Conan Gray, a nova aposta do pop, lança seu álbum de estreia, “Kid Krow”

Do youtube para o mundo, esse é Conan Gray! O cantor americano que conquistou uma legião de fãs com seu carisma, suas composições fáceis de se relacionar, e sua estética retrô, finalmente lançou seu aguardado álbum de estreia, Kid Krow. E você confere agora o que nós achamos desse debute!

Antes de qualquer coisa, preciso deixar uma algo claro. A pessoa que vos escreve é uma grande fã de Conan, e mal acredita que o garoto amargo de “Crush Culture” está, finalmente, sendo abraçado pelo mundo. Mas se você não conhece Conan Gray, não se preocupe: o Keeping Track te conta quem é, basta clicar aqui

Explicações a parte, vamos ao que realmente importa: o álbum Kid Krow!

Em entrevista para a revista People, Conan contou a inspiração por trás do curioso título do álbum. “[Eu perguntei a minha melhor amiga] ‘Bom, o que eu sou?’ Ela disse ‘Você é um corvo [crow]’. E aquilo fez muito sentido. Eu sou muito pensativo e um pouco misterioso. Eu não deixo muitas pessoas me conhecerem de verdade. Eu só não levo as coisas muito a sério. Eu só queria que o álbum fosse emblemático, [representasse] quem eu sou e tudo que eu já passei na vida”. A substituição da letra C [crow] por K [krow] veio para contribuir com a estética do nome, além de combinar com “Kid”, que remete ao fato das canções serem baseadas nas experiências de Conan ao longo dos anos.

O álbum abre com “Comfort Crowd”, faixa já conhecida pelo público e que tem review aqui no Keeping Track. Para quem não sabe, depois de morar em diversos lugares, Conan se instalou numa cidade chamada Georgetown, no Texas, onde passou boa parte de sua infância e adolescência. Ele sempre comenta sobre como a cidade era pacata, e o que deixava a vida melhor eram seus amigos. Após se mudar para Los Angeles para estudar, ele começou a sentir falta de suas amizades, e assim a música nasceu. Com esse contexto mostrado, a canção se mostra o abre-alas perfeito, pois estabelece o ambiente onde todas as inspirações do álbum surgiram.

“Wish You Were Sober” foi a faixa escolhida para ganhar clipe e promover o lançamento do debute. Com efeitos que dão a impressão que a gravação foi feita no meio de uma festa, Conan canta sobre uma pessoa que só admite gostar dele quando está bêbado. “Trade drinks, but you don't even know her / Save me 'till the party is over / Kiss me in the seat of your Rover / Real sweet, but I wish you were sober” são apenas alguns versos que mostram o sentimento agridoce de ter alguém se declarando e, logo em seguida, esquecendo por causa do álcool.


Com review por aqui, “Maniac” carrega uma vibe oitentista muito contagiante, além de ser dona de uma das produções mais animadas do álbum. Acredito que não passei um dia sequer sem escutar “Checkmate”, pelo simples fato de ter uma produção super animada, e carregar uma mensagem cheia de sarcasmo. Composta em apenas 5 minutos, ela fala sobre uma pessoa que constantemente fazia joguinhos com Conan, até o momento em que ele decidiu que faria de tudo para ganhar no jogo de manipulação. 

Segundo Conan, as interludes do álbum foram feitas especialmente para os fãs, que escutam o álbum do começo até o fim, e aproveitam a experiência por completo. A primeira, “(Online Love)”, remete ao fato de a nova geração ter sido criada tendo muito contato com a internet, tendo muitas relações pautadas pelo online. Gray se identifica com isso, e, de forma delicada, cria uma situação em que está numa cafeteria, imaginando como seria se o seu relacionamento online fosse real, enquanto divaga sobre mandar ou não outra mensagem. Já a segunda interlude, “(Can We Be Friends?)”, celebra as amizades de Conan, assim como a relação que ele tem com seus fãs. Os versos são fofos, e brincam com o costume que temos de “ameaçar” pessoas que machucam nossos amigos.

“The Cut That Always Bleeds” é uma das faixas mais dolorosas do álbum. A produção surpreende por criar uma atmosfera de muito desespero, por enganar o ouvinte ao induzir que o refrão vai estourar duas vezes, e por encerrar a canção de repente. A composição não fica atrás, ao mostrar a dificuldade de superar um relacionamento em que a outra pessoa sempre reaparece quando tudo está voltando ao normal. Em versos como “'Cause if you're gonna leave, better leave, better do it fast / Can't live a little longer sitting on your lap”, Conan praticamente implora para que a pessoa vá embora de uma vez por todas.


O prêmio de música melodramática definitivamente fica com “Fight or Flight”. Nela, Conan se coloca na posição de alguém que acabou de descobrir que foi traído. Numa mistura de raiva e deboche, a letra carrega a imagem de uma pessoa segurando o choro enquanto revira os olhos. Com uma produção abafada e uma guitarra marcante, a canção parece uma mistura de Lorde e Panic! At The Disco, o que faz sentido, considerando que ele é fã da cantora neozelandesa e já abriu shows para a banda de Brendon Urie.

Aposto que todo mundo já escutou a frase “dinheiro não traz felicidade”, e pensou “pelo menos é melhor estar triste em Nova York do que em casa”. Em “Affluenza”, Conan conta que, ao se mudar para Los Angeles e ter contato com pessoas muito ricas, percebeu que crescer com muito dinheiro não torna uma pessoa melhor que a outra, e que, no fim, todos enfrentam problemas em comum, não importando o tamanho da conta bancária. Já em “Heather”, um verdadeiro hino para a friendzone, ele praticamente se despreza enquanto canta sobre um amor não-correspondido. Na cultura pop, heather é sinônimo daquele grupo clássico de patricinhas em filmes de colegial americanos, porém na canção a expressão serve para personificar o interesse amoroso da pessoa que Conan gosta. 


Para entender a próxima música, é preciso ter uma informação em mente: Little League é o nome dado a uma organização que faz torneios locais de beisebol e softbol juvenil nos Estados Unidos. Assim, “Little League” é sinônimo de infância e saudade. Conan celebra a juventude nos versos “When we were younger / We didn't know how it would be / We were the dumb, the wild, the free”, enquanto se depara com as mudanças que ocorreram com o passar dos anos.

O álbum se encerra com “The Story”, confesso que essa música toca no meu ponto fraco, e meus olhos enchem d'água praticamente todas as vezes que escuto. A faixa já tem review aqui no site, mas vale reiterar que, por mais que seja triste ao longo dos versos, a canção termina com um fio de esperança, e deixa claro para todos que esse é apenas o começo de uma carreira maravilhosa.

Kid Krow é um debute delicado, cativante e gostoso de se escutar. É uma prova da força das composições de Conan Gray, assim como de sua essência artística. Assim, ele se mostra uma potência na música pop pronta para conquistar o mundo. A Kid Krow World Tour ainda não tem datas confirmadas no Brasil, então só nos resta torcer e curtir o som desse cristal do pop em nossas casas.

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