Saiba o que rolou nas performances do Grammy Awards 2016


O Grammy Awards 2016, uma das mais renomadas premiações do mundo da música, aconteceu ontem (16/02) em Los Angeles. O Staples Center recebeu performances variadas, desde duetos até emocionantes tributos, de diferentes artistas.

Apesar de algumas decepções, como Rihanna cancelando sua performance por problemas de saúde, o Grammy desse ano teve, em geral, grandiosas apresentações, levando os convidados da noite – e nós que assistíamos pela TV – a aplaudir de pé vários artistas como Lady Gaga, Adele e Kendrick Lamar. Portanto, se você achou que o Keeping Track não iria comentar sobre isso, você se enganou. Aliás, é isso que iremos fazer agora: comentar cada show, notando os grandes marcos de cada performance.

Taylor Swift – Out of the Woods


A cantora é uma performer nata! Ela se dá muito bem com grandes produções e, assim como em seus shows, a cantora não fez diferente no Grammy. Nenhuma das performances poderia abrir tão bem a premiação quanto Taylor cantando “Out of the Woods”. E, de fato, era de se esperar tudo isso mesmo, já que a cantora estava encerrando lá a era 1989 para entrar em hiatus previsto de 3 anos.

A equipe da Taylor distribuiu para a plateia pulseiras que acendiam de acordo com o ritmo da música, tornando o show dela ainda mais único. Além disso, o que tornou esse momento tão especial foi quando a cantora modificou os arranjos da música no final, fazendo com que fosse possível a demonstração do alcance vocal da cantora, que nem sempre é muito explorado.




Carrie Underwood e Sam Hunt – Take Your Time/Heartbeat


A segunda performance da noite, um dueto entre Carrie Underwood e Sam Hunt, foi provavelmente a mais romântica da premiação. Apesar da cantora se sobressair em algumas partes, o nível dos shows ainda permaneceu bem alto devido à harmonia da dupla no palco. Tudo deu certo para essa apresentação. As vozes se encaixaram maravilhosamente, o cenário simples ajudou para criar o clima desejado e o mais importante de tudo: as duas músicas deram tão certo juntas que, para quem não conhecia, parecia que era uma música só.



The Weeknd – Can’t Feel My Face/In the Night


Bom, quando The Weeknd performa qualquer música que não seja “Can’t Feel My Face”, o cantor deve tomar cuidado para conseguir manter a atenção do público, e isso acabou sendo um problema nesta apresentação. Tudo começou muito bem, com o seu hit de sucesso upbeat, do qual The Weeknd aproveitou para apresentar passos de dança, animando bastante a plateia. Porém, nem tudo é um mar de rosas. Apesar dos vocais impressionantes do cantor na segunda música, ele não conseguiu manter a mesma energia que começou a performance, decepcionando um pouco. No entanto, não devemos culpá-lo, pois estava marcado para essa apresentação ser um dueto com Lauryn Hill, porém ela desmarcou sua presença no mesmo dia da premiação, deixando o cantor na mão. E, infelizmente, não ficou mesmo tão bom como provavelmente iria ficar com a participação da cantora.



Ellie Goulding e Andra Day – Rise Up/Love Me Like You Do


A razão dessa performance ter sido tão interessante foi por conta das diferenças musicais e vocais de ambas que, nesse incrível mashup, se juntam de forma inusitada. Diferente do primeiro dueto que vimos – dos queridinhos do country Sam e Carrie –, a elaboração dessa música deve ter sido um baita desafio para elas, porém Andra e Ellie se deram muito bem.

Andra Day começou cantando seu single de sucesso “Rise Up”, mostrando ao máximo seu vocais de arrepiar, que lembram muito aos da cantora Amy Winehouse. Logo, Ellie Goulding entrou com uma versão stripped down de “Love Me Like You Do”. E não demorou muito para as duas estarem cantando juntas, sem ficar estranho, pois nenhuma das duas saiu do tom de conforto que conhecemos. Não há palavra melhor para descrever tal apresentação do que “Equilíbrio”.



John Legend, Demi Lovato, Luke Bryan, Meghan Trainor, Tyrese Gibson e Lionel Richie – Tributo a Lionel Richie


Todos os cantores, sem exceção, fizeram um ótimo trabalho. Não é por qualquer razão que os artistas foram aplaudidos de pé no final. Cada um cantou a música certa de acordo com seu alcance vocal, explorando cada habilidade individual – como John Legend com seu emocionante piano na abertura e Demi Lovato com as suas high notes admiráveis. E a química de todos que se encontravam no palco foi excelente para proporcionar um clima bem entusiasmado, cheio de energia. Fazendo com que até Lionel Richie mostrasse expressões de orgulho lá da plateia.

E falando em Lionel Richie, como se já não estivesse um show incrível demais, o próprio subiu ao palco para cantar um de seus maiores hits, “All Night Long” com os cantores que homenageavam suas músicas. E foi aí que percebi a singularidade daquele momento, que explodia felicidade por todo o lado, fazendo dessa performance um momento épico.



Little Big Town – Girl Crush


Sem dúvidas, esta é uma das minhas favoritas da noite. A música já é de quebrar o coração do começo ao fim, porém Little Big Town decidiu arrepiar todo mundo com seus integrantes harmonizando de uma forma angelical. Além disso, foi adicionada uma série de violinos crescentes durante a apresentação, trazendo melodias diferentes que causaram um clima dramático, tanto no sentido teatral, quanto na questão sentimental.

Neste momento, percebi que não é necessário uma grande produção para ter uma das melhores performances do Grammy. Só é preciso saber ser criativo, mesmo de forma minimalista, para executar simples ideias de forma grandiosa. O grupo já apresentou essa músicas em várias premiações, mas em nenhuma delas foi tão comovente como na noite passada.



Eagles, Bernie Leadon e Jackson Browne – Take It Easy (Em homenagem a Glenn Frey)


Claro que a homenagem, como planejada, não obteve erros. Porém faltou algo, talvez com mais energia para a apresentação. Foi razoável, e Glenn Frey merecia bem mais do que isso. É só dar uma olhada nos outros tributos da noite para notar a diferença.



James Bay e Tori Kelly – Let It Go/Hollow


Os dois possuem vozes maravilhosas e um alcance vocal incrível, e foi essas coisas que a dupla soube usar na apresentação. A plateia aplaudiu tanto James Bay e Tori Kelly, justamente porque é esse tipo de talento que precisamos para a nova geração de artistas. Os dois tem aquele tom suave na voz que encanta qualquer um.

Novamente, é perceptível que a química está presente, contribuindo para um melhor desenvolvimento da performance. As vozes se encontram numa mescla tão amigável que acabou até deixando um gostinho de “quero mais” – muito mais. Quem sabe não rola uma parceria no futuro, né? Seria ótimo.



Kendrick Lamar – The Blacker the Berry/Alright


Kendrick Lamar dominou 2015 com seu último álbum, To Pimp a Butterfly, e eu diria até que ele dominou essa premiação, entregando a melhor performance da noite. Esta é aquele tipo de performance que fica pra história do Grammy.

Confesso que, para mim, é fácil ficar entediado com uma performance de Rap, afinal é sempre a mesma coisa. Porém Kendrick inovou com a sua produção gigantesca, viajando por diversos cenários, explorando o neon e até o fogo. E tudo isso, foi construído em torno do rapper, para intensificar todo o significado de sua música, na qual Kendrick consegue colocar muito sentimento, tanto no estúdio, quanto nos palcos. E no final, ele terminou em frente à um telão iluminando o formato da África, nos deixando sem opções do que fazer a não ser aplaudir de pé.



Adele – All I Ask


O fato dessa performance ter dado errado é quase um pecado. Não há dúvidas de que Adele é uma das vozes atuais que vão ficar pra história, porém ontem não foi o dia da cantora. Tudo deu errado, desde problemas técnicos até, consequentemente, o crescer vocal de Adele. O microfone do piano caiu em cima das cordas do instrumento, fazendo com que durante a música toda, a cantora ficasse extremamente desconfortável, influenciando negativamente seus vocais, que ficaram um pouquinho fora de tom. Porém, tentando ser positivo, por mais que tenha sido uma apresentação horrível para a Adele, a cantora ainda foi melhor do que muita gente.



Justin Bieber, Diplo e Skrillex – Love Yourself/Where Are U Now


Esta foi a performance que mais me surpreendeu. Uma mudança é sempre bom às vezes, afinal. Eu não esperava por Justin Bieber experimentando um lado mais acústico em “Love Yourself”, onde o cantor mostrou o seu alcance vocal que muita gente desconhecia. E logo quando acabou a primeira música, lá estavam Diplo e Skrillex, não em uma mesa de DJs, mas sim tocando instrumentos junto à banda de Bieber – sim, meu coração já acelerou, pois imaginava o que vinha por aí.

Em “Where Are U Now”, rolou uma pegada totalmente eletrizante derivada do hard rock – sim, estamos falando de Justin Bieber – dando uma sonoridade totalmente diferente para a música, que ficou melhor que a original. A performance foi tão boa que, no final, fiquei pensando se a Purpose Tour iria ter uma pegada assim também, porque se sim, eu com certeza iria querer ir.



Lady Gaga – Tributo a David Bowie


Não existe melhor pessoa para fazer homenagem para David Bowie do que Lady Gaga. Ela não é só uma cantora pop, também é uma artista pop, assim como Bowie. Ela soube interpretar cada música, da forma mais teatral possível, sempre relembrando à forte personalidade do falecido cantor. Vocalmente, a cantora também foi um estouro, deixando todo mundo arrepiado com tamanho espetáculo. E já, quando começou, dava para imaginar que ia ser inesquecível, com projeções em seu rosto, que se transformavam, com o decorrer da música. Assim como a performance de Kendrick, eu diria que esta também vai ficar para a história.



Chris Stapleton, Bonnie Raitt e Gary Clark Jr. – The Thrill Is Gone (Em homenagem a B.B. King)


Foi aqui que os melhores vocais da noite se encontraram! Chris Stapleton com a sua voz rouca maravilhosa, Gary Clark Jr. com o seu tom soul, e por fim, Bonnie Raitt com sua poderosa e renomada voz. Não poderia ter trio melhor para homenagear B.B. King. Mais uma performance bem simples, porém com instrumentos colocados de forma espetacular. Não consigo pensar em ninguém melhor para destruir em um solo de Blues como Gary Clark Jr. fez, por exemplo.



Alabama Shakes – Don’t Wanna Fight


Alabama Shakes foi, sem dúvidas, a banda de rock oficial do Grammy 2016, já que levou o prêmio de “Melhor música de rock” e “Melhor performance de rock”. E ao vivo, não poderia ser diferente. A banda consegue colocar um ritmo bem raro atualmente, que é uma fusão do rock com blues e funk. E quanto a performance em si, a vocalista Brittany Howard se destacou com sua voz forte e única.



The Hollywood Vampires – As Bad as I am/Ace of Spades (Em homenagem a Lemmy)


Esta com certeza foi uma das performances que se eu soubesse que seria assim, eu não teria visto. Muita coisa não funcionou para o supergrupo de rock. A postura de Alice Cooper deveria ser badass, e não constrangedora, e quanto a Johnny Depp, acho que fica melhor no cinema mesmo. E já não sendo um grupo forte de rock, eles deveriam se esforçar para focar especialmente no tributo do recém falecido Lemmy, do Motorhead. No entanto, tudo o que fizeram para ele, foi só uma música, apresentada de forma bem pobre, e acabou.


Pitbull, Robin Thicke, Travis Barker e Joe Perry – El Taxi/Bad Man


Não sei porque a organização do evento deixou essa performance para o final. Pitbull não fez uma apresentação ruim, porém também não era nem um pouco digno de encerrar o Grammy 2016, convenhamos, né? A única coisa marcante foi a surpreendente aparição de Sofia Vergara no palco, que apareceu para dançar ao ritmo latino – escolha muito bem pensada.

Também, deixar para tocar uma música desconhecida no final de um evento é uma péssima ideia. Por mim, eu deixava só Travis Barker lá e Joe Perry, pois com certeza proporcionaria um instrumental original muito melhor do que a música de Pitbull.






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