King Princess, o ícone queer que o Lollapalooza 2020 precisava!

Cantora, multi-insturmentista, ativista queer e uma jovem bem humorada que posta memes no Instagram. Afinal, quem é King Princess, essa artista que com pouco mais de 2 anos de carreira já tocou nos principais festivais do mundo e já está entre as artistas mais esperadas do Lolla Brasil, que acontece no mês que vem?

King Princess, ou Mikaela Mullaney Straus para os íntimos, é essa artista que, embora prefira adotar os pronomes "ela/dela", se considera gender queer, e estampa isso em suas músicas e imagem. Aos seus 21 anos, busca ser inspiração para as próximas gerações que não se encaixam nos padrões de sexualidade e gênero. Não é por acasso que eu nome de palco foi esse, já que na tradução literal, "Rei Princesa" engloba toda complexidade de seu gênero. 

"Se traz [aos jovens LGBTQ] felicidade me chamar de "ícone queer" na internet, então com certeza  pode fazer isso! Queria eu ter um ícone gay. Essa é uma nova geração de crianças que tem pessoas queer para se espelharem, "Eu quero ser como eles um dia". Nós tínhamos heterossexuais que eram nossos ícones gay, e nós adorávamos eles, mas não havia muitas pessoas gays que eram gostosas, fora do armário e barulhentas. Nesse sentido, é claro, se isso faz com que essas crianças fiquem felizes, eu sinto que eu estou fazendo algo que importa."



Criada no Brooklyn, a artista passou grande parte de sua infância no estúdio do seu pai, que é engenheiro de gravação. Isso fez com que ela aprendesse a tocar baixo, guitarra, piano, bateria, e algumas técnicas de produção musical. Sua paixão declarada pela música era declarada desde cedo, o que a motivou em largar a vida em Nova Iorque e a fez se mudar para Los Angeles e estudar na USC Thornton School of Music, onde ficou por um ano, mas largou em prol de sua carreira, que teve início prematuro e inesperado.

Com somente algumas músicas produzidas por ela e disponibilizadas no SoundCloud, King Princess lançou em fevereiro de 2018 seu primeiro single, "1950", e deixou ela e seus colaboradores surpresos com o barulho que fez. A canção, que retrata pela voz doce de como deveria ser o amor entre duas pessoas do mesmo sexo na década de 50, tomou a atenção de ninguém menos que Harry Styles, que, ao tweetar sobre a música, deu a ela uma visibilidade que Mikaela nem sonhava. "1950" chegou a pegar a 17ª posição do ranking alternativo da américa do norte, e é até hoje o maior sucesso de King Princess. 


Aproveitando o buzz, dois meses depois veio "Talia", igualmente envolvente, mas sem o mesmo sucesso do single sucessor. Mais dois meses, saiu seu primeiro EP, Make My Bed, complementado pela apaixonante "Holy" e nostálgica "Upper West Side". A partir de então, a cantora, já estouradíssima no meio queer por escancarar o amor lésbico tão jovem, lançou "Pussy Is God", single com título bem sugestivo que deu nome a sua primeira turnê, por onde se apresentou nos maiores festivais do mundo, entre eles, Coachella, Lollalooza de Chicago e Glastonbury


Antes de produzir seu primeiro álbum, a cantora também caiu nas graças de ninguém menos que o produtor Mark Ronson. Essa amizade rendeu a ela a ótima parceria "Pieces Of Us", presente no último álbum dele, e um contrato dela com a gravadora de Ronson, Zelig Recordings

Com o selo da gravadora, King Princess lançou seu aguardado álbum de estreia, Cheap Queen, já resenhado por nós. Deixar de ser uma artista dependente foi um ponto de virada na carreira dela, já que isso permitiu que ela tivesse performances televisionadas em programas de grande audiência, como The Late Show with Stephen Colbert, Later With... Jools Holland e Saturday Night Live


Com o Cheap Queen, King Princess mostra que não é só uma jovem que aprendeu a fazer música. Mesmo com pouca idade, as letras assinadas pela artista são profundas, e exploram sonoridade bem distintas. Enquanto "Ain't Together" fala sobre amor platônico num ritmo de rock alternativo, as cordas de guitarra rasgam os sentimentos pesados expostos em "Tough On Myself"

Como considerado clichê entre as narrativas de amor lésbico, King Princess mergulha de cabeça nas suas relações. O ritmo retrô de "Trust Nobody" não engana ninguém, e deixa claro que o amor pode sim ser cego e nos colocar em algumas roubadas. Já a melancolia de "Watching My Phone" mostra como é normal ficar desbalanceado depois de ser usado por alguém com quem se envolveu tanto. É uma daquelas canções que dá para sentir aquele vazioexistencial batendo na porta.

Ainda assim, não perde a porção de bom humor, que era frequentemente visto nas suas postagens sobre a vida na estrada enquanto estava em turnê. "Hit the Back" e "Cheap Queen" são grandes exemplos disso. Aquela oferece um banho de energia a quem escuta, sendo quase impossível ficar parado. Já a faixa título mescla as letras escritas por Mikaela com samples de projetos de programas que tentavam vender a cura gay. Mais debochada impossível.


O indie pop de King Princess tem muita entrega nas letras, mas nada se compara ao que pode ser feito por ela em cima do palco. O clipe de "Ohio", faixa lançada na edição deluxe do Cheap Queen, mostra o que se pode esperar de um de seus shows. A montanha russa de emoções proporcionados pela Mister Princess é de tirar o fôlego de qualquer um.


Por isso, não dê bobeira! Todas as músicas mencionadas aqui são capazes de fazer qualquer um se apaixonar pelo trabalho de King Princess e com certeza estarão presentes na sua setlist do Lollapalooza Brasil, no dia 3 de abril. Não vai deixar para conhecer ela depois do festival, porque podemos garantir que se isso acontecer, o arrependimento vem.

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