7 anos do fim de Hannah Montana, uma das séries adolescentes mais importantes da nova geração


Antes de se pendurar em bolas de demolição ou brincar de ser cantora country, Miley Cyrus ganhou fama mundial no papel da irreverente e intocável Hannah Montana. Hoje completam-se 7 anos que o último episódio da série foi ao ar, e o Keeping Track reuniu alguns momentos que mostram que Hannah era, na verdade, muito madura e inspiradora.

Lá no primeiro episódio, ainda em 2006, Miley Cyrus abre o seriado numa peruca loira entoando “This Is The Life”. Era difícil entender os motivos que faziam Hannah Montana uma grande artista extremamente famosa na ficção, mas na vida real isso se provou uma grande verdade. Inclusive, o primeiro CD da série estreou diretamente no #1 da Billboard 200, emplacando ainda 8 temas no Hot 100 (sendo que 9 das 13 músicas eram de Miley). Ainda não era um sucesso de críticas, mas sem dúvidas um enorme sucesso de vendas. Totalizando mais de 5 milhões vendidos ao redor do mundo, o programa foi o primeiro em 20 anos a estrear em #1 na Billboard.


Ainda assim, as letras do álbum se mostravam maduras, interessantes e refrescantes. Em tese, Hannah tinha 14 anos, mas já cantava sobre aceitar a vida e ser feliz, sobre ser igual a todos mesmo numa vida dupla.

Mas o estouro mesmo veio em 2007, com o lançamento do single “Nobody’s Perfect”. Lançada no mesmo dia da estreia de High School Musical 2, no Disney Channel, a música veio precocemente, sendo incluída em algumas edições do Hannah Montana 1. Porém, oficialmente, o hino de aceitação dos defeitos foi o primeiro single do auge do seriado: Hannah Montana 2. Estreou novamente em #1 na Billboard, mesmo sendo um disco duplo (o que o tornava mais caro que os demais álbuns). Aliás, o fato de ser duplo (com um lado Miley Cyrus) fez o sucesso de vendas ser ainda mais surpreendente. Em 2008, Miley Cyrus quebraria o recorde de Christina Aguilera com o álbum duplo feminino mais vendido do mundo, totalizando mais de 6 milhões de cópias – o recorde seria quebrado no ano seguinte por Beyoncé e seu I Am Sasha Fierce, curiosamente, um outro álbum com alter-egos.


Neste álbum, as músicas mostravam uma evolução muito evidente. “Life’s What You Make It” é uma bela canção animada sobre não abaixar a cabeça, não se frustrar e continuar seguindo em diante com um sorriso no rosto. A autoajuda era um tema frequente, encontrado em canções como “Make Some Noise” ou até mesmo o primeiro single, “Nobody’s Perfect”. Incluía, ainda, temas que soam atuais até hoje, como a excelente “One In A Million” ou a divertida “Rockstar”. No segundo disco, que nos apresentaria Miley Cyrus, o grande destaque fica para “I Miss You”, linda canção que Miley havia escrito sozinha para seu falecido avô.


2008 foi um ano silencioso e sem lançamentos inéditos, no qual Miley levou Hannah na turnê Best of Both Worlds Tour, que mais tarde renderia um álbum ao vivo e um filme 3D – sendo o filme, inclusive, pioneiro em tal tecnologia.

2009 seria, portanto, um ano de extremo amadurecimento – tanto na personagem quanto no conteúdo das músicas. Em março foi lançado nos cinemas Hannah Montana: O Filme, que serviria como uma espécie de ponte entre a segunda e a terceira temporada do seriado. O lançamento da trilha sonora coincidiu com o lançamento do EP The Time Of Our Lives, ambos impulsionados pelo sucesso inesperado do hit “The Climb”. Em Julho, a terceira temporada de Hannah Montana ganhava uma trilha sonora, fazendo com que, apenas em 2009, Miley tivesse 3 álbuns lançados. Por mais que ela cantasse sobre a “vida dupla” vivida na ficção, era claro perceber que essa vida existia na realidade.


A trilha da terceira temporada foi um grande salto para a personagem. Os fãs cresceram, Miley havia crescido, e as letras precisavam refletir isso. Provavelmente a temporada mais triste da série, assuntos sérios eram tratados em canções como “Mixed Up”, “Don’t Wanna Be Torn” ou “Every Part Of Me”. Algo se perdeu no caminho, mas o seriado continuava um sucesso extremo. No entanto, as vendas caíram para 1,2 milhão ao redor do mundo.


A fórmula da série começou a se perder, e Miley também não parecia mais tão satisfeita com o posto de atriz. Sendo assim, a série foi renovada para uma última temporada. Tudo mudou, no entanto: uma nova casa, uma nova peruca e, principalmente, uma nova sonoridade. Nos álbuns anteriores, o pop/rock de sucesso era o pivô dos álbuns de Hannah, mas agora ela entregou canções pop com influências eletrônicas e R&B, brincando até disso com o single “Gonna Get This” (alguém lembra do Iyaz?). O álbum tem canções refrescantes e inspiradoras, tais como “Wherever I Go”, “Ordinary Girl” e “Wherever I Go”. O tema central do álbum era o clima de despedida, mas amargou com vendas baixíssimas (600 mil mundialmente – o que, para 2010, era decepcionante).


Não há dúvidas que Hannah Montana não só colocou Miley Cyrus no mapa, como deu uma carreira para Emily Osment (atualmente estourando com o seriado Young & Hungry) e apresentou Billy Ray Cyrus para a nova geração. No entanto, Miley e seu pai frequentemente dizem que o seriado foi o maior pesadelo da família e que se pudessem voltar atrás, nunca teriam assinado os contratos. Será que, sem o fenômeno desta série e suas canções, conheceríamos a atual cantora de “Malibu” e “Wrecking Ball”? Vale lembrar que só a trilha sonora da primeira temporada já vendeu mais que qualquer álbum solo de Miley!

Escrito por: Rodrigo Izetti


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