Mantendo a boa forma, Selena Gomez tem um comeback modesto em “Bad Liar”


Sem letras profundas ou uma superprodução sonora, Bad Liar marca o retorno daquela que parece ser a única a entender como o mercado fonográfico vem funcionando nos dias de hoje perante um público extremamente exigente. Pode entrar, Selena Gomez.

Após alguns dias na expectativa com teasers e fotos de divulgação de seu comeback, Selena provou ser uma verdadeira Bad Liar mesmo, afinal não tivemos nada daquilo que esperávamos que seria. Se os espelhos com escrituras de batom vermelho, a pulseira da reabilitação e uma Sel de aparência machucada levavam a crer que o single seria muito pessoal e vulnerável, tivemos exatamente o contrário. Porém, ainda assim, a surpresa veio a ser muito agradável, repetindo os feitos do álbum anterior, Revival, repleto de acertos que levaram à grande aceitação do público e à nova sonoridade em que o mercado passou a investir.

Bad Liar é sobre outro tipo de reabilitação. Uma que talvez seja tão dolorosa quanto: a de esquecer um amor que se foi e que não irá voltar. Isso fica claro em “In my room there's a king size space, bigger than it used to be”. E ela tem total consciência disso, talvez já tenha até aceitado, mas a superação não é fácil e mentir para si mesmo acaba sendo involuntário. Temática simples, sem grandes versos inspirados e uma estrutura bem comum, mas que acaba funcionando como conjunto da obra. A produção em cima da música é de igual simplicidade, assumindo o risco de pecar por não ser memorável a longo prazo, mas propondo ser hit no verão americano que se aproxima, as chances são altas de acontecer. A repetição do refrão é justamente para ficar na cabeça até se enjoar dela, mas até lá fica difícil não dar o replay.


Assinado pelos responsáveis de seus outros grandes sucessos do Revival, Justin Tranter e Julia Michaels, o novo single é despretensioso e divertido, uma escolha que certamente agrada por se manter dentro da zona de conforto de Selena, instrumentalmente e vocalmente falando. O ritmo rápido, dessa vez utilizando samples de Psycho Killer, juntamente com seus vocais contidos, quase sussurrados, já virou sua marca na indústria, e abandoná-la seria um erro, já que esse é seu espaço conquistado perfeitamente bem. Se seu potencial vocal não suporta notas altas, por que insistir em competir com nomes que as alcançam sem esforço algum? A equipe da cantora é realmente boa e a direciona sempre ao caminho certo. Você quer, @?

Quanto ao clipe, é tudo muito preguiçoso e não deixa muito a ser extraído dele. Selena na cama de um motel barato, com os braços amarrados, simbolizando aquele sentimento amoroso de que ela tenta escapar. O vídeo é tudo o que já havíamos visto antes em fotos promocionais, mesmo a paleta de cores quentes e apagadas, numa fotografia granulada e vintage, segue a mesma. Segundo Petra Collins, diretora do vídeo, Sel tinha acabado de sair do hospital e foi direto para a gravação, o que explica muita coisa. De qualquer forma, ele é bem dispensável.

Manda mais músicas, Selena!

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