Bring Me The Horizon exala versatilidade em "Amo", novo álbum da banda

Se aproximando do pop e do eletrônico como nunca antes, Bring Me The Horizon renova sua essência agressiva e explosiva de forma ambiciosa no novo disco Amo. O trabalho marca um passo completamente diferente da banda e fala sobre todos os sentimentos e consequências que envolvem o amor, sem deixar de lado o ritmo rápido que a gente tanto ama do grupo.

Desde o último álbum, That’s The Spirit, a banda migrou do seu metalcore de sempre para algo fora da caixa. Agora, Bring Me The Horizon vai ainda além, combinando elementos do pop, rock, dance e música eletrônica para criar uma atmosfera criativa que, de primeira, pode causar estranhamento, mas chama atenção ao celebrar a versatilidade genial que o grupo sempre teve a cada dico. São sintetizadores surpreendentes e melodias electropop/rap surreais que tornam este álbum ardente na medida certa, mostrando que nosso BMTH ainda tem um som pesado que a gente ama, porém em dimensões diferentes. Amo é, sobretudo, a prova de que Bring Me The Horizon pode fazer o que bem entender e ainda vai soar incrível e imbatível.

Para este disco, o tema mais presente é o amor em seus vários estágios, incluindo os mais tóxicos, dolorosos e brutais. É da fragilidade amorosa que Oli Sykes soube criar o equilíbrio entre o amor e o ódio em uma dualidade que se contrasta em versos secos, diretos com ritmos agressivos e rápidos. É um álbum que soa exótico em muitas vezes, porém ele floresce um novo ar para a banda.

Começando com a introdutoria “I Apologise If You Feel Something”, o disco já nos apresenta, em clima misterioso, um ambiente eletrônico que serve para ser narrado sobre o o poder diante ao amor. É uma faixa que descreve muito bem a separação da cumplicidade e da racionalidade de um relacionamento. A voz de Oli chega a arrepiar em versos secos como “So I apologise if you feel something. But love is all we have, feel something”. A faixa serve de abertura perfeita para o hino avassalador “Mantra”, o carro-chefe do disco. É assim que a banda começa o culto libertador, cheio de riffs, em uma continuação perfeita da onde parou o último álbum That’s The Spirit. Ouvir essa faixa ao vivo, contemplado a raiva e inquietação pós-término, deve ser uma experiência única.


Aí, já damos de cara com uma das mais experimentais do disco, “Nihilist Blues”, dueto com a cantora Grimes. Focando na falta de sentido da vida, os dois, mesmo sem muita química, constroem uma atmosfera assombrosa e criativa bem eurodance da década de 90. A faixa é um dos momentos mais enérgicos e cheio de batidas do álbum. E por mais que o experimentalismo com o seu lado pop possa dar errado em algumas vezes, como é o caso de “Why You Gotta Kick Me When I’m Down?” e “Fresh Bruises”, em muitas outras ele nos surpreende. “In The Dark” é um grande exemplo de electro-pop rock que deu muito certo. Apesar da melodia pop, a faixa sobre infidelidade ainda carrega um ar ácido e obscuro que sempre esteve na discografia da banda.


A nova proposta sonora também é executada muito bem na maravilhosa “Medicine”, que traz melodias pop punk para ilustrar um amor tóxico, sempre muito bem acompanhado de uma pegada alternativa, com bons riffs que nos lembram os anos dourados do emocore. E, por mais que seja uma mera interlude, “Ouch” também agrega muito o disco. Aliás, o único defeito dessa música é que ela acaba rápido. Porque sua atmosfera despojada, acelerada e experimental é capaz de conquistar até os fãs de longa data.


E, falando em fãs de longa data, tudo bem que a gente não tem nenhuma faixa como a atemporal “Shadow Moses”, mas tem muitos momentos pesados e mais acelerados no disco. O hino “Wonderful Life” é um grande exemplo. Enquanto Oli canta “I’m getting high on a Saturday night … Nobody cares if I’m dead or alive”, ele é acompanhado por riffs progressivos que transbordam atitude e tornam a faixa uma das mais épicas do disco. O mesmo se repete depois em “Heavy Metal”, onde Oli aponta o dedo, de forma despojada, para os fãs que ficam ainda criticando a banda por suas mudanças. É um flow cheio de atitude. Sem dúvidas, uma das faixas mais poderosas deste trabalho. E mais uma mais pesada, com riffs marcantes, é a “Sugar Honey Ice & Tea” que esbanja ousadia no seu próprio charme grotesco que se destaca.


Ao fim, temos as mais suaves: “Mother Tongue” é uma faixa mais calma, dedicada à atual esposa brasileira de Oli Sykes, Alissa Salls. Com uma pegada meio Imagine Dragons meets Maroon 5, os meninos usam o pop para criar um ritmo doce que chega até estranhar ao pensarmos que é algo que veio do Bring Me The Horizon. Mas é adorável, afinal shippamos muito o casal. Chegando ao encerramento, temos o coração partido com a orquestra guiada por violinos frenéticos, que servem de apoio para Oli cantar sobre ter perdido seu grande amigo para o câncer. A faixa traz um clima amargo que azeda qualquer melodia pop executada anteriormente. O encerramento nos deixa um vazio tremendo.

Por fim, Amo impressiona com sua diversidade. É um ponto decisivo da banda para satisfazer os fãs de sempre e cativar uma nova audiência. E, considerando ele como um todo, o álbum é um grande sucesso. O grupo sabe se transformar de forma inteligente e assim o futuro do Bring Me The Horizon é sempre garantido. Mal podemos esperar para prestigiar o trabalho dos meninos no Lollapalooza 2019. A banda se apresenta no festival no dia 06 de abril (sábado), junto a Kings Of Leon, Lenny Kravitz e muitos outros. Não perca e garanta já o seu ingresso clicando aqui.

Um comentário:

  1. Tá um lixo esse album ai. Pqp, de longe o PIOR trabalho da banda. E não tou falando por eles trocarem de estilo não, neste novo estilo ao qual eles propuseram-se a fazer, tá ruim. Eles erraram a dosagem de TUDO. Tem que parar de fanboyzismo, eu mesmo sou um fã, mas preciso admitir que o album é uma total porcaria se comparado aos demais da banda.

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