por três anos, é mais ou menos o que somos hoje.
Keeping Track:
E sobre as suas influências, como King Crimson e Stereolab, como elas se encaixam na música de vocês?
Nate:
Eu acho que o truque é se alimentar de boa música como ouvinte e, quando for criar, não tentar emular nada de forma direta. O importante é deixar a música fluir naturalmente, sem a pressão de seguir um estilo específico. A ideia é colocar combustível interessante no tanque e depois deixar o caminho se desenrolar sem pressa.
Rachel:
Eu escrevo as letras e o Nate compõe a música, mas o processo sempre parece orgânico, sabe? Este projeto não se prende a um estilo ou gênero específico, ele simplesmente acontece.
Keeping Track:
Acho que o que chama a atenção na banda é essa abordagem bem casual nas letras. Vocês conseguem falar sobre temas profundos de uma maneira simples e irônica. Como isso funciona para vocês?
Nate:
Somos cronicamente casuais, acho que não conseguimos ser formais sobre nada. Por que fazer isso? Colocar terno e gravata e falar sobre nossos sentimentos como se fôssemos doutores?
Keeping Track:
Eu acho que fica muito melhor assim. E quando vocês colocam algo pessoal nas músicas, é difícil fazer isso? Ou é algo natural?
Rachel:
Na verdade, hoje em dia é muito fácil para mim colocar minha vida pessoal nas músicas. Chega a ser um diário aberto. Talvez eu precise de um filtro mais forte, mas depois de um tempo, não vejo problema em compartilhar meus sentimentos com os outros.
Nate:
É, você chega a um ponto em que não fica mais envergonhado, então qualquer coisa é válida. Não há mais mistério.
Keeping Track:
Agora que vocês estão vindo para o Brasil, o que os fãs podem esperar dos shows de Water From Your Eyes por aqui?
Nate:
Nosso show ao vivo é mais enérgico e agressivo do que as pessoas esperam se conhecerem só as faixas dos álbuns. É bastante caótico, mas de um jeito que faz sentido. Eu diria que o show ao vivo é uma interpretação diferente do que está no disco, mas ainda assim é completamente fiel à essência da banda.
Keeping Track:
Estamos ansiosos para sentir esse caos aqui. Muito obrigado pela conversa, Nate e Rachel. Tenho certeza de que os fãs brasileiros vão adorar o show!
Rachel:
Mal podemos esperar para estar aí. Vai ser incrível!
Nate:
Obrigado! Estamos ansiosos! Até logo!
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