Bastille renova antigos hits do pop e R&B em novo mixtape "Other People’s Heartache (Pt. 4)"



Recentemente, o nosso querido Bastille retornou com mais um trabalho para renovar o universo do indie pop. Other People’s Heartache (Pt. 4) é um mixtape em que o grupo acrescenta um tom eletrônico e futurista para antigos sucessos das músicas Pop e R&B, tudo envolvido em muito sentimento.

A compilação de faixas serve como uma ponte entre os discos autorais Wild World e Doom Days. Enquanto em Wild World, as letras mostram a dura realidade e como o mundo é selvagem, em entrevista o portal The Scottish Sun, o vocalista alega que o Doom Days será “um álbum apocalíptico sobre colocar em ordem todas as m*rdas da vida”. Já o mixtape, é a metade do caminho. Por isso, as músicas são mais animadas, com a temática de sobre escapar da realidade. 

A maioria das regravações contam com parcerias inusitadas e corais deslumbrantes. Começando com “Wild World”, nome do último trabalho da banda e também do sucesso de Cat Stevens. Desta vez, aparece quase totalmente no estilo a capella. Mal são utilizados instrumentos, mas em compensação, os vocais são carregados em sintetizadores apenas para dar entrada ao disco. 

Logo depois nos deparamos com “Would I Lie To You?”, mais uma faixa bem conhecida. Agora, adaptação de Charles & Eddie também para o estilo a capella, porém com mais instrumentos e batidas eletrônicas. O que dá um ar moderno e futurista para a música que antes era mais lenta e tranquila. Além de carregar mistura de ritmos, fato que consolida Bastille como um artista reconhecido pela sua versatilidade e contemporaneidade artística imbatível. Têm uma pitada de rock e batidas puxadas para o R&B ao final que, juntas, surpreendem e agradam os ouvidos. 

Então, aí temos uma composição autoral de Bastille. “Grip”, parceria com Seeb, traz um som puramente EDM, porém melodicamente parecido com o inesquecível debute da banda, tanto pela grandiosa percussão quanto pela pegada pop emotiva. É talvez a que mais define a ideia de Other People’s Heartache (Pt. 4). Ao conter trechos como “Cause the devil's got my arms. And it pulls me back into the night”. Toda a necessidade de fugir da realidade cruel, curtir a noite e descobrir os próprios limites é expressa na faixa. 

Já em “Don’t Let Go” voltamos às regravações. Sua autoria é de En Vogue, um grupo vocal feminino estadunidense dos anos 90. Para a adaptação, a banda mantém os corais, mas acelera o ritmo e acrescenta sons eletrônicos, dando vida a um tesouro R&B de um jeito inovador para o Bastille. 

Em contrapartida, na segunda metade do mixtape ele faz o contrário: utiliza uma faixa que já era carregada no estilo eletrônico e desacelera o seu ritmo para algo mais tranquilo e romântico. “Flowers” é uma regravação de Sweet Female Attitude, um grupo inglês de música eletrônica dos anos 2000. Desta vez, Bastille dá um ar a capella e ao invés de utilizar vocais agudos e femininos, eles são masculinos e bem mais graves, principalmente pela participação de Rationale e James Arthur. 


Agora em “The Descent”, o clima se torna mais obscuro, dramático e se distancia da curtição antes mostrada. Isso porque o trabalho está chegando ao fim e com ele, a narrativa se aproxima do “apocalipse” que será o novo álbum Doom Days. A mesma coisa acontece com “Warmth (outro)”. A música que fazia parte de Wild World ganha um aspecto mais a capella e desacelerado para acompanhar o estilo de introdução e realizar o fechamento do mixtape. 

Antes dele, Bastille já havia lançado as suas partes 1, 2 e 3. Todos seguem o mesmo padrão de renovação de antigos sucessos através dos sons eletrônicos e sintetizadores. O R&B e a mistura se tornam mais presente na parte 2 e na parte 3, lançada em 2014. A quantidade de parcerias se manteve, mas as batidas ficaram mais pesadas, assim como o clima. Não havia estilo a capella ou mesmo tranquilidade. A maioria ainda eram de autoria do próprio grupo e mais animadas com exceção de sua abertura e fechamento. 


As letras de Other People’s Heartache (Pt. 4) no geral são sobre relações amorosas. Elas são encaradas como a grande forma de se escapar da realidade. Apesar do que elas causam, como o seu próprio nome diz, em tradução livre “A dor de outras pessoas”, por serem faixas já antes lançadas, as relações são vistas como uma distração, um refúgio. Em todas o narrador parece extremamente apaixonado. 

“Wild World” consegue abrir perfeitamente o conceito ao falar sobre já ter visto muita coisa no mundo e querer uma saída. Enquanto o fechamento fica a cargo de “The Descent”, pois expressa o esquecimento do mundo quando está ao lado da pessoa amada. Mal podemos esperar para os próximos passos da banda.

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