Big Up lança o EP "muda" e revela vários detalhes do projeto

O Big Up acaba de fazer seu mais novo lançamento! O trio disponibilizou, nesta sexta-feira (14/05), um EP, chamado muda, com 4 músicas inéditas, e lançou um clipe para o single “pequena”, parceria com a banda Melim. Em coletiva de imprensa, os meninos deram mais detalhes sobre o projeto.

Falando do feat com o Melim, eles mencionaram que a colaboração surgiu de forma instantânea. O Big Up queria a participação de um outro artista e acharam que o grupo encaixaria muito bem na canção: “Pensando rapidamente, a gente chegou à conclusão de que o Melim seria ideal. A gente sempre admirou o trabalho deles, sempre transpareceu no som deles a seriedade pela música”.

O clipe, inclusive, é cheio de representatividade, tendo como protagonistas um casal de namoradas. "É uma coisa que a gente sempre colocou no nosso trabalho, de uma forma sutil, a gente não quer falar que a gente fez, a gente só quer fazer, normalizar essas coisas, porque, de fato, elas são 100% normais. Não é a primeira vez, tem um outro clipe, que se chama ‘Menina’, que são duas dançarinas e uma é trans e a gente nunca nem falou sobre isso”.

Gabriela Melim também é creditada na composição da música “vivo”, juntamente com o cantor Vitão. “Foi uma música que começou pelo beat, a gente nunca tinha feito isso. Cada um fez um verso, todo mundo contribuindo, a gente no estúdio ralando ali e ficamos travados numa parte da música. O Vitão tava gravando na outra sala, ele ouviu a música, curtiu, entrou na sala e contribuiu. Depois disso, eu encontrei com a Gabi Melim, eu mostrei a música pra ela, ela gostou pra caramba. Muito do que tá na letra veio dela”, revelou Gabriel Geraissati.

O trio relatou que a vontade de lançar um EP veio da necessidade de se expressar e que cada música tem um significado muito particular. “A gente queria fazer uma coisa que tivesse mais a ver com o que estávamos escutando. De música nigeriana, o WizKid, Burna Boy são artistas que a gente gosta muito, música jamaicana, Koffee, Chronixx e coisas brasileiras também, que a gente acredita que tenham a mesma representação só que aqui no Brasil, como Gilsons”.

O título do EP, muda, é bem conceitual e segundo os meninos, pode ser interpretado de maneiras diferentes. “O nome muda vem da mudança, de procurar novos caminhos, e do sentido natural, da planta, que já não é mais uma semente mas que ainda não tá dando frutos, tá no meio do processo. A humanidade fica tão pautada nos resultados, que a gente vive nessa ansiedade e esquece do processo, do caminho, que é a coisa mais valiosa que a gente tem. Então o 'muda' traz essa reflexão de se contentar com o agora também”.

Perguntados pelo Keeping Track a respeito da vibe positiva da faixa “é bom”, o Gabriel contou de onde veio a inspiração para o estilo da música. “Essa música é pré-pandemia, e ela é realmente isso mesmo, de lembrar das coisas boas da vida. Eu acho que nesse momento de muita ansiedade, de muita depressão, é legal a gente dar um caminho didático. Claro que a gente sabe que algumas coisas são patológicas e que precisam de um tratamento, mas outras a gente pode contribuir dando conselhos de momentos pra gente se lembrar, de hábitos positivos pra gente colocar no nosso dia a dia, que às vezes trazem uma melhora muito grande nessas questões. É uma música que eu compus inspirada numa música do Nando Reis, que se chama 'Diariamente', foi gravada pela Marisa Monte. Eu me inspirei, na verdade, no jeito que ele compõe e não no significado em si. Uma curiosidade é que depois eu mandei uma mensagem pra ele, através do filho dele que é muito amigo meu, Sebastião, perguntando o que ele achava dessa música, se ele sentia que tinha ficado parecido, se alguma coisa incomodava ele. Ele teceu vários elogios, a gente sentiu essa música bem abençoada pelo mestre”.

A preocupação em trazer letras com esse tipo de conteúdo é recorrente nas canções da banda, como foi dito ao serem questionados sobre a mensagem que gostam de levar para os fãs. “Nosso trabalho sempre foi pautado na coisa do ‘não medo’. A experiência da vida é complexa e se for levada muito a sério, acaba virando uma cruz difícil de carregar. A gente tenta trazer essa mensagem positiva, claro que tendo toda consciência social”.

Entrando no assunto pandemia, o trio falou que, apesar do momento ser difícil, eles foram afetados positivamente no sentido criativo, por terem mais tempo. O integrante Ras Grilo, por exemplo, pôde se aprofundar ainda mais nas produções “Em cada um tocou num lugar e a arte é isso, a arte vem muito desse lugar do desconforto, o desconforto é a mãe de grandes criações”, disse o integrante.

Durante esse período, o Big Up também está planejando os shows que farão no futuro, pois o EP tem uma estética mais presente. De acordo com a banda, eles estão pensando em cenários, figurinos, instrumentos e no formato das apresentações.

Por aqui, já estamos super animados para todas essas novidades!