Com "Bury a Friend", Billie Eilish aposta em atmosfera assombrosa para seu álbum de estreia

Quando achamos que Billie Eilish já nos surpreendeu o bastante, a cantora nunca falha em inovar e nos deixar de boca aberta novamente. “Bury a Friend”, seu recém-lançado single, inaugura a nova era da cantora. Finalmente teremos um álbum completo de Billie e ele certamente já é mais assustador do que você imagina.

Mesmo com pouco tempo de carreira, sua expressividade artística tão peculiar já é um marco para a indústria musical. A última vez que tivemos uma figura que causasse tanto estranhamento foi com Lorde no seu álbum de estreia tão sombrio e com Lady Gaga no começo da carreira com seus vestidos de carne, figurinos cheios de sangue e outras controvérsias. É assim, com seu jeito considerado “estranho” por muitos, que Billie e seus olhares macabros já vêm chocando mundo afora, seja com a aranha do clipe de “you should see me in a crown” ou a tinta preta escorrendo no clipe de “when the party’s over”. Agora, com “Bury a Friend”, a californiana continua seu legado acompanhada de uma temática conceitual obscura como você nunca viu antes.

Depois de ter dominado em 2018, “Bury a Friend” é a prova viva de que a cantora vai continuar chamando muita atenção em 2019. Sendo ela uma das mais experimentais e dona de uma das mais ambiciosas estruturas musicais de sua discografia, a faixa começa já com uma batida pulsante que nos assombra junto aos seus vocais frios e versos assustadores, principalmente nos repetitivos sussurros de “I wanna end me”, que ecoam de forma pavorosa.

Com um conceito bem amarrado, ela incorpora os pensamentos do monstro debaixo da cama que causa a nossa insônia de cada dia. Prendendo nossa atenção, então ela questiona “O que você quer de mim? Por que não corre de mim? O que você está pensando? O que você sabe? Por que não tem medo de mim? Por que se importa comigo”. Com esses levantamentos, ela traz uma questão muito importante: "por que nos importamos com nossos maiores medos e maiores inseguranças?". Tudo isso é embalado com muita frieza e um vazio incomparável. É grotesco, surpreendente, esquisito, aterrorizante e prende muita nossa atenção. 


O clipe, dirigido por Michael Chaves, estende o conceito para uma produção genial, cheio de simbolismo, que nos coloca em um verdadeiro filme de terror. Nele, a cantora retrata muito bem os episódios agonizantes da insônia e paralisia do sono, sendo puxada pra lá e pra cá com várias mãos, enquanto tenta fugir e as luzes oscilam sem parar. O mesmo acontece quando Billie também perde controle do seu corpo nos escuros corredores da casa, que a levam para um quarto onde injetam nela 10 seringas de uma vez. É tudo muito pesado, porém ao mesmo tempo muito fiel à temática e o assunto que aborda. A cantora sabe sempre transbordar o sentimento de ansiedade, depressão e outros problemas psicológicos de um jeito figurativo sensacional.

E não para por aí: já vai se preparando, porque a nova era da Billie Eilish é toda baseada no conceito de inseguranças tomando conta da nossa insônia de cada dia. Já com esse primeiro single, podemos ver que o álbum When We All Fall Asleep, Where Do We Go?, marcado para o dia 29 de março, vai deixar muita gente sem dormir de noite.

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