Mergulhe com a Fresno em seu mais novo e poderoso disco, “Vou Ter Que Me Virar”

Rock, direto, livre e com muita vontade” é assim que Thiago Guerra define o nono álbum da banda Fresno, Vou Ter Que Me Virar. A banda, também formada por Lucas Silveira e Gustavo Mantovani (Vavo), entregou um disco que mergulha na melancolia, mas que é definido como o trabalho mais esperançoso da discografia do grupo.

Em setembro, a Fresno iniciou uma jornada de lançamentos que resultou na playlist INVENTÁRIO, com 21 músicas. Essas músicas fizeram parte de uma campanha musical do novo disco, para “preparar o terreno”, segundo Guerra. Três dessas 21, entraram no álbum: “ELES ODEIAM GENTE COMO NÓS”, “Agora Deixa” e “6h34 (NEM LIGA GURIA)”. Essa última, apesar de boa, não conversa com o resto do disco. Quebra um pouco da onda lá no final, que depois é recuperada com a pesada “Grave Acidente”, última faixa do disco.


Vou Ter Que Me Virar”, faixa-título do álbum, inicia a experiência poderosa que é ouvir esse disco. “Não tinha como ser outra, é a gente se virando nesse mundo e continuando a nossa carreira depois de mais vinte anos de banda”, explica Lucas. A faixa seguinte carrega críticas políticas e a mensagem da música está no título: “FUDEU!!!”. “Ela dá uma rompida muito grande já no início do disco, porque o cara acha que vai escutar um disco triste e ouve essa ‘cavalice’”, conta Silveira.


A faixa cinco, “Casa Assombrada” traz reflexões feitas por Lucas após ter começado a fazer terapia e analisar alguns pontos sobre a vida. O refrão, “A minha casa é assombrada / São meus esses fantasmas” reflete emoções que muita gente sente ou já sentiu. Acredito que seja a maior do disco. Em seguida vem “Já Faz Tanto Tempo” com a participação de Lulu Santos. A faixa foi gravada há dois anos, mas os músicos estavam esperando o melhor momento para lançá-la. “Desde quando o Lulu topou estar nela, já sabíamos que ia ser um negócio especial. É uma música muito forte, então a gente não poderia lançar de qualquer jeito”, explica Lucas. Essa faixa resgata a Fresno de 2006 a 2008, mas também tem muito de Lulu, por ser uma faixa romântica. Atualmente, no Spotify, é a mais ouvida do disco.


Caminho Não Tem Fim” é mais uma faixa que fala sobre sentimentos profundos. Ela é sobre entender que mesmo com machucados, cicatrizes e traumas, é preciso continuar. Ainda nessa temática profunda, “Essa Coisa (Acorda - Trabalha - Repete - Mantém)” é uma crítica aos modelos de trabalho que podem nos adoecer. Ao ouvir, você poderá lembrar do filme Tempos Modernos, com Charles Chaplin.




A nona canção, “Tell Me Lover”, traz mais participações especiais: os músicos californianos Alejandro Aranda, do Scarypoolparty, e Yvette Young. Cantada tanto em português, quanto em inglês, a música fala sobre algumas particularidades do amor.

O Vou Ter Que Me Virar carrega, no título e no conteúdo, a realidade do contexto atual da sociedade, cheia de “vou ter que…”. Escutar esse disco é uma experiência muito poderosa de olhar para dentro e, talvez, se entender um pouco mais. Até ficar pronto, o disco passou por 42 versões. “A que estamos lançando é a mais próxima dos nossos corações”, finaliza Lucas.

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