The Vamps vive a realidade do dia na outra metade do "Night & Day"



Nessa sexta-feira (14/07), The Vamps lançou o seu mais novo álbum de estúdio. Night and Day (Day Edition) é o quarto disco da banda e continuação do disco Night And Day (Night Edition), que já havia sido lançada em julho do ano passado. Os dois tem características diferentes entre si levando em conta a temática, a melodia e muitas mais. 

Para entendermos a “versão dia”, é preciso entender a “versão noite”. No último, notamos facilmente que as parcerias aparecem em peso e influenciam no resultado da produção. Nele, encontramos DJs como Matoma e Martin Jensen, figuras do pop como Sabrina Carpenter e até a diva latina TINI.

Porém, a maior das influencias com certeza foi a eletrônica. O gênero se tornou muito frequente e aparece em quase todas as faixas. O que faz sentido, já que a música eletrônica é vista como a eterna música noturna, por tocar em festas e estimular as pessoas a dançarem. É também algo diferente do que o grupo costumava fazer. Se antes o grupo utilizava guitarras pop mais marcadas, na "versão noite" realmente nos surpreendemos com o EDM de qualidade que os meninos apresentaram.

A maioria das letras se dividem em momentos de curtição, como em “All Night” e “Shades On”, em que o vocalista está apenas aproveitando a relação, ou momentos de saudade que tem da antiga parceira. A noite também é o momento em que paramos por um momento e pensamos sobre a vida. A partir de “Stay” é a fase de desacelerar o ritmo, porém sempre com influência eletrônica, mesmo que junto aos instrumentos de corda.

Agora, os integrantes pareceram sentir falta do ritmo mais tradicional de boyband. Em Day Edition, eles voltaram às raízes do Meet The Vamps. Na maioria das músicas a guitarra e a bateria se tornam marcadas de novo, junto ao ritmo rápido e vocais mais fortes. O personagem ainda parece voltar à realidade, ele passa tanto por momentos bons como ruins em relacionamentos, saindo da superficialidade dançante que envolvia o ambiente de curtição do Night Edition.

Cada uma das faixas funciona como uma pequena narrativa de uma grande vida amorosa. “Just My Type” nos introduz que a relação será turbulenta. Com batidas bem agitadas, uma mistura de sons de palmas ao fundo e muitos outros, o vocalista conta que se apaixona sempre pelas mesmas garotas que só querem curtição e não são boas para ele, enquanto em “Hands” do Night Edition era o contrário, onde ele repetia diversas vezes para conversarem depois, pois naquele momento queria só se divertir. É aí que percebemos que o sol apareceu, junto à realidade fora das pistas de dança.


Nem tudo é construído acima de opostos. Porém, na maioria das vezes sim. A mesma temática de romance despretensioso acontece em "Hands", da edição noturna, e em "Talk Later", do novo disco. Ambas falam sobre se divertir, esquecer os problemas e aproveitar a química entre o casal.

Por outro lado, no Day Edition, os problemas aparecem com mais frequência e parecem estar no presente. “Hair Too Long” retrata uma relação tóxica em que o narrador não se sente bem. Em “For You” ele se mostra arrependido do que fez e pede para que a parceira fique. Não é como se o personagem já tivesse sofrido os problemas há tempos e esteja sentindo falta ou relembrando. A dor pós a vida boêmia está sendo refletida diretamente no novo disco, como uma bela ressaca que não passa assim tão fácil.


Apesar de agradar os fãs que gostavam de seu ritmo antigo, o novo álbum se apresenta de certa forma repetitivo, girando sempre sobre a temática de relacionamento. Mesmo assim, a ideia de tratar as relações de forma realista e como funcionam hoje, ou seja, com intermédio da tecnologia é muito boa, ainda mais após a ambientação dos relacionamentos superficiais que tivemos na edição anterior. “Pictures Of Us” é o conceito que revela um pouco mais dessa modernidade além dos relacionamentos. Ainda com pouca influência eletrônica, a faixa pop fala sobre as fotos não retratarem o verdadeiro momento, por não mostrar se ele foi bom ou ruim e mesmo assim nos fazer sentir falta. Não vivemos, mas sentimos falta. Esse é o resumo dessa bela compilação mostrada na dualidade de Night & Day.

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